Capítulo 4

Fernanda: — Ayme, se ele é o seu cunhado, por que vocês estavam se beijando? E aqueles toques?! — Fernanda perguntou, arregalando os olhos e cruzando os braços, claramente perplexa.

Ayme: — É uma longa história — suspirei, desviando o olhar — Precisamos ir embora, amiga.

Ayme: — A academia já está fechando — peguei na mão dela e a puxei suavemente, tentando guiá-la para fora.

Fernanda: — Ir embora coisa nenhuma, Ayme! Olha a cena que eu acabei de presenciar no banheiro! — ela alterou o tom de voz, apontando com indignação para dentro da academia, enquanto seus olhos brilhavam de raiva.

Ayme: — Calma, cara — tentei acalmá-la, erguendo as mãos em um gesto de paz — Deixa eu pedir um Uber primeiro.

Fernanda: — Não precisa — ela disse, sacudindo a cabeça com impaciência — Você sabe que eu posso te levar.

Fernanda: — Mas eu quero saber disso "tim-tim por tim-tim" — ela insistiu, encarando-me com uma expressão determinada.

Ayme: — Pode ser também — concordei, resignada — Vamos.

 Caminhamos juntas até o estacionamento em silêncio, sentindo a tensão no ar. Entramos no carro, e Fernanda ligou o motor com um suspiro pesado.

 Conforme ela dirigia, comecei a contar como tudo começou, detalhando o nosso primeiro rolo, enquanto ela ouvia atentamente, às vezes balançando a cabeça em descrença, ou me olhando com os olhos de quem não acreditava no que estava ouvindo.

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Dan é um cara alto, moreno, com um olhar marcante que parece enxergar através de você. Seu físico é impecável, com músculos bem definidos que atraem qualquer uma — afinal, ele é atleta. Além disso, é um filhinho de papai, membro de uma associação de atletas, e vive malhando, correndo, participando de competições. Não é de se admirar que seja tão desejado pelas mulheres.

Ele já correu até fora do país!

Confesso que, desde o momento em que o conheci, senti uma forte atração por ele. Mas me segurei, afinal, Dan era o novo namorado da minha querida irmã, Lizzy. No entanto, toda a consideração que eu tinha por ela se desfez quando, durante uma festa na piscina aqui em casa, Lizzy tirou fotos de mim "ficando" com um menino e divulgou para todos da faculdade dela.

Na legenda, ela escreveu: "Minha irmãzinha virgem e inexperiente dando o seu primeiro beijo", o que era uma completa mentira. A coisa mais infantil que você pode imaginar, foi o que ela fez.

Eu não era virgem, e aquela não era a primeira vez que ela tentava me envergonhar na frente do namorado para chamar atenção. Como todos conheciam Lizzy, acreditaram na história, e eu virei motivo de piada.

Foi a partir desse episódio que comecei a notar Dan me lançando uns olhares, e, sem hesitar, passei a retribuí-los. Sempre que ouvia a voz dele ou percebia sua presença na casa, eu me arrumava toda, vestindo roupas um pouco mais chamativas. E Dan? Bem, ele era frequentemente pego com os olhos fixos nos meus peitos, ou algo do tipo.

Ele é bem descarado! — E sexy — Bem tipo mulherengo, cafajeste e talvez umas atitudes meio antigas para a idade que ele carrega.

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Fernanda: — Por que nunca me contou isso, Ayme?! — perguntou com um tom de mágoa, enquanto mantia os olhos fixos no trânsito.

Ayme: — Eu tive medo de você estourar ou de falar muita merda pra mim, porque sei que estou errada — admiti, desviando o olhar para baixo.

Ayme: — O que você pensaria se eu te contasse que simplesmente levei uma dedada do meu cunhado na festa de aniversário da namorada dele? — continuei, sentindo o rosto esquentar de vergonha.

Fernanda: — A mesma coisa que eu estou pensando agora? — exclamou, erguendo uma sobrancelha em um gesto de "meio óbvio?"

Ayme: — E o que você está pensando, Fernanda? — perguntei, tentando esconder o nervosismo na voz.

Fernanda: — Bem, na verdade, não estou com pensamentos tão negativos sobre você. Eu te entendo — respondeu, relaxando os ombros e suspirando.

Fernanda: — O que você faz ou deixa de fazer da sua vida pessoal com sua irmã ou família não é da minha conta, ou algo sobre o qual eu deva opinar — ela continuou.

Fernanda: — O que realmente me incomodou foi você esconder isso de mim. Você sabia que podia confiar em mim para isso, Ayme — sua voz soou mais suave, mas ainda havia um toque de decepção.

Fernanda: — Eu realmente não ligo para esse absurdo do seu cunhado.

Fernanda: — Agora, você esconder de mim e dizer que foi por medo, sim, isso me magoou — completou, olhando nos meus olhos com seriedade.

Ayme: — Desculpa, Fêh — falei, abaixando a cabeça mais uma vez — Eu queria que você entendesse o meu lado também.

Ayme: — Acho que não te contei mais por vergonha do que por medo — confessei.

Fernanda: — Tudo bem. Eu te perdoo — respondeu, oferecendo um pequeno sorriso, finalmente se acalmando.

Dei um sorriso tímido de volta, ainda envergonhada e sem graça. Olhando pelo lado dela, realmente era ruim. Se fosse comigo, me sentiria excluída, ou coisa do tipo.

Quando chegamos à minha casa, Fernanda preferiu não entrar para dizer "oi", apenas acenou e foi embora, sem olhar para trás.

Ayme: — Boa noite, mãe. Boa noite, Lizzy — cumprimentei as duas na sala, tentando soar casual, e subi direto para o meu quarto.

Larguei minhas coisas no chão e fui direto tomar um banho quente para esfriar o corpo e a cabeça. Enquanto relaxava na banheira, meus pensamentos voltaram para a ideia de abrir uma conta no tal site. Deolane não me mandou mensagem falando sobre, então provavelmente amanhã terei notícias. Não consegui me conter e acabei dando o primeiro passo: me cadastrei no site e fiz login.

Céus, o que estou fazendo?

Deixei o celular de lado, terminei meu banho e fui preparar a minha janta — é o famoso "se eu não fizer, ninguém faz". Fiz um arroz soltinho, uma salada de alface e um filé de frango ao molho branco. Enquanto me deliciava com o prato, assistia a alguns vídeos no TikTok. Antes de dormir, ainda curiosa, mandei uma mensagem para Deolane, perguntando sobre o novo cliente dela de mais cedo. Achei interessante a ideia de vender sem mostrar o rosto (ideia da Deh). Tenho uma pimentinha tatuada acima do bumbum, o que me dá um charme total!

Continua...

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