susto

Deixei Lavínia na sala com a professora, mas senti meu peito arder, algo estava apertando meu coração, fui diretamente ao escritório do reitor Lauro Vincent, queria que ele tirasse Nicole da faculdade e queria as provas da validação de reprova da Lavínia, conversamos rapidamente e ele me disse que faria a demissão como imaginei, dificilmente alguém optava por se indispor com um Rossi.

Estou indo então, agradeço o seu apoio e será bem-visto pela sua agilidade e rapidez — falei vindo até a porta e ouvimos gritos que vinham da sala da Nicole, corri para lá com a arma em punho e meus soldados já estavam ali segurando ela, quando meus olhos avistaram Lavínia caída no chão e toda suja de sangue me desesperei, seu braço tinha um corte longo que ia até quase a mão dela, provavelmente o gesso na mão a impediu que sofrer um corte maior.

Estou bem — falou ela aparentando estar zonza.

Não amor, não fala — respondi tirando meu casaco e enrolando no braço dela, gritei que levassem a Nicole para o galpão e com Lavínia no colo corri para o carro.

Amor, eu to bem, fica calmo — ela não tinha dimensão de que seu braço estava aberto, tentei parecer calmo para não assustar minha menina que nesse momento estava tão corajosa, o soldado seguiu para a clínica e minha noiva perdeu a consciência me deixando desesperado.

Lavínia, amor acorda — falava sacudindo ela, o pano enrolado em seu braço estava encharcado, peguei meu celular e liguei para o meu pai que atendeu no primeiro toque:

Dante: Oi filho.

Enrico: Pai, estou levando minha noiva ao hospital, ela foi ferida, avisa o tio e venha logo, preciso de você

Dante: Ela está bem? Estamos indo, Lavínia foi ferida Fernando, como aconteceu?

Enrico: A professora a atacou por ciúmes de mim, eu estava com o diretor, é um corte profundo no braço, pai… estou com medo.

Dante: Estou a caminho, se acalma, chegamos em 5 minutos.

  Desliguei o celular e logo chegamos na clínica, colocar minha noiva na maca e deixar que a levassem para longe de mim foi desafiador, eu nunca imaginei que isso doeria realmente da forma como meu pai dizia.

Senhor preciso do cadastro da paciente — uma enfermeira se aproximou e assenti furioso, não posso acreditar que deixei que isso acontecesse.

Enrico, Enrico por favor, cadê minha filha — falou meu tio assim que entrou.

O senhor é pai da paciente?, preciso fazer a ficha dela — ela disse e peguei na bolsa dela seu documento, entreguei ao meu tio e ele fez a ficha.

O que aconteceu? — perguntou meu pai ao meu lado.

Nicole professora da Lavínia, reprovou ela quando soube que estávamos juntos, Lavínia pediu que eu fosse falar com o reitor e foram mais ou menos 5 minutos que elas ficaram sozinhas, se não fosse a mão engessada provavelmente seria pior, que droga, eu vim para a vida dela para trazer problemas — falei com a mão na cabeça me sentindo culpado.

Familiar da Lavínia Rossi? — Perguntou o médico vendo que na minha roupa tinha sangue.

Sim sou noivo, ele é o pai e o tio — respondi.

Sua noiva levou um corte bem longo quase 23 cm, preciso dar ou pontos que seriam muitos e teriam marcas que ficariam, ela é uma moça tão linda e delicada que acho que não gostaria, e tenho a opção de colar o machucado, precisa ter mais cuidado, mas não deixa marca alguma, somente uma linha quase que imperceptível — ele falou e assenti, olhei para o meu tio que disse:

Ela é sua noiva Enrico, mas acho que a cola seria mais fácil de cuidar, ela ficaria com medo de abrir, é seguro isso? — perguntou ao médico.

__ Sim 100% seguro, podemos fazer então — perguntou e assenti — devido ao sangramento excessivo ela desmaiou e pela anestesia é impossível acordar agora, assim que terminar o procedimento e ela acordar podem ir para casa — falou e saiu.

Lavínia...

Acordei sentindo meu braço arder, virei a cabeça e vi que ele estava todo melecado, No sofá estavam meu pai e Enrico e meu tio na porta, tentei me sentar e meu pai logo me viu.

Ei meu amor, não levanta — falou me deitando mais uma vez.

Oi pai, o que aconteceu? — questionei.

Oi primo? Até você aqui, será que morri — falei rindo e eles se entreolharam sérios.

Não lembra do que aconteceu? — perguntou Enrico nervoso.

Não primo, não lembro — falei.

Enrico se acalma, quem sabe o susto fez ela esquecer — meu tio disse e não me contive, acabei rindo.

Você achou que eu ia esquecer você amor, meu noivo hahaha, ri alto e ele respirou aliviado.

Assim que melhorar eu mato você, que susto — falou e riram todos, passou alguns minutos e o médico entrou e disse que eu estava liberada sob cuidados extremos com o corte, meu pai riu e disse que a cola era culpa do Enrico, mas sei que eu escolheria isso, claro que pontos são inevitáveis, ninguém faz porque gosta, mas fiquei mais aliviada que não vai ter marca.

Fomos para casa e minha mãe quase morreu do coração quando me viu, meu pai e meu noivo disseram que eu não deveria levantar da cama pelos próximos dois dias e depois começar lentamente a se locomover, evitando qualquer Rossi estressado eu só assenti.

Enrico recebeu uma ligação e ficou furioso, ele nem disfarçou e saiu do quarto, meu pai e meu tio saíram também, agora pronto, não posso sair daqui, como vou saber o que houve?

Mãe por favor, vai descobrir o que aconteceu, algo me diz que tem a ver com a professora Nicole e eu tenho parte nisso, preciso descobrir o que ela aprontou, tomara que não tenham deixado que ela fugisse — falei.

Ai minha filha, deixe que eles resolvam isso, eles não vão deixar ela fugir — falou, mas implorei e ela fez cara de brava, mas assentiu, então fiquei sozinha no quarto esperando respostas.

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