violencia inaceitável

Oi Paola o que houve? — perguntei entrando em seu consultório e vendo que ela estava acompanhada por uma menina que tinha 15 anos apenas, mas pela cara da Paola era algo sério.

Precisamos acionar os meninos e o tio Dante — falou ela nervosa.

Ta mais me explica o que aconteceu — falei e ela me entregou um exame, quando li aquilo fui até a porta e chamei por socorro, os meninos estavam provavelmente com algum soldado ou não escutaram, então decidi eu mesma fazer alguma coisa:

Me diz quem fez isso? Não precisa ter medo, ninguém vai te fazer nada — falei sentando na sua frente e tentando manter a calma.

Não posso falar, foi minha culpa, ele disse que eu vou para a rua — ela falou já sem controle das suas lágrimas.

Olha para mim, me diz quem fez isso, eu te prometo que ninguém vai te fazer nada, confia em mim, você é a vítima aqui — falei e ela disse:

__ Richard, o nome dele é Richard, um loiro com uma cicatriz na sobrancelha.

Levantei e disse que Paola levasse ela a clínica para fazer exames de doenças sexualmente transmissíveis e que voltasse para cá, acionei ao meu soldado que acompanhasse ela, solicitei extrema discrição, eu vou resolver isso e vou chamar meu pai e meu tio.

Saí do consultório furiosa segui em direção ao jardim onde estavam as crianças e algumas professoras, fui até o dormitório e ali avistei uma fila de soldados, meus primos estavam ali e vi ele, Richard, esse desgraçado me paga, cheguei perto dele e logo fui vista, Enrico ia me perguntar o que queria, mas quando dei um soco no infeliz e quebrei minha mão ele logo correu.

O que aconteceu? — ele perguntou descarado.

Você não sabe soldado porque ela te bateu? — perguntou Luca.

Senhorita? Está louca? — ele questionou zombeteiro e usei a perna para atingir sua parte baixa, minha mão latejava e Enrico ficou na minha frente.

Lavínia? Me explica o que ele fez? — ele falou me apoiando para sentar em uma cadeira.

Esse infeliz estuprou uma das meninas, ela só tem 15 anos, e pior de tudo, a menina está grávida, gravida Enrico — nesse momento os homens logo o seguraram e ele falou:

Ela queria senhor, eu juro — choramingando ele continuou implorando.

Ela tem 15 anos, acha que qualquer coisa que você disser vai justificar? — Luca falou.

Vem que vou te levar na clínica, sua mão ta quebrada, levem ele para o galpão e avisem que meu pai venha para cá, Luca assume aqui — ele falou e todo mundo se movimentou, eu tinha dificuldade de caminhar, quebrei a mão e machuquei o tornozelo no chute que dei, então meu primo me pegou no colo e seguimos para lá.

Enrico...

Vim com Luca ver os soldados, tem dois nomes ali que me preocuparam muito, Richard e Tomaz, possíveis traidores que serão analisados e inicialmente retirados de seus postos para algumas funções menores, aqui no orfanato e na nossa casa é impossível manter nomes assim, começamos a conversar com eles e vejo Lavínia entrar no local, tinha um olhar furioso que no momento que encontrou o soldado ficou pior, ela pareceu que ia  perder a linha e quando veio em sua frente o acertou um soco, ela deu com tanta raiva que pude ouvir o seu osso trincar, fui imediatamente até ela na intenção de evitar qualquer atitude dele.

__ O que aconteceu? — o soldado perguntou com a mão em seu queixo.

__ Você não sabe soldado porque ela te bateu? — perguntou Luca.

__ Senhorita? Está louca? — ele teve a cara de pau de dizer isso e recebeu outro golpe, parei Lavínia e a ajudei a sentar, então quando ela disse que ele tinha feito aquela barbaridade com a menina fiquei louco, eu tenho asco de estupradores assim como todos os homens da minha família, tia marisa sofreu abuso e isso fez Luca sentir a dor da menina.

Mandei levar ele para o galpão e o outro soldado também, peguei Lavínia no colo e a levei até o carro, pedi que meu soldado levasse o carro dela, no caminho liguei para meu pai e avisei estarmos indo para a clínica e que a menina estava lá com Paola também, tio Fernando ficou doido de saber que ela tinha se machucado e depois que garanti que era só o pulso e que ele não precisava vir ele disse que era para levar ela para casa assim que acabasse.

Você não precisa ficar, deixa que peço para meu pai vir — falou e neguei, eu queria cuidar dela, chegamos na clínica ficou comprovado que era apenas um osso trincado, e ficamos os dois com o braço engessado,

Paola aí que bom que continuam aqui, saíram os resultados dos exames? — perguntou ela e me afastei para dar privacidade, a menina se sentiria melhor, logo elas vieram até nós e Lavínia teimosa como o cão disse que iria levar a menina até o orfanato, não tive escolha senão voltar e levar elas.

Paola pode ir, sei que tem aula, eu me responsabilizo — falou minha prima para ela que assentiu, beijou o rosto da menina e saiu, no carro a menina que não parecia ter mais de 12 anos perguntou a Lavínia o motivo do gesso e ela disse:

A quebrei minha mão batendo em um homem feio.

Que legal, me ensina a bater também? — respondeu à menina e ri, Lavínia não gostava que ensinássemos nada de violento para os meninos e estava sendo a maior incentivadora mesmo que involuntariamente.

Chegamos no orfanato e meu pai, meu tio e minha mãe estavam ali, o responsável pelo lugar estava em maus lençóis porque permitiu que isso acontecesse.

Filha, achei que ia para casa — falou meu tio pegando na mão da filha.

Vim trazer ela, aconteceu da seguinte forma, o soldado entrou no quarto dela duas vezes e a assediou, sendo provavelmente coberto por outro, isso aconteceu a dois meses e depois ela passou a dormir com as crianças pequenas com a desculpa de que estaria cuidando delas, mas estava se protegendo sozinha, ela não contou por medo, mas se tivessem câmeras funcionando nos corredores isso teria sido pego — falou Lavínia, nunca negamos valor algum para a instituição e isso me leva a pensar que nosso gestor está fazendo um caixa dois, será?

Enrico leva ela, você está com o braço machucado então não participará da tortura, nós cuidaremos de tudo — falou meu tio e assenti, Lavínia deixou a menina com minha mãe e saímos dali em direção a nossa casa.

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