Fúria

Cheguei na boate por volta das 20 horas e fui logo liberar as meninas, pouco a pouco a casa foi enchendo e estranhei a demora das meninas chegarem, quando Luca recebeu uma ligação e seus olhos encontraram os meus eu logo vi que algo estava errado, me aproximei rápido e ouvi:

Estou indo para aí, como meu pai permitiu isso? — ele falou no telefone e quando desligou me disse:

Sua irmã e prima estão na nossa boate, cercadas de seguranças, mas estão lá com um grupo de amigos, meu amigo disse que Lavínia está bebendo, mas estão de olho nelas — ele disse e eu fiquei puto, minha mãe e a tia Luna enrolam todos quando querem, provavelmente fizeram o pai e o tio aceitar.

Vou com você e trago as meninas para casa, vou avisar o Giovanni — falei e fui até o meu primo que na mesma hora fechou a cara, quando eu estava saindo vi que Nicole chegou, mas desviei dela e não a dei atenção, quem sabe assim ela não perceba que não quero nada com ela e odeio a porra da cobrança que ela faz.

Entramos nos carros e fomos para a boate do tio Julian, nós respeitávamos os três da mesma forma, o Julian é tão respeitado quanto meu pai e o meu tio, mas ele não deveria ter permitido que elas ficassem ali sem supervisão minha ou do meu primo.

Quando cheguei, fui direto até o camarote, Julian já estava indo para o camarote no momento que soube da minha chegada:

Enrico? Giovanni, Bem vindos, Luca? Veio trabalhar? — ele perguntou sério.

Vim buscar minha irmã e minha prima — respondi, apesar de o respeitar muito não fiquei nada feliz em ver que tanto ele quanto meu pai e meu tio acobertaram elas.

Elas estão bem, seu pai está ciente de que elas estão aqui — ele respondeu.

As meninas são muito visadas, não deveriam estar sem supervisão — respondeu Giovanni um pouco mais calmo que eu, minha cabeça só pensava quantos infelizes estavam de olho nela ali.

Entrem, mas lembrem serem colegas de faculdade ali dentro e não pessoas do nosso mundo, pensem nelas apenas hoje, Lavínia bebeu alguns copos e está dançando, ela está feliz. — ele falou e saiu.

Entrei no camarote e avistei minha irmã, pela sua cara vi que bebera um pouco, me aproximei furioso:

Serena? Que porra está fazendo assim? Você bebeu? — falei puxando seu braço e um menino quis se meter, Luca assumiu a frente me pedindo para ter calma, a música estava alta e as luzes piscavam incessantemente.

No momento que avistei Lavínia vomitar pensei que não tinham sido apenas poucos copos, ela estava com um cara que nesse momento se afastou e saiu dali, isso me cheirou a merda, as meninas se aproximaram dela e eu também, Giovanni foi até o outro lado atrás do cara que estava dançando com ela e eu a peguei no colo.

Lavínia parecia bem alterada então perguntei:

Ela bebeu tanto assim?

__ Não, foi dois ou três copos, nenhum soldado aqui faria nada contra uma Rossi — respondeu Paola preocupada, ela fazia medicina e a preocupação era presente nela sempre.

__ E o cara que tava com ela? — perguntei imaginando que esse era o responsável por isso, ela havia sido drogada.

Foi embora — respondeu Luca, Peguei ela no colo e a levei para o escritório do Julian que no momento que viu ela no meu colo já sabia que tinha dado merda.

O que aconteceu com ela? — ele perguntou enquanto eu a colocava no sofá.

Provavelmente o cara que estava com ela deu algo para drogar ela, no mínimo em um lugar onde nós não estamos ele aproveitou achando que conseguiria levar ela — falei e ele no telefone disse que deveriam pegar o cara, eu faria isso, mas nesse momento tenho que saber que ela está bem.

Paola se aproximou com um produto e deu para mim.

Coloque no nariz dela — falou — se for droga ela vai acordar, e você Serena vem comigo, vamos despedir todo mundo e dizer que a Lavínia passou mal — elas saíram juntas e vi que Luca acompanhou.

 Fiz conforme ela disse e minha prima recobrou lentamente a consciência, fiquei aliviado e involuntariamente peguei em sua mão sem me tocar de que tinha gente na sala, soltei sua mão e olhei para Julian que me olhava sério, mas não falou nada.

Lavínia ...

Ficou tudo muito confuso e não vi mais nada, algum tempo depois acordei no escritório do tio Julian e a primeira pessoa que vi na minha frente foi ele… Enrico.

O que houve? — perguntei sentando devagar, vi que estava Giovanni, tio Julian e o Enrico me olhando.

O que houve? Houve que você perdeu o juízo, nos enganou e veio com esse grupo de idiotas e interesseiras para outra boate onde nem eu, nem seu irmão estávamos, bebeu e tendo sido drogada acabou vomitando e desmaiando — ele jogou as palavras na minha cara furioso.

Taylor me drogou? Mato esse garoto segunda-feira — falei e ele respondeu.

Você não vai matar ninguém, vem que vou te levar para casa, acabou com a minha noite — falou meu irmão bravo.

Eu não vou para casa merda nenhuma, meu pai me liberou e se o Taylor foi embora vou ficar — respondi levantando e Enrico me segurou no momento que fiquei tonta.

Eu levo ela Giovanni, pode ficar sossegado, levo ela e Serena — falou Tio Julian e Enrico negou.

Eu levo as meninas Julian, obrigado — ele respondeu, mas me meti.

Tio, eu quero que você me leve, se tenho que ir embora que não seja com esses dois grossos, chamarei a minha prima, acho que já deu.

Vou levar vocês — falou Enrico calmo e letal, eu conhecia seu tom de voz, ele explodiria, era superprotetor e possessivo, acha que somos crianças, eu não vou embora com ele.

Eu não vou com você, tenho vinte anos e até onde sei você não manda em mim — o desafiei cansada já de ser submissa, isso o deixou puto da vida e ele saiu batendo as portas, tio Julian me deu o braço e disse que estava tudo bem, Serena veio até nós e fomos em direção à saída, mas antes vi Enrico agarrado com uma menina, agora sei onde ele vai passar a noite dele, eu no fim acho que só chorarei.

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