Meu Mafioso Autoritário

Apresentação

Meu nome é João, tenho 27 anos e venho de uma família abastada. No entanto, meus pais sempre estiveram muito ocupados, o que fez com que eles tivessem pouco tempo disponível para cuidar de mim e da minha irmã, que é apenas um ano mais nova. Atualmente, residimos em Las Vegas, uma cidade encantadora, embora não esteja completamente alinhada com o meu estilo de vida.

Estou planejando viajar para a Itália em busca de novas oportunidades. Quem sabe eu encontre a pessoa certa. No entanto, meus pais ainda não sabem sobre minha orientação sexual, pois não tive a oportunidade de lhes contar. Peço que não me julguem; pretendo compartilhar essa informação com eles, especialmente quando estiver ao lado da pessoa que amo, assim poderei contar com seu apoio. Tenho consciência de que meu pai pode ter uma reação forte, pois ele gostaria de ter netos.

Eu sonho em construir uma família com a pessoa que amo, e não em ter um relacionamento arranjado. Acredito que a conexão verdadeira é fundamental. Durante minha última viagem ao Brasil, tive momentos de reflexão sobre isso, e anseio por um futuro onde possa estar ao lado da pessoa amada, desfrutando de momentos simples, como admirar o pôr do sol em uma praia. Esse é um desejo que guardo com carinho. Algumas pessoas podem achar que isso é um sonho distante, mas ainda tenho muito a viver e realizar.

Hoje é segunda-feira e já estou preparando as malas. Conversei com minha irmã sobre minha viagem para a Itália e, em sua empolgação, ela decidiu que também irá, então ela está arrumando suas malas. Vocês deve estar se perguntando como nossos pais reagiram a essa decisão. Eles não demonstraram grande preocupação e apenas nos incentivaram a visitá-los. Para mim e para minha irmã, a reação deles não foi surpreendente, pois sabemos que não se importam muito com essa questão.

Neste momento, estou descendo as escadas com três grandes malas em mãos, a caminho do meu futuro. Sinto que, ao chegar lá, poderei ser genuinamente eu mesmo, João, sem ter que me esconder. Poderei me maquiar sem me preocupar se meu pai vai entrar e me repreender, como acontecia na infância, ou se minha mãe não me deixaria brincar com as bonecas da minha irmã. Tenho a sensação de que estou me libertando das amarras que me impedem de ser quem realmente sou e de me distanciar das expectativas que, por muito tempo, me forçaram a ser alguém que não sou. Vamos iniciar pelo início, abordando a minha história, e não a de meus pais ou o que eles construíram para mim. Afinal, não sou uma marionete de ninguém; tenho minha própria vida e vou vivê-la plenamente.

Sofia_você não acredita que está levando muitas coisas? Não pretende realmente morar lá, certo?

João_ você ainda tem dúvidas, Sofia? Aquela casa será nosso lar. Para mim, o que tínhamos até agora era apenas uma fachada, algo que nossos pais queriam para dar a impressão de uma família ideal, com filhos exemplares. No fundo, eles pouco se preocuparam em construir isso de verdade.

Expresso isso com bastante indignação e desgosto, pois sempre busquei carinho e atenção de ambos, mas nenhum deles se preocupou em saber como eu estava. Minha mãe, se é que posso chamá-la assim, estava tão centrada em questões superficiais, como aparência e status, que só se manifestava quando sabíamos que iríamos aparecer em algum evento. Meu pai passava longas horas no escritório e, ao longo da minha vida, aprendi que o carinho, afeto e amor dos meus pais frequentemente se resumiam a momentos capturados para fotografias, revistas ou entrevistas. Eu precisava aproveitar esses instantes, pois, em casa, a realidade era bastante diferente. Enfim, estou agora em Itália, começando uma nova fase da minha vida.