Capítulo 18

Natália chorava inconsolável no abraço apertado de Sueli. O desespero a envolvia como uma tempestade, enquanto lembranças dolorosas de Felipe invadiam sua mente. Seu coração, quebrado e fragilizado, parecia não encontrar consolo em nada, e Sueli, com todo seu amor e apoio, tentava amenizar a dor sem sucesso.

Em frente a elas, Bryan observava a cena, um misto de compaixão e culpa dominava seus sentimentos. Ele havia escutado o pedido de sua mãe, mas a arrogância e a exaltação fez com que ele demorasse a ver como estava Natália, e agora, se sentia sufocado pela culpa e a ira crescia dentro dele contra Felipe, o causador do sofrimento de Natália. As lágrimas dela eram um grito silencioso que ecoava em seu ser, lembrando-o do peso de suas decisões.

Seus lindos olhos negros e brilhantes olhavam para Natália cheios de culpa e compaixão..

Enquanto as lágrimas escorriam pelas bochechas rosadas do belo rosto de Natália, a dor e o desespero a consumiam. O quarto estava escuro e silencioso, apenas o soluço das lágrimas quentes dela ecoavam no quarto luxuoso, mas o coração de Bryan pulsava com uma intensidade que desafiava a calma ao seu redor. Ele observava sua esposa, fragilizada. O leve tremor em seus lábios despertou dentro dele, uma vontade incontrolável de proteger Natália a qualquer custo.

-- Bryan, fique aqui com sua esposa enquanto vou na cozinha pegar um copo de água para ela beber.

A voz trêmula e preocupada de Sueli fez com que Bryan piscasse os olhos surpreso.

-- Querida, vou na cozinha pegar água para você.. Fique um pouco com o Bryan.

A sogra de Natália saiu deixando a nora com seu filho.

Um silêncio absurdo pairava no ar. Os olhos enigmáticos de Bryan vasculham o belo rosto de Natália que refletia muita tristeza.

-- Vou fazer pagá-lo por tudo que te fez. Minha mãe me disse que você não estava se sentindo bem, por isso veio se deitar mais cedo.

Bryan falava mansamente sabendo da angústia de sua esposa.

-- Por favor, saia . Quero ficar sozinha.

Natália responde caminhando em direção ao banheiro.

Ouvir aquelas palavras deixaram a mente de Bryan perturbada.

-- Só estou aqui porque minha mãe pediu. Ele respondeu chateado enquanto a via caminhando até o banheiro.

Natália fechou a porta do banheiro atrás dela e encostou-se na parede fria para respirar profundamente. Ela não podia suportar mais nenhum momento ao lado de Bryan naquele estado emocional descontrolado. Sentindo-se fraca demais para enfrentá-lo agora.

Sueli logo chega com a água para Natália.

-- Onde ela está?

-- No banheiro. Bryan respondeu saindo do quarto mau humorado.

Enquanto Natália permanecia no banheiro, Bryan caminhava pelo corredor, sua mente cheia de conflitos e sentimentos confusos. A culpa pesava em seu peito como uma âncora, enquanto o desejo de vingança contra Felipe crescia a cada instante.

Pegando seu celular, ligou para Gustavo que estava com o celular desligado.

Bryan conversou com os seguranças que lhe disseram que Gustavo havia saído no carro com Felipe ainda desmaiado.

Bryan voltou a festa que havia perdido a graça para ele.

--- Amor, o que aconteceu? Você demorou muito. Sara perguntou curiosa, fingindo preocupação.

-- Não aconteceu nada. Bryan respondeu bebendo um copo cheio de whisky..

-- Você não me parece bem. Aquela mulher fez alguma coisa contra você?

Sara queria saber o que tinha acontecido na ausência de Bryan durante a festa.

Mas o que Bryan não sabia, é que ela havia falado sobre Natália a Felipe e revelado que o casamento entre ela e Bryan era apenas de aparência e prometeu a Felipe um cargo de diretor na empresa do seu pai se ele seduzisse Natália e a levasse para cama.

Agora Sara estava preocupada.

-- Já disse que não aconteceu nada. Bryan continuava hesitante em revelar a ela o que tinha acontecido.

-- Não precisa ser ignorante. Sara respondeu chateada.

Bryan a encarou por um momento. Ninguém podia imaginar o conflito intenso que existia dentro dele.

-- Vou pedir ao motorista para te deixar no seu apartamento.

No momento que ouviu isso, Sara revelou a Bryan que não estava bem, e que se sentia muito tonta.

-- Por favor, meu amor, me deixa dormir aqui essa noite? Não quero ficar sozinha naquele apartamento. Posso ficar no quarto de hóspedes.

Ela segurava as mãos frias de Bryan que parecia distante.

-- Bryan? Sara falou em tom mais alto fazendo Bryan a encarar sombriamente.

-- Você pode pedir uma das suas amigas para te fazer companhia. Diga que recompensarei financeiramente esse favor.

Sara se revolta com a resposta de Bryan.

-- Porque não posso dormir na casa do meu namorado? Está preocupado com que sua esposa vai pensar, é isso Bryan?

Sara olhou nos olhos frios de Bryan e percebeu que ele não tinha intenção alguma de ajudá-la naquele momento..

-- Não é isso, Sara. Só estou cansado dessas brigas dentro de casa.

-- Então, venha comigo dormir no meu apartamento? Me prova Bryan que não está preocupado com essa roceira pobretona.

Bryan ficou em silêncio por um momento, quando se levantou anunciando a todos que a festa estava encerrada. Com voz de agradecimento, ele anunciou o fim da comemoração.

Sara segurava nas mãos dele enquanto cada convidado se despedia educamente de Bryan.

-- Bryan, não vi mas Natália, aconteceu alguma coisa com ela? Ryan cumprimenta o amigo fazendo uma interrogação.

-- Ela já foi descansar. Bryan respondeu friamente apertando forte a mão de Ryan.

-- Está bem. Segunda feira tenho uma reunião com ela. Por favor, brother, não arrume outro compromisso para ela.

Ryan brincou com Bryan dando uma risada sarcástica . Bryan permaneceu sério sem expressar emoções.

Ryan foi embora restando apenas Sara e Bryan.

Bryan sentou-se na cadeira de uma das mesas, com a mente em turbilhão. As palavras de Sara ecoavam em sua cabeça, deixando-o confuso e angustiado. Ele olhou para ela, tentando entender realmente se as palavras dela faziam sentido.. Seria Natália alguém importante para ele? Ou os seus conflitos internos eram apenas remorso? A incerteza pairava no ar enquanto eles se encaravam em silêncio.

-- Por favor, me leva para casa.

Sara abraçou Bryan começando a choramingar.

-- Tudo bem. Vamos.

Um sorriso sarcástico surgiu nos lábios dela, se sentindo vitoriosa.

Bryan entrou no carro de luxo com Sara agarrada a ele. O motorista educamente fechou a porta do carro dirigindo logo em seguida.

Durante o trajeto até o apartamento de Sara, Bryan permanecia em silêncio, sua mente se afundava nas dúvidas e conflitos internos que atormentavam seu coração. Enquanto isso, as lágrimas de Natália ainda ecoavam em sua mente como um lembrete constante do quanto ele havia falhado como marido e protetor.

-- No que está pensando? Sara pergunta notando o quão distante ele estava, perdido em seus próprios pensamentos.

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