As Crianças da Escuridão
Há muito tempo, a humanidade vivia sob a sombra de uma morte lenta e agonizante. Um vírus, maligno como uma serpente, havia se infiltrado na cidadela, transformando seus habitantes em monstros famintos por carne. A doença, uma praga negra que corroía a alma, espalhava-se como um incêndio em uma floresta seca, consumindo tudo em seu caminho.
A cidadela, antes um farol de esperança em meio à escuridão, agora era um mausoléu coberto por um véu de cinzas. As ruas, outrora palco de sonhos e celebrações, haviam se transformado em valas comuns, onde os gemidos dos infectados se mesclavam ao lamento do vento, compondo uma sinfonia macabra que ecoava nos escombros. A morte, um ceifador implacável, pairava sobre a cidadela, colhendo vidas inocentes a cada instante.
Um cientista, o rosto pálido e os olhos afogados em sombras, revelou a terrível verdade: o vírus estava evoluindo, tornando-se mais letal e imprevisível a cada dia. A notícia, como um raio, partiu a esperança em mil pedaços. A população, aterrorizada, se refugiava em suas casas, esperando pelo inevitável.
Em meio ao caos, surgiu a Nexus, uma organização misteriosa que prometia a salvação. Seus membros, conhecidos como a Elite, eram guerreiros, capazes de combater as criaturas infectadas. Mas a Nexus tinha um segredo sombrio: seus experimentos eram cruéis e sem ética, e a linha entre herói e vilão se tornava cada vez mais tênue.
Anos se passaram, e a cidadela, protegida por uma barreira impenetrável, tornou-se uma prisão. A esperança, outrora uma chama brilhante, agora ardia fraca, alimentada por um fio de esperança. Mas a luta continuava, e a Elite, enfrentava a cada dia a monstruosidade que a humanidade havia criado.
Os cientistas da Nexus, em suas pesquisas frenéticas, fizeram uma descoberta aterradora. O vírus havia atingido um ponto de mutação tão extremo que se tornou uma entidade quase consciente. A criatura ancestral havia agido como um catalisador, acelerando a evolução do vírus e permitindo que ele desenvolvesse capacidades antes inimagináveis.
O cientista, encolhido em sua bancada de trabalho, observava a amostra do vírus sob o microscópio. A imagem que se revelava era aterrorizante: filamentos retorcidos, pulsando com uma energia sinistra. A Singularidade havia evoluído além de qualquer coisa que ele pudesse imaginar. Uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto, misturando-se com a angústia que o consumia. "Criei um monstro", sussurrou, sua voz rouca pela emoção.
O vírus, agora denominado "Singularidade", possuía a habilidade de manipular a matéria orgânica à sua volta, controlando os corpos dos infectados com uma precisão que beirava a perfeição. Além disso, a Singularidade era capaz de se comunicar telepaticamente com outros indivíduos infectados, criando uma rede de controle que se espalhava por toda a cidadela.
Com a Singularidade no comando, os infectados se tornaram mais do que simples zumbis. Eles passaram a agir com uma coordenação e inteligência surpreendentes, formando hordas organizadas que atacavam a cidadela de forma estratégica. A barreira eletromagnética, outrora impenetrável, agora era constantemente testada e enfraquecida pelos ataques coordenados dos infectados.
A Elite, que havia lutado contra as criaturas infectadas por tanto tempo, agora enfrentava um inimigo ainda mais formidável. A Singularidade era capaz de prever seus movimentos, adaptar-se às suas táticas e até mesmo controlar os corpos de alguns dos membros da Elite, transformando-os em suas próprias armas.
Diante dessa nova ameaça, a humanidade se viu à beira da extinção. No entanto, um grupo de sobreviventes, liderados por um cientista exilado da Nexus, decidiu resistir. Eles acreditavam que a chave para derrotar a Singularidade estava na própria ciência. Após anos de pesquisa, eles desenvolveram uma arma biológica capaz de neutralizar o vírus, mas sua criação exigia um sacrifício.
Com a Singularidade dominando a cidadela e a humanidade à beira do abismo, uma esperança inesperada surgiu das profundezas da floresta: os mutantes. Essas criaturas, resultado de mutações genéticas causadas pelo vírus, desenvolveram habilidades únicas que os tornaram imunes à influência da Singularidade.
Inicialmente, os mutantes e os humanos se viam como inimigos. A desconfiança e o medo eram profundos, alimentados por séculos de conflitos e preconceito. No entanto, diante da ameaça iminente da Singularidade, a necessidade de união se tornou evidente.
Um grupo de cientistas humanos, trabalhando em conjunto com os líderes mutantes, descobriu que o DNA dos mutantes continha uma sequência genética única que os tornava imunes à manipulação da Singularidade. Essa descoberta abriu caminho para uma aliança entre as duas espécies.
A aliança entre humanos e mutantes foi fundamental para a sobrevivência da espécie. Juntos, eles desenvolveram novas armas e estratégias para combater a Singularidade. Os mutantes, com suas habilidades sobre-humanas, atuavam como a linha de frente, enquanto os humanos forneciam apoio logístico e tecnológico.
A aliança entre humanos e mutantes marcou o início de uma nova era. Juntos, eles construíram uma sociedade mais justa e equitativa, onde todas as formas de vida eram respeitadas. A Singularidade havia deixado um legado de destruição, mas também havia forjado uma nova união entre duas espécies que antes se viam como inimigas.
– Como vão os testes, Doutora Alexandra? – Henrique, sua voz carregada de impaciência, ecoou pelo laboratório. – Alguma notícia boa?
Alexandra, os olhos fixos nos monitores, respirou fundo, tentando conter a crescente ansiedade. – Sim, temos uma descoberta promissora. Darius, nosso primeiro sujeito, demonstrou uma capacidade incrível de manipular sombras. Mas... – sua voz vacilou, e ela desviou o olhar. – houve um revés. A Skyler... ela se foi.
Henrique cerrou os punhos com força, as veias saltando em seus braços. – Como isso é possível? Ela era nossa cobaia mais promissora.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Edna
O final dessa história me deixou sem palavras 😱
2024-08-04
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