Capítulo 8

Na manhã seguinte, Ivy acordou cansada, pois a pobre não tinha conseguido dormir nada pelo que aconteceu com Chris na noite anterior, por isso pediu a Lina que lhe levasse o café da manhã no quarto e que se desculpasse com seu pai por não acompanhá-lo para comer.

Enquanto esperava o café da manhã, da sua cama podia ver o céu através da janela, tinha ficado olhando para o céu por um tempo, com a mente em branco, até ouvir baterem na porta, Ivy diz para entrar pensando ser Lina com o café da manhã, mas para sua surpresa não era ela, era seu pai quem lhe trazia a comida, ao se aproximar dela deixa a bandeja ao lado da cama.

- Filha, ouvi da sua criada que não se estava a sentir bem, precisa que eu chame um médico?

- Pai, obrigada pela preocupação, mas não é nada, só estou cansada, ontem foi uma noite muito longa.

- Está bem, descansa e se precisares de alguma coisa não hesites em dizer-me.

Quando se levanta, ele dá-lhe um beijo na testa e sai do quarto.

Ivy se prepara para comer, enquanto no dia seguinte ela tem que ir para a academia e provavelmente encontrar Chris.

- Será que, e se eu pedir ao pai... não, não, não devo pensar nisso.

Ivy termina de comer e deixa a bandeja de lado para depois se deitar um pouco mais.

À tarde, chega uma carta ao Duque da parte do Rei, que lhe pede para comparecer para tratar de assuntos importantes.

Na academia, Ivy tentava não cruzar com Chris em nenhuma circunstância, e estava a correr bem.

Com o passar dos dias, ela ia aos chás das outras nobres, enquanto elas só falavam das fofocas que as rodeavam, Ivy apenas sorria e concordava, por isso não gostava deste tipo de reuniões, era só para deitar veneno noutras raparigas e desta vez era a vez de uma rapariga chamada Emma, embora fosse filha do Conde Thompson tal como Alisa, esta não tinha amigas e era uma pária social, apenas por ser filha de uma concubina. Assim passavam os dias, já farta do seu descanso, estava a pensar se voltava a ter aulas ou não.

Um dia na academia, uma rapariga muito bonita aproxima-se dela e diz-lhe um pouco envergonhada:

-De-desculpe, menina Ivy, se não for pedir muito, g-gostava de a convidar para o meu chá que será no fim de semana.

Ivy ia recusar com a desculpa de que estaria ocupada, mas por acaso passaram umas raparigas a murmurar coisas sobre a rapariga que tinha à sua frente, por isso decidiu aceitar.

- Será uma honra, mas... pode dizer-me o seu nome?

- ce-certo, o meu nome é Emma Thompson.

Então era dela que falavam, não percebe porque falariam dela se ela é ainda mais bonita que a Alisa.

- Bem, então...

antes de poder terminar de dizer alguma coisa, Alisa chega para envergonhar a irmã.

- Menina Smith, não deve andar com pessoas tão ordinárias.

Ivy apenas revira os olhos e olha para Emma que estava com a cabeça baixa, Ivy sentiu tanta impotência ao ver como menosprezavam a rapariga que decidiu falar.

- Menina Thompson, não se preocupe, eu já vejo com quem me junto, quem sabe se a minha querida Emma não é melhor companhia do que você.

Dito isto, pega na mão de Emma e saem dali, deixando para trás uma Alisa irritada.

- Ma-mas menina, não devia ter tratado a Alisa assim, talvez ela não leve a bem e tome represálias contra si.

diz a rapariga ainda cabisbaixa.

- Não te preocupes comigo, eu sei defender-me sozinha, a que aula vais? Eu acompanho-te.

-Não é preciso, menina, já fez o suficiente por mim.

- Por favor, chama-me Ivy, só Ivy, e não é nada, vamos lá, diz-me, eu acompanho-te.

- Eu vou para a aula de etiqueta.

- A minha aula favorita.

Diz Ivy com um certo sarcasmo que faz Emma rir.

- Como estás linda a sorrir, vamos, eu também vou a essa aula.

Emma corou com o que Ivy disse, e limita-se a segui-la.

No final das aulas, Ivy despede-se de Emma e entra na carruagem. Ela estava a pensar, pois na história Alisa só foi mencionada uma vez, e foi porque foi rejeitada pelo príncipe Chris, mas nunca leu nada sobre Emma, mesmo assim sentia que ela precisava dela, não percebia o porquê desse sentimento, mas estava lá.

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