encontro desagradável

Saímos de casa e vi que Marisa estava envergonhada, ela tinha uma pequena marca no olho e usava um conjunto de moletom, paramos em uma loja e pedi que ela escolhesse o que queria.

Porque isso? - perguntou.

Para que se sinta bem, compre o que achar necessário e roupas para usar sempre, você é linda e se vista como desejar, não precisa usar essas roupas largas com medo que alguém toque em você, como eu já repeti, ninguém vai te tocar- falei e ela assentiu, estava nervosa, pois tinham homens na loja e pediu que eu lhe desse a mão.

Não me leva a mal, eu ainda fico um tanto receosa na presença de tanta gente- falou e peguei sua mão, tão pequena e macia, Marisa entrou e comprou bastante coisa, insisti que ela deveria pegar brincos e uma pulseira, quando ela perguntou o preço e a falei ela negou.

Isso é muito caro, não precisa- falou e sem maldade alguma passei a mão em seu rosto de forma doce.

Nada comparado ao seu valor, quero que se olhe no espelho e veja como é linda e maravilhosa- falei e ela aceitou, foi ao provador e me aproximei a janela da loja, estava olhando no vidro as pessoas passando até que avistei Cassy, ela olhou dentro da loja e me olhou com cara de confusão, ignorei sua presença e Marisa saiu vestindo uma roupa diferente e as joias, ela me chamou com um sorriso largo e a abracei, sabia que Cassy me olhava no vidro, eu não queria nada com ela, mas é sempre bom que esse tipo de gente veja que perdeu coisa boa.

Ficou linda, só complementou sua beleza, quer escolher mais alguma coisa?- perguntei.

Não, já comprei mais roupa do que ganhei minha vida inteira, podemos ir antes que minha barriga resolva me fazer passar outra vergonha- falou e fui até o caixa, paguei em dinheiro e pedi que meus homens levassem as coisas, na saída da loja ela ainda estava parada, mas a ignorei e entrei no carro, seguimos em direção ao mercado.

Lá no vilarejo não temos mercados assim, são pequenos e caros, tudo gira em torno do pessoal do Arnaldo que manda lá- ela falou enquanto entramos, ofereci minha mão e ela aceitou, não me lembro de quando andei de mãos dadas com alguém que mexesse tanto com meu coração.

Compramos desde o básico até várias besteiras, ela ficou extremamente feliz com bolachas e chocolates, sorvete e iogurte e eu ficava abismado como a falta das coisas doía dentro dela, na parte de coisas para higiene ela pegou tudo que achou que precisaria e seguimos para casa.

__ Vou te deixar aqui e tenho que voltar, Otto é meu homem de confiança e ficará aqui na minha ausência, amanhã virei aqui e diariamente, não estará sozinha nunca, se não conseguir me contatar peça que Otto me ligue, e você Otto, sempre foi um homem fiel, cuida dela, ele sabe os números de fast food, farmácias ou para qualquer emergência- falei e fiquei parado olhando sua perfeição, não queria deixar ela constrangida ou invadir seu espaço então dei tchau e sai mesmo que minha vontade fosse aproveitar e tocar em todo seu corpo.

Marisa...

Saber que meu pai estava vivo me deixou horrorizada, nunca iria atuar em uma vingança, pelo menos nesse momento não, não tenho psicológico para olhar em seu rosto agora, mas Julian me tranquilizou, eu queria o beijar, mas senti que ele está com medo das minhas reações, ou eu estou confundindo as coisas, saímos para comprar mantimentos e roupas, me senti bem quando me olhei no espelho, pois ele estava ali, eu achei que nunca ficaria no mesmo lugar que outro homem, mas diferente dos homens do Arnaldo ou do meu pai e seus amigos ele é bom, eu confio nele com meus olhos fechados, mesmo que o conheça a pouco tempo sei que ele é bom, acho que gastou demais, mais ele disse que nunca faltaria nada, me explicou sobre o marido da Sami ser o chefe da máfia e que iria matar todos os que se colocassem contra nós, quando ele me apresentou o homem que faria minha segurança não tive medo, ele não deixaria alguém ruim para cuidar da minha segurança, teve um momento que ele deixou claro que esse apartamento era para o momento que casaria com o grande amor da sua vida, mas se enganou, fiquei curiosa para entender, será que ela morreu? Não tive coragem de perguntar então quando ele se levantou para ir embora, queria o abraçar para agradecer, mas tive medo que ele repelisse meu toque, se demonstrasse qualquer repulsa eu morreria.

__ Então senhorita, quer provar algum fast food?- perguntou o homem e assenti, eu nunca comi nada do tipo, seria bom provar tudo que eu pudesse, ele pegou o celular e discou algo, sentei no sofá e ele me mostrou a televisão, assisti algumas coisas e recebi uma mensagem do Julian:

Julian: Espero que tenha uma boa noite, queria poder estar aí ao seu lado.

Marisa: Eu agradeço por tudo que fez hoje, o senhor Otto pediu Fast food, vou comer hamburger.

Julian: Não economize, farei tudo por você, só confie em mim.

Marisa: Eu confio, você vem amanhã né?

Julian: Se pudesse ficava hoje mesmo.

Marisa: Deveria ter ficado.

Julian: Boa noite Marisa.

Marisa: Boa noite Julian.

Fiquei esperando o lanche e aproveitei para tirar dúvidas, quem sabe Julian não me acha tão sem graça se eu souber de algumas coisas né.

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