07 AGATHA PRECISA DE AJUDA

Amanhã à noite estou em casa cedo. Duarte fica para levar e buscar você e as meninas se precisarem sair.

- amor sabe que está chegando o aniversário da minha tia, nem compramos nada para ela ainda e nem roupas para nós dois.

- Amor, eu chego a tempo, mas tenho roupas. Mas Você tem mesmo que comprar? Vejo que tem tantas.

- Alberto?

- Amor o que foi, olha, relaxe, tem uma semana ainda e o presente da sua tia poderia ser uma jóia o que acha? Ligamos para a joalheria levar lá em casa ou aqui na clínica prá você escolher. Só não saiam sozinhas por favor. Para isso o Duarte vai ficar aqui e deixe para quando eu chegar irmos juntos. Aproveitamos para olhar alguma coisa para os bebês, que não compramos nada ainda.

Olho para a cara dele e viu que não gostei nadinha do que ele disse sobre roupas, mas ele percebeu. Aí vem logo falar dos bebês e me deixou rendida. Ele veio se chegando até a mim,

- Tá chateada?

- Não. Mas sai de perto de mim, tenho muita coisa para fazer senão, não terei como trabalhar de casa nem tão cedo.

- Deixa eu sentir seu cheiro vai, eu já estou com saudades e sei que você também. Vou dormir sem vocês hoje e não fico bem com isso.

- eu também não fico, mas se é preciso ne? Ei, sério, me deixa trabalhar Alberto.

Porque não veio com uma roupa mais fácil de eu te driblar hein?

Ele fica me instigando, mas realmente tenho que trabalhar, não gosto dessa idéia de namorar no local de trabalho. Ele vai ficar fora essa noite e não consigo e nem quero pensar nisso que me deixa aflita.

- Vai me deixar na mão mesmo?

- Amor, estou trabalhando.

- Tá certo. Ei, um dos dias que cheguei de madrugada... Levei a princesinha ao aeroporto com Duarte. Um casal de amigos nossos a levaram para o local que vocês indicaram.

- Sério amor?

- Sim, estou lutando com nosso pessoal para dar a ela uma nova vida...

Alberto vem me alisando e

- P**** amor você tinha que vir logo com essa roupa? Olha como estou, vai me deixar na mão mesmo?

Toc toc toc

Alguém bateu na porta e ele foi direto para o banheiro que tem na minha sala e era a minha secretária, que queria entregar o almoço que Alberto pediu para nós dois e para saber se poderia ir no banco resolver um problema e eu disse que sim.

Ela ficou olhando estranho por que não viu Alberto no meu escritório e até então estávamos juntos e ele não tinha saído?

- Quando chegar me avisa tá? Quer falar mais alguma coisa Carol?

- Não, não.

Ela sai e Alberto sai do banheiro com a cara amarrada, mas me dá um beijo. Nem quis mais almoçar comigo e me deu uma tristezinha, só não o deixei perceber.

- Não vai mais almoçar comigo?

- Não, perdi a fome. Até amanhã então.Vou em casa buscar algumas coisas e seguir.

- Tá certo amor, vai com Deus e boa viagem.

- Cuide bem dos nossos bebês e de você. Qualquer coisa me liga e não saia sozinha.

- Amor, eu te amo.

Depois que ele saiu comecei a almoçar, chorei um pouco e trabalhei o resto do dia meio invocada e ansiosa. Quando Carol voltou, me avisou e pedi que buscasse um suco de maracujá e ela prontamente mandou fazer e me trouxe quando estava pronto.

 Depois disso fui assistir e acompanhar uma palestra que ia ter hoje para mulheres na clínica e fiquei impressionada com tantas que estavam ali... tirei algumas fotos e postei no grupo da família. Alberto quando viu já veio no meu privado e falou:

- Porque você não disse que teria esse evento ai? Um mundo de mulheres aí Roberta. Era para ter me avisado.

- Meu amor eu não sabia, não lembrava na realidade e fiquei feliz demais com tantas, preocupada também, vou chamar o Duarte e ele fica comigo aqui, vai dar tudo certo.

Só que eu não sabia que o Duarte tinha dado uma saída e deixou dois seguranças específicos para caso eu precisasse de alguma coisa. Ele foi buscar a Anny e Alice na faculdade e deixar elas em casa.

Voltei para a minha sala e

Toc toc toc

- Dona Roberta, desculpa atrapalhar, mas tem uma moça bastante aflita querendo falar com a sra. Eu, bem. Ela tá machucada. como tem muitas mulheres no salão de eventos, eu fiz de tudo para que ninguém veja.

- ela está machucada Carol, disse o nome dela?

- Ágatha. Ela disse que a sra a conhece. O que faço?

- Ágatha? Não é possível, o que ela quer comigo?Manda ela entrar logo, meu Deus.

- Ajuda dona Roberta. Ela quer ajuda e está péssima....

- Manda ela entrar... liga para a Rafaela vir ficar comigo. Cadê o Duarte?

- ele deu uma saída para ir buscar a Anny e Alice na faculdade que elas tiveram palestras e saíram depois de 14hs, mas ele disse que não demorava, tem dois seguranças ai fora que ele mandou.

Respirei fundo.

Quando a mulher entra, era ela mesmo, e já entra chorando, machucada, se arrastando. E ainda tinha sido violentada.

Quando Carol bate na minha porta dizendo que tem uma mulher muito machucada na recepção querendo falar comigo de todo jeito nunca imaginei que seria a Agatha. Me segurei para não cair ao vê-la tão machucada e ela se arrastando para perto de mim me pedindo perdão, me pedindo desculpas, me pedindo para protegparaa, que ela sabia que ali na empresa eu tinha um projeto que ajudava e protegia as mulheres que sofriam qualquer tipo de abuso e então fui colocando ela no sofá e a Rafa chegou e levou um susto com a cena e pedi um copo com água, um suco para Carol trazer e dei a ela, mas mesmo muito machucado começou a falar coisa com coisa, pedir desculpas, dizer que o Fernando queria me matar, que tem ódio de mim...

- Agatha, meu Deus. O que foi isso?

- Roberta, foi o Fernando. Me perdoa vir aqui, mas preciso da sua ajuda... Sei que você pode ter desejado até a minha morte, mas eu resolvi arriscar. Você cuida de mulheres, eu sei... me ajuda. Você tá casada com um delegado.

Ela se levantou com dificuldade e veio até a mim

- eu ouvi que ele dizer ao pai dele numa ligação que você está casada com o filho do homem que ele matou.

Eu fiquei sem entender, mas acabei que perguntei

- Agatha, como você chegou aqui? Alguém viu você vir pra cá?

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