Capítulo. 18

Cleo imediatamente se sentiu intimidada pela sala, sem saber o que seria esperado dela e não querendo ofender com sua ignorância.

“Knight-san, por favor.” A Sra. Inokawa gesticulou em direção a um lugar perto do final da longa mesa antes de conduzir Dante até o lugar de honra, bem no centro da mesa. Ela se curvou, deixou-o ali sozinho e se juntou a Cleo.

Outras pessoas de ternos sombrios entraram na sala, enquanto a Sra. Inokawa gesticulava para Cleo se sentar ao lado dela. Imaginando se havia alguma maneira graciosa de se sentar no chão com uma saia justa, Cleo desajeitadamente afundou de bunda no chão com as pernas dobradas para o lado.

“Knight-san.” A Sra. Inokawa se inclinou para sussurrar envergonhada. “Como esta é uma festa formal, sentaremos em seiza.”

"Em quê?"

“Assim.” A Sra. Inokawa sentou-se ao lado de Cleo, dobrando-se delicadamente no caminho para baixo. Cleo fez uma careta, já temendo o que estava por vir, porque não havia a mínima chance de ela se sentar daquele jeito. A outra mulher estava de joelhos com as pernas dobradas sob as coxas e os pés cuidadosamente dobrados sob o bumbum.

“Por quanto tempo teremos que ficar sentados assim?”

“Normalmente é apropriado que as mulheres fiquem sentadas dessa maneira durante toda a festa.”

“Sério? E os homens?”

“Eles também se sentarão em seiza, mas depois de um tempo provavelmente cruzarão as pernas.”

"Não consigo sentar assim", Cleo sussurrou com urgência. A testa perfeita da Sra. Inokawa franziu levemente, e ela fingiu um olhar adorável de angústia impotente. Dante, que conseguia ver tudo de sua posição central no lado oposto da mesa, levantou-se e caminhou até a ponta da mesa.

“Há algum problema aqui?” ele perguntou, e a Sra. Inokawa curvou-se graciosamente antes de balançar a cabeça.

"Não tem problema, Damaso-san." Um tanto surpresa que a outra mulher não a dedurou, Cleo lançou-lhe um olhar chocado antes de encontrar os olhos de Dante.

“Não posso sentar assim.” Ela gesticulou para onde a Sra. Inokawa estava sentada como o perfeito epítome da modéstia e da beleza.

“Todos estarão sentados em seiza,” Dante apontou. Cleo assentiu e tentou arduamente não reagir à impaciência dele.

“Foi o que ouvi”, ela disse. Dante suspirou e olhou para cima quando vários homens de aparência importante — alguns dos quais ela nunca tinha visto antes — entraram na sala.

"Não tenho tempo para isso, Knight. Pare de fazer joguinhos infantis e de chamar atenção e não me envergonhe", ele rosnou, antes de ir embora, deixando Cleo humilhada. Ela estava absolutamente — e inesperadamente — arrasada por ele ter falado com ela daquele jeito na frente da Sra. Inokawa, que estava mantendo o olhar focado em seu lugar muito discretamente. Cleo piscou forte quando percebeu que seus olhos estavam realmente marejados, e ela estava irritada consigo mesma por deixá-lo chegar até ela. Ainda assim, depois de uma semana a deixando mais sexy, ele certamente notou a extensa cicatriz em seu joelho direito. Certamente ele se perguntou sobre isso. Ela conhecia cada detalhe de seu corpo, cada pequena imperfeição — das quais havia poucas — cada canto e fenda, e ele não tinha notado a enorme e feia cicatriz vertical em seu joelho? Bem, isso não era apenas uma verificação da realidade muito necessária para Cleo? Ela tinha que ter cuidado perto desse homem; ela teve que proteger seu coração, porque embora ela tivesse começado a amolecer em relação a ele, ele nunca a viu como mais do que um encontro casual.

“Podemos começar em seiza”, a Sra. Inokawa se inclinou para sussurrar conspiratoriamente, “mas depois que todos tiverem bebido um pouco, ninguém vai notar se movermos as pernas para o lado e sentarmos sobre nossos traseiros”.

Surpresa pela simpatia e camaradagem na voz da outra mulher, Cleo olhou para cima e viu calor genuíno em seus olhos. Ótimo. Como se toda a situação com Dante não fosse ruim o suficiente, ela tinha ido e julgado completamente mal a Sra. Inokawa também.

“Eu gostaria disso”, ela disse com um sorriso aguado. “Tenho um joelho ruim. Não sei quanto tempo ele vai aguentar se eu ficar sentada assim por muito tempo.”

“Não se preocupe,” disse a Sra. Inokawa com um rápido tapinha na mão de Cleo. “Não vai demorar muito para que as cervejas comecem a fazer efeito.”

Cleo riu quando a outra mulher piscou dramaticamente e começou a pensar que talvez aquela noite inteira não fosse um calvário tão grande assim.

Quinze minutos depois, seu joelho gritava em agonia, ela não conseguia mais sentir a parte inferior das pernas, e mais um homem havia começado outro discurso longo e prolixo. Ela reprimiu um gemido e desejou que houvesse alguma maneira discreta de mover as pernas para fora de suas coxas sem chamar a atenção de todos para o movimento. Ela estava muito ciente dos olhares que Dante estava lançando em sua direção e lutou para manter seu rosto impassível, mesmo quando sentia vontade de chorar.

Finalmente, todos levantaram seus pequenos copos de cerveja e os seguraram no alto. O orador disse mais algumas coisas antes de terminar com uma palavra que Cleo estava felizmente familiarizada.

“Kanpai!” Ele gritou a versão japonesa de “Cheers”, e todos seguiram o exemplo.

“Kanpai!” Houve risadas altas e masculinas — Cleo e a Sra. Inokawa eram as únicas mulheres presentes — enquanto todos brindavam e começavam a beber.

“Está tudo bem se você mover as pernas para o lado agora”, sussurrou a Sra. Inokawa, obviamente sentindo sua angústia.

"Acho que não consigo mover minhas pernas", Cleo sussurrou de volta, enquanto tentava dolorosamente mudar de posição sem gritar.

"Daijoubu?", perguntou a mulher, e Cleo reconheceu a pergunta — que ela tinha ouvido com frequência ao longo da semana — como "Você está bem?". Ela deu de ombros, miserável.

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