Um Ato de Amor

Capítulo 6

Com Nicolas

Lavínia não parou de chorar pedindo a mamãe.

Foram para o hospital, fizeram todos os exames de saúde em Lavínia e tiveram que dar um calmante.

A médica diz: "Ela está perfeita de saúde, não tem nenhuma marca de maus-tratos. A minha única preocupação é que temos suspeitas de que ela sofre de transtorno do espectro autista. O senhor tem que ir com ela aos especialistas para que eles descubram se essa suspeita está correta."

Nicolas falou: "Mas quais são os especialistas?"

A médica falou: "Neurologista, psicólogo, terapia ocupacional, fonoaudióloga. É primordial que ela passe por esses especialistas para o diagnóstico."

Provavelmente, vão lhe falar lá que ela vai precisar estar na creche para a socialização dela.

Nicolas falou: "Ok, vou procurar tudo para minha princesa. O que ela precisar, obrigada. Posso vê-la?"

A médica falou: "Sim, senhor. Demos um calmante para que ela possa ficar mais calma."

A médica: "Receitei um remédio, se for preciso. Ela está de alta."

Nicolas: "Mais uma vez, obrigada."

A médica: "Por nada, senhor."

Nicolas entrou para ver Lavínia, que estava dormindo. Ele a pegou no colo, saiu do quarto, passou pela recepção do hospital, pagou, assinou os documentos de alta e saiu com Lavínia nos braços, dormindo. Ele a levou para casa.

Chegando em casa, Lavínia acordou. Ao se deparar com sua nova realidade, começou a chorar novamente, chamando: "Mama Sa."

Nicolas escutou aquilo e falou: "Sua mãe é Angela, Anni, não essa mulher estranha."

Lavínia respondeu: "Não, não, mama é Sa, é Vínia."

Nicolas pôs a mão na cabeça e disse: "Ai, senhor, o que essa mulher fez com a minha filha?"

Lavínia respondeu: carinho. Lavínia falou de um jeito que até Nicolas se surpreendeu, pois ela não fala quase nada.

Marco chegou e pediu os documentos de Nicolas para dar entrada na certidão de nascimento, identidade e CPF de Lavínia.

Marco disse: "O nome é Anni Nexi Vimes."

Nisso, vem Lavínia correndo e diz: "Vínia."

Nicolas fala para Marco: "Coloca o nome que aquela mulher deu: Lavínia Anni Nexi Vimes."

Marco falou: "Tá bom."

Marco disse: "Oi, pequena."

Lavínia, ainda com cara de choro, diz quer "mama Sá".

Aquilo cortou o coração de Marco e de Nicolas, porém Nicolas se manteve firme, durão e frio.

Marco falou: "Deixa ela ver a moça."

Nicolas disse: "Não, por mim, nunca mais ela vê essa mulher."

Lavínia saiu chorando.

Marco falou: "Cara, seja mais leve perto dela. Ela, apesar da suspeita de transtorno, entende tudo. Tente ficar mais esperto, pois li que as crianças com esse transtorno podem entrar em depressão."

Nicolas disse: "Você falou certo. Suspeita. Acredito que a minha filha não tenha nada disso; tudo isso foi aquela mulher que causou problemas por esconder a garota."

Já se passou um mês.

Sam estava depressiva por causa da Lavínia e também desenvolveu ansiedade.

Ela se sentia muito mal, e seus familiares foram ficar com ela. Sara estava muito preocupada, conversando com Sérgio sobre a possibilidade de procurar o pai da Lavínia e explicar toda a situação para que ele deixasse Samanta ver Lavínia.

Sérgio disse: "Ele nunca vai deixar; é capaz de mandar prendê-la."

Sara disse: "Eu tenho que fazer alguma coisa pela nossa filha e pela nossa neta. Elas estão sofrendo. Tenho certeza de que Lavínia, minha princesa, está sofrendo." Nesse momento, ouviram bater na porta.

Sara foi atender um senhor de terno fino, que se apresentou com o nome de Raul.

Raul disse: "Sou motorista do senhor Virmes. Vim buscar a senhorita Samanta para ver Lavínia a mando do meu patrão."

Samanta escutou, levantou do sofá praticamente correndo e foi até o homem e falou: "Eu vou só me arrumar, vou colocar um short e um casaco e já volto", pois ela estava de pijama, calça e blusa de manga longa.

Com o rosto inchado de tanto chorar, o homem sentiu pena do desespero dela.

Sara disse: "Eu vou com você."

Raul disse: "Desculpe, senhora, mas meu patrão foi bem claro: só quem pode ir, a pediatra, a amiga da sua filha, e a sua filha são as que podem ir lá agora."

Nisso, Gabriela estava chegando para fazer uma visita a Samanta, escutou e falou: "Está tudo bem com a pequena?" Samanta veio correndo e também fez a mesma pergunta ao mesmo tempo que Gabriela.

Raul disse: "Não sei, senhoritas, só recebi ordem para buscar vocês duas."

Gabriela disse: "Ok, nós vamos, obrigada."

Samanta saiu correndo outra vez para seu quarto, como uma doida, para se arrumar com medo de Raul ir embora. Mal sabia ela que ele só podia sair de lá com elas.

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