O Hotel Vernes*

Capítulo 14

Marian se despediu de dona Letícia, agradeceu muito a ela e foi com o carro de Letícia, que tinha vidro fumê, então não dava para ver ela com Antonella.

Marian estava com todos os documentos na bolsa, pois não os tirava com medo de Antonella passar mal e ainda ter que ir em casa buscar os documentos da pequena (caso não estivesse em casa, como, por exemplo, trabalhando na pousada).

Quando chegou na cidade, foi direto para a casa de Luz, que já estava de noite.

Chegando lá, ela bateu na porta. Luz abriu e ficou super contente e surpresa, dizendo: "Nossa, que princesa essa menina! Nossa, como ela é parecida com o pai! Que saudades, amiga."

Antonella: "Oi, tia Lu!"

Luz: "Ganhou meu coração, vou chorar!"

Marian: "Como sinto falta de você! Antonella conhece todos: a tia, o tio, o pai e o vovô."

Marian - Luz, não vou mentir, eu estou com problemas. Na verdade, não iria voltar, porém estou com um problema. O Leon sempre gostou de mim na adolescência; eu sabia, mas achei que já tivesse me esquecido. Agora que voltei para lá, acredito que ele tenha se feito de meu amigo. Acredito que esse sentimento dele por mim piorou ainda mais por tudo que ele fez.

Marian continua, agora parando para refletir. Ele está fanático. Nunca dei bola para ele como homem, e sim como amigo. Agora vejo que errei, porque, estando sozinha, me apeguei à amizade dele. Aí ela contou desde o início a história.

Luz - Que doido! Pior de tudo é que, além de matar sua avó, acho que ela descobriu alguma coisa forte dele, algum podre. Ele ainda afetou esse anjinho, amiga.

Marian - Sim, e eu fui uma tremenda idiota por achar que ele só queria minha amizade.

Luz - Não se sinta assim, amiga. Ele é psicopata, e você foi ótima ao tirar a pequena e você do perigo.

Luz - Marian, eu preciso te contar uma coisa, e você pode ficar muito brava comigo. Contou toda a história do acidente com Ayrton.

Marian - Então, ele (Antony) nunca me deixou, Luz?

Luz - Não, amiga. Ele, até hoje, é louco por você. Saiu dos hotéis, e o pai dele o internou em uma clínica de reabilitação por causa da bebida.

Marian - Ai, como poderia ter sido tudo diferente se você me contasse o que tinha acontecido, amiga? Eu privei minha filha de ter contato com o pai dela, achando que ele só queria brincar comigo. Tem noção?

Luz - Eu sei, amiga, e fui te contar, mas foi no dia em que você foi embora. Depois, não consegui mais contato com você.

Marian - Eu vendi meu celular, pois não queria mais falar com Antony, e fiquei com medo de te ligar e você me dizer que ele estava com outra mulher. Eu ficaria muito mal.

Luz - Poxa, passou três dias e você foi para o interior. Antony chegou e foi direto te procurar com um buquê de flores. Ele te ama, amiga, e não conseguiu te esquecer.

Marian - Eu também não consegui esquecer ele. Amo ele.

Marian - Luz, estou chateada, mas também já aconteceu, e eu acho que tinha que acontecer assim. Então, te perdoo.

Luz - Abraçou ela. Luz - Obrigada, amiga! Você não sabe o peso que tirou de mim. Você vai falar com Antony?

Marian - Eu quero, mas tenho medo do que Leon possa fazer com ele se descobrir que estou aqui.

Luz - Acho que você tem que contar para ele, e ele decide o que vai fazer. Não se esqueça que ele tem dinheiro; pode mandar esse idiota pelos ares.

Marian - Vou pensar, Luz.

Marian - Por enquanto, não conte a ninguém que estou aqui, por favor.

Luz - Tá bom, amiga.

Luz acomodou elas em um dos quartos. Luz parecia uma criança de tão feliz por ver novamente Marian, que está com sua sobrinha Antonella.

Antonella: Mamãe, a tia Lu é boazinha.

Marian: Sim, sua tia Lu é boazinha, mas é muito doida.

E Luz deu um tapa no braço da Marian e começou a rir.