Azib estacionou o veículo estilo SUV próximo da entrada principal do quartel da aeronáutica da aliança mundial, onde sua filha ingressaria na carreira militar. A aliança mundial foi criada após uma grande força terrorista surgir, criando diversos conflitos bélicos por territórios onde havia exploração de petróleo. Diversos países se uniram a aliança como forma de proteger seus territórios de invasões. Porém, as maiores zonas de conflitos ainda se arrastavam por anos no território do oriente médio.
O homem de cabelos escuros e barba farta desligou o veículo e observou a filha:
— Maya, se quiser, você ainda pode desistir. - O homem falou na esperança da filha desistir de fazer aquela loucura.
— Não, baba, eu vou e serei a melhor. - Maya sorriu. - E bem, estamos em uma zona neutra, vou treinar com calma e a cada vinte dias irei para casa para passar um tempo com o senhor e a mama.
— Eu sei, filha, eu prometi a mim mesmo que seria forte, mas você é a minha primogênita, não quero que nada de mal ocorra a você.
— Não vai acontecer, e se lembre, estou fazendo isso para ajudar os nossos irmãos que não conseguiram fugir da guerra.
— Você tem um grande coração, minha filha. Que Allah te abençoe e que você consiga cumprir essa jornada e alcançar o sucesso que tanto deseja.
Maya recebeu um abraço do pai e juntos saíram do carro, onde Azib entregou a bolsa de viagem para ela e observou a filha entrar no complexo com o coração apertado. Ele esperava que nos primeiros meses de treinamento a sua primogênita desistisse e voltasse para casa para ajudá-lo com os negócios da família; mesmo sabendo, que Maya havia nascido para ajudar as pessoas e não para ficar em uma gaiola de ouro.
Assim que ela sumiu do seu campo de visão, ele voltou para o carro e fez o caminho de volta para casa.
A jovem recruta havia recebido instruções de onde era o alojamento e o horário que deveria comparecer no pátio para receber as primeiras instruções. O complexo contava com diversos blocos e alojamentos, sendo o primeiro o local onde os recrutas ficavam. Sendo dividido em bloco feminino e masculino.
Não estava sendo fácil para ela tomar essa decisão, mas em seu coração, ela sentia que tinha que seguir em frente. Maya já usava o uniforme dos aspirantes que havia pegado uma semana antes quando terminou de realizar a sua matrícula. Mesmo sendo o primeiro dia dos aspirantes, o local ainda parecia vazio, o que a fez checar o relógio para verificar se não estava atrasada, foi então que sentiu que esbarrou em alguém.
Ao olhar para cima, ela encontrou um par de olhos azuis penetrantes e afiados:
— Perdão, não prestei atenção. - A voz do jovem soou firme e educada.
— Eu que peço desculpas. - Maya falou desconcertada, se recordando que aquele era o mesmo rapaz da sua formatura.
— Primeiro dia?
— Ah, sim. - Ela respondeu sem jeito.
— Eu sou Theron Archer, atualmente, suboficial. E você?
— Maya Fahd, recruta, senhor. - Ela o cumprimenta com continência, o que faz Theron rir.
— Bem-vinda, Maya. Se está procurando alojamento feminino é só seguir até o fim do corredor e virar à esquerda. Como está chegando, seu quarto deve ser no terceiro andar.
— Obrigada, senhor. - Maya já ia começar a caminhar quando ouviu a voz de Theron.
— Espere, acho que já te vi antes.
— Nos vimos na formatura do colégio San Martin há alguns meses. - Maya sentiu seu coração palpitar.
— Ah, sim, agora me recordo. - Ele sorriu. - Bem, tenho que ir agora. Nos vemos nas aulas.
Theron passou a caminhar na direção contrária de Maya, que acabou sorrindo ao saber que aquele belo rapaz ainda se lembrava dela. Até vê-lo na festa, ela nunca tinha tido a atenção despertada por nenhum outro homem. Foi então que ela se lembrou da história da sua mãe, que soube que seu pai era o homem com quem ela passaria o resto da vida porque no dia que o viu pela primeira vez, a sua atenção foi automaticamente chamada para ela.
Com a história da mãe em mente, ela seguiu o caminho que Theron havia indicado e ele realmente estava certo, seu quarto ficava no terceiro andar e no meio do corredor. Assim que chegou próximo da porta indicada, ela encontrou uma jovem de cabelos cor de avelã e olhos escuros:
— Você também está nesse quarto? - A jovem indicou a porta.
— Sim. - Maya respondeu mostrando a ficha onde havia o número do quarto.
— Ah, graças a Deus. - A jovem falou aliviada. - Ao que parece, seremos colegas de quarto. - Ela sorriu. - Eu sou Luma Zafar, sua colega de quarto.
— Prazer Luma, eu sou Maya Fahd. Vamos entrar?
— Claro!
Maya pegou a chave que estava no envelope que recebeu na entrada e encaixou na fechadura, abrindo a porta e entrando no cômodo, seguida de Luma:
— Achei que seria pior. - Luma falou ao fechar a porta atrás de si. - Meus colegas falaram que eu teria que dormir em uma barraca.
— Oi? - Maya se virou surpresa para a colega de quarto. - Você não visitou o complexo antes?
— Nada, vim do interior direto para o primeiro dia. De qual lado quer ficar?
— Qualquer um. - Maya deu de ombros.
— Você veio aqui antes? - Luma depositou a mala na cama do lado esquerdo.
— Sim, minha família mora em uma cidade vizinha, então visitei o complexo quando vim buscar o uniforme.
— Você parece ter uma vida boa, por que veio parar aqui?
— Sempre quis ser piloto de avião, mas quis fazer algo mais me alistando. E você?
— Vim pelo dinheiro. - A jovem de cabelos avelã respondeu displicente. - Eu e minha mãe somos refugiadas e bem, eu precisava de dinheiro e infelizmente há muito preconceito com refugiados, principalmente no interior, por isso resolvi me alistar, já que o preconceito na aliança é menor.
— Sim, ao menos nesse local aceitam pessoas de todas as etnias. - Maya suspirou e se aproximou da janela. - Eu só gostaria que essa guerra acabasse logo.
Ela observou o céu através da pequena janela e pode ver ao longe os aviões-caça realizando o voo tranquilamente no espaço aéreo. Em breve, ela estaria ali, pilotando uma daquelas máquinas e trabalhando ativamente para dar um fim no conflito que se arrastava por anos. Tudo o que ela queria é que seus irmãos tivessem um futuro livre, e seguro, e que seus pais pudessem desfrutar de uma velhice tranquila; que pessoas como Luma, nunca perdessem os seus lares.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Cristiane Ferreiraggnhshu
porque não coloca fotos dos personagens??
2024-08-10
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