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Capítulo 17

P O V ALEMÃO

SÁBADO

06:23 PM

RIO DE JANEIRO 📍

Radinho on:

Eu: quero os aviãozinho tudo em seus devidos lugares, quero também cada vendedor em seu beco, quero tudo organizado e sem nenhuma confusão no baile - falei pelo radinho enquanto observava a mina dormi

Xxxx: certo patrão, tá tudo como o senhor gosta- escutei a voz do vapor e logo desliguei a frequência

Radinho off:

Ja tinha mais de meia hora que eu estava ali passando as ordens pelo radinho, e já tinha basicamente 5h que eu estava aqui nesse hospital com a mina.

Sou um monstro eu sei, mais jamais ia deixar a menina sozinha no estado que estava, ela iria ficar de observação hoje, e se tudo corresse bem ela amanhã cedo iria ir embora.

Mais se ouvesse complicação ela teria que se internar, eu faço o que posso pelo posto, to ligado que nem todo mundo tem condições de pagar um hospital particular ou os kralho.

Então aqui eu coloco e coloquei tudo que um hospital precisa, porém o que não facilita muito e os médicos, o preconceito e grande ninguém quer subir o morro e cuidar de favelados como eles mesmo gosta de chamar.

Pelo que puxei da Bella, ela está no começo de um câncer, descobriu não tem nem uma semana já começou o tratamento e pelo visto já começou a fazer visitas no hospital.

A mina era linda pra kralho, me encantou de uma forma que jamais iria conseguir explicar, não sei que porra e essa mais não faço questão de descobrir!

Até chegou uns dois amigos dela pra ficar com ela, uma eu conheço direito e reto vejo ela nos bailes junto com o menino que tinha um caso com um dos meus vapores, mais logo mandei eles caçar o rumo deles que quem iria ficar ali era eu.

Eu não tinha nada pra resolver na boca, eu vivia ali dentro, fazia tudo mal saia pro lado de fora a não ser que seja algo de extrema importância, então quase não tinha coisa pra mim resolve.

Porém entre ficar na boca trancado e ficar aqui observando a linda morena na minha frente, eu preferia a segunda opção....

Ela me encheu de perguntas, algumas eu respondia e outras nem sempre, porém escutar sua voz doce era o melhor som que meus ouvidos já havia escutado.

Léo: demorei mais cheguei - escutei Leonardo falar assim que chegou dentro do quarto

Seu olhar foi direto pra preta na minha frente, seu rosto mostrava cansaço, medo angústia era nítido saber que ele não estava bem.

Conheço ele desde que cheguei aqui no morro, aliás não tinha ninguém que não conhecia ele, homi foda pra kralho trabalhou duro todos esses anos pra cuidar das duas filhas sozinho eu admirava ele de mais.

Se eu não tivesse entrado nessa vida eu iria querer ser igual a ele, lutar pelo bem estar da minha família, falo isso porque eu sei que se tratando do que eu faço jamais vou entrar num relacionamento ou montar uma família.

Isso aqui e tudo muito perigoso, não quero colocar um filho em perigo muito menos uma mulher em perigo por minha causa, inimigos quando querem te atingir pra conseguir o que quer eles vão no seu ponto mais fraco as pessoas que você ama!

Porém se eu for depender das mulheres desse morro eu jamais terei uma família até porque a maioria e vagabunda, querem sentar pro alemão pra ter a fama de primeira dama e do dinheiro.

Não vou generalizar até porque sei que tem muitas mina de boa índole até porque aqui e bem raro de se encontrar, mais também não vou entra na vida delas e acabar com tudo isso nunca...

Eu: preocupa não, aqui tá suave nem precisava ter vindo até porque tô ligado que acabou de chegar do trampo- falei pra ele estava alisando o cabelo da Bella

Vi uma lágrima descendo pelo seu rosto e fiquei mó desconfortável, odiava ver as pessoas chorando na minha frente, ainda mais pessoas boas como Leonardo.

Leo: a Br estava uma loucura, o trânsito agarrado um verdadeiro inferno, mal conseguir trabalhar quando a minha filha falou que a minha pequena veio pro hospital - ele falou suspirando fundo - eu só não vim na hora porque eu já chego tarde no serviço quando e dia dela fazer os tratamento - completou e veio sentar do meu lado

Eu: ta suave pow, aqui foi tranquilo, conversamos a tarde toda e como ela sentiu dor os médicos aplicaram o remédio e logo ela dormiu - falei olhando seu lindo rosto marcado pelo sono

Leo: obrigado por ter ficado aqui e por ter ajudado a minha filha, tenho nem como agradecer ainda mais sabendo que você parou seus trem pra passar a tarde aqui - ele falou e eu neguei com a cabeça

Eu sempre troquei uma ideia bacana ele, quando eu cheguei e as passava noites acordado era com ele que eu conversava, quando eu entrei pra esse mundo ele conversou bastante comigo porém já era tarde de mais.

Na época ele foi o único que não me julgou, da primeira vez que conversamos ele quis entender o meu lado da história, jamais iria contar porém ele me contou a sua história e só assim fui capaz de contar a minha.

Quando contei esperei pelos xingamentos, esperei me chamar de demônio assim como todos os outros fazia, porém não...

Ele me puxou pra um abraço e falou que acreditava em mim, que era nítido no meu rosto a dor que tudo aquilo me causava, ele me apoiou bastante e sempre falava comigo.

Ele era a única pessoa assim que eu ainda tratava bem, quando assumi o morro sempre deixei claro pra ele que qualquer coisa que precisasse poderia contar comigo.

Graças a Deus nunca precisou mais se um dia chegar de precisar eu sempre estarei aqui pro que der e vier, Leo e um homem forte merece ter alguém na vida.

Queria que minha mãe tivesse encontrado um cara como ele, que valorizasse a família que sempre cuidasse dela, não falo de mim até porque o amor da minha mãe sempre foi o suficiente, mais que amasse ela e a respeitasse.

Eu: te falei que sempre que precisasse eu estaria aqui, você me ajudou muito e eu estarei sempre aqui- falei batendo em seu ombro

.......

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