Convite

Em apenas um dia, eu já estava desconfiando da minha “parceira”. Talvez eu mesmo devesse buscar e descobrir quem ela era. Sei que Arthuro não contrataria uma pessoa suspeita, mas seria melhor garantir.

— Está saindo! — ela se levantou imediatamente, e entramos no carro depois que ele passou a uma distância segura.

Mesmo com carteira de motorista, a deixei dirigir. Não sei, apenas decidi assim. A primeira parada dele, não foi muito longe do lugar onde estava anteriormente. Era um restaurante, mas não conseguimos entrar, pois era obrigatório ter uma reserva.

Arlan saiu com uma mulher de lá, que não era sua esposa. Ela estava bem vestida, mas algo parecia estranho.

— É a amante dele. — Celine disse.

— Como pode ter tanta certeza? — ela disse com convicção, então queria saber como tinha certeza disso.

— Ele é famoso, então não tem como ele passar despercebido. Comprou alguns paparazzis para não divulgar suas fotos com a amante, mas nem todos cederam. Teve uma pessoa que divulgou a foto deles em uma página, eu vi a matéria, mas foi derrubada em menos de uma hora. E a pessoa que fez isso, ninguém sabe o que aconteceu com ele. — ela estava tão séria, Celine realmente tem habilidades.

— Então, vamos investigar essa mulher também. — entramos em acordo de fazer isso.

O resto do caminho de Arlan, não foi interessante. Eram apenas lugares aonde casais iriam. Tirei algumas fotos para mandar a sua esposa.

— Ah, devo te contar que você já foi preso? — o que ela disse me deixou em choque de repente.

— Como é? — ela riu de mim.

— Você sabe que ser um investigador particular, não te livra da justiça, certo? Tirar fotos ilegalmente continua sendo um crime. Você foi preso por isso, mas Arthuro pagou sua fiança. Me lembro que você ficou na capa dos jornais por dois dias. — bom, era algo meio óbvio, mas não pensei sobre.

— Pelo visto, realmente sabe muito sobre mim. — ela não me respondeu.

Decidimos voltar a empresa depois que Arlan voltou para casa, e não saiu por mais de duas horas. Eram nove da noite, as pessoas ainda estavam trabalhando. Arthuro apareceu, puxando Celine e eu.

— Vamos apenas hoje… é para comemorar a sua volta, e a chegada da Celine a empresa! — ele nos olhou como se tivesse implorando.

Olhei para Celine, que respirou fundo e disse:

— Tudo bem, eu vou. — então Arthuro se virou para mim, e eu apenas concordei com a cabeça.

Acho que Celine se sentiu pressionada, até mesmo eu me senti assim. Queria perguntar, mas logo, ela já parecia animada para ir. Após trinta minutos, saímos para o bar e restaurante onde aconteceria essa quase confraternização. Celine se sentou longe de mim, em outra mesa. Arthuro ficou ao meu lado. As pessoas que estavam na mesa que nós, pareciam me conhecer bem.

— Haha, mas fiquei realmente surpreso! Ela me disse querer terminar do nada, mas no final eu descobri que fui traído, então já estou bem. — estava desinteressante, eles estavam bebendo sem parar, e falando sobre suas vidas amorosas.

Até que em um momento, eu virei o alvo.

— E você, César? Sei que não se lembra dela, mas investigará o que aconteceu com a sua namorada? — uma das pessoas me perguntou.

Ele falou tão alto, que todos ouviram, e o silêncio se fez presente. Minha resposta parecia ser muito aguardada por todos, mas, eu senti novamente um olhar matador. Meus instintos me fizeram olhar para a outra mesa, mas não havia nada.

— Não precisa respon-… — Arthuro ia dizer algo, mas eu interferi.

— Obviamente vou investigar o que aconteceu. — tomei um gole da minha bebida, mostrando que estava bem.

Todos permaneceram em silêncio, até que Arthuro tentou mudar de assunto. O resto da noite foi como o esperado, todos beberam em excesso, um completo caos. Fiquei surpreso, pois uma mulher apareceu para buscar Arthuro, ela disse ser sua namorada. Foi quando percebi ser melhor não ficar na casa dele nesse dia.

Quando eu estava saindo, encontrei Celine na calçada. Ela estava olhando para o céu.

— Vi você saindo há um tempo, achei que já estava na sua casa. — eu disse.

Ela olhou para mim.

— Eu estive pensando em algo após ouvir suas palavras de antes. Quero te ajudar a descobrir quem matou a Aisha! — ela estava determinada.

— Você é minha vizinha, não é? Conhecia a Aisha? — quase me esqueci desse detalhe.

— Um pouco? Era tipo isso, sempre a via quando ia ao mercado perto de casa. — ela foi até o meu carro. — Vai me dar uma carona, certo? Estamos indo para o mesmo lugar, afinal. Estou com uma cópia da sua chave, Arthuro deixou comigo para limpar uma vez por semana.

Ela veio com Arthuro, e eu mesmo decidi dirigir sozinho o meu carro, seguindo eles, já que não tinha certeza de como chegar lá. Parecia até mais natural dirigir, não é como se eu tivesse esquecido de coisas assim.

— Sim, pode voltar comigo. — seria bom perguntar mais detalhes sobre Aisha.

Entramos no carro, mas não tive coragem de perguntar algo sobre o assunto, até que chegamos ao apartamento, subimos juntos, e então, paramos diante das duas portas. Queria entrar, mas a dúvida estava me deixando ansioso.

— Celine, posso te convidar para-… — ela me respondeu antes que eu terminasse a pergunta.

— Eu adoraria! — fiquei em choque por alguns segundos, mas abri a porta, e ela entrou comigo.

Celine colocou sua bolsa no sofá, e então se sentou. Fiz o mesmo, e ficamos em silêncio. Meu convite era para comer algo, e evitar ressaca, mas acabei nem tendo certeza.

— Você pode perguntar o que quiser, ela era sua namorada, não vou ficar incomodada. — Ela se levantou. — Ainda tem algumas coisas na sua geladeira, pois você ficou fora mais ou menos umas duas semanas. Prepararei algo!

Ela estava pegando tudo corretamente, como se já estivesse acostumada com a casa. Foi estranho, quando vi algo perto dela, ao menos pareceu haver alguém a mais, mas foi fruto da minha imaginação.

— Celine, como sabe onde está cada coisa da minha casa? Até mesmo talheres e outras coisas… — definitivamente era estranho, por isso perguntei.

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