ecos da noite.

Maria

A música ainda vibrava no meu peito, mesmo depois de tudo. O beijo, o olhar dele, a forma como evaporou… aquilo me deixou travada. A respiração curta, o coração disparado. Eu estava parada no meio da pista, como se o mundo tivesse ficado em câmera lenta só pra me lembrar que aquilo foi real.

Heloisa: MARIAAA! — a voz da Heloísa me puxou de volta à terra. Ela vinha rindo, com o batom um pouco borrado, e um brilho no olhar de quem percebeu que perdeu alguma coisa muito boa.

Heloisa; Tá tudo bem? Você tá com uma cara...

Maria: Eu tô bem — cortei, forçando um sorriso. Peguei no braço dela com carinho. — Mas preciso respirar um pouco. Coisas demais acontecendo aqui dentro.

Heloisa: Eu vi ele… aquele homem de terno. MARIA, ele era um sonho! Quem era? De onde surgiu? Ele era real mesmo?

Eu soltei uma risadinha baixa, e pela primeira vez naquela noite, relaxei um pouco.

Maria: Real demais… e perigoso demais também.

Heloisa: Perigoso do tipo “má influência” ou “máfia italiana”?

Maria: Heloísa!

Heloisa: Tá, tá. Você não vai contar agora. Mas eu vou descobrir. Vamos embora?

Cheguei em casa com os saltos na mão e os pensamentos na lua. Mas mal coloquei o pé dentro da casa e ouvi o barraco começando.

Elisa: MAS OLHA QUEM RESOLVEU APARECER! — Elisa estava de braços cruzados no meio da sala. Com o cabelo preso de qualquer jeito. — A princesinha chegou!

Maria: Elisa, não começa…

Elisa: Onde você tava, hein? Se esfregando por aí com esse vestido de piranha? Acha bonito sair assim e voltar quase de manhã?

Maria: Não é da sua conta — respondi, firme, mas ainda tentando manter a calma.

Elisa: Claro que é! Enquanto eu tô aqui, você tá desfilando peito e perna como se fosse alguma coisa! Tá pensando que é quem? Uma estrela? Uma modelo?

Fechei os olhos por um segundo, só pra não retrucar com tudo o que estava entalado na garganta. A verdade é que as palavras dela me machucavam não porque eram verdade, mas porque vinham de alguém que só sabia gritar, e nunca escutar.

Maria; Eu só queria sair um pouco, me distrair. Isso é crime agora?

Ela bufou, me lançou um olhar de desprezo.

Entrei no quarto, fechei a porta devagar. Encostei a cabeça e respirei fundo.

Eu não sabia o que era pior: o beijo do desconhecido que parecia ter mexido com tudo dentro de mim... ou o peso de voltar pra uma casa onde ninguém se importava com quem eu era de verdade.

Pierre

Saí de perto dela como se tivesse evaporado. E era exatamente isso que eu queria que parecesse.

Mas eu não fui embora.

Fiquei na área VIP, em cima, observando. O copo de uísque na mão, o olhar fixo naquela garota com um vestido vermelho que ainda fazia meu corpo inteiro pulsar. Ela estava confusa. Dava pra ver nos olhos, nos movimentos. Como se tivesse sido puxada pra fora do mundo dela e jogada direto no meu.

Uma amiga dela chegou. Sorridente, falante. Maria tentou disfarçar, tentou parecer normal, mas eu sei reconhecer quando alguém foi marcado. E eu marquei ela.

O problema… é que ela também me marcou.

E isso, pra mim, é um risco.

Eu deveria ter ido embora. Esquecido.

Mas eu ainda estava ali.

O erro já tinha começado.

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Comments

Ana M. Mattos

Ana M. Mattos

Bah que história confusa mas vou ver o que acontece

2024-08-19

2

Elenic Matos

Elenic Matos

ela é muito besta,fica sofrendo na casa da irmã podendo ir morar com a amiga dela

2024-08-13

11

Marta Monteiro

Marta Monteiro

confuso 🤔🧐🤨

2024-07-24

4

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