(6) "Encontro de Forças"

Mark

Fico paralisado ao ver a cena dela literalmente laçando meu drone, como se fosse um dos seus bois.

— Quem essa garota pensa que é? — murmuro, perplexo.

Mas então, um sorriso desponta em meus lábios.

— Sua pequena tola, agora eu te peguei — digo, olhando para ela em sua propriedade.

Decidido, caminho em direção à cerca que separa nossas terras. Observo-a descer do cavalo e abaixar-se para pegar meu drone. Aquele garoto matuto está ao lado dela, acompanhado de um senhor. O sol está forte enquanto continuo caminhando, e a brisa agita meus cabelos.

Vejo ela gesticulando e dizendo algo para o senhor e o garoto. Os dois montam em seus cavalos e começam a levar os animais para longe. Viro-me para meus homens que me seguem e digo:

— Podem me esperar aqui. Eu já volto.

Eles assentem, e eu chego próximo à cerca. Ela me olha, e não posso deixar de notar sua beleza. Confesso que, apesar da situação, há algo de cativante nela.

— Eu avisei para tirar essa geringonça de cima da minha propriedade. Você não me ouviu, então olha só o que fui obrigada a fazer — diz ela, vindo em minha direção com o drone em mãos.

A observo em silêncio por um momento, depois passo pela cerca com cuidado para não me arranhar no arame farpado.

— O que pensa que está fazendo!? — ela diz, espantada.

— Estou passando para o seu lado. Preciso pegar meu drone, não é mesmo? — digo, já tendo passado a cerca e encarando-a fixamente.

— Tome. Não precisava passar desse lado para pegar ele — responde, estendendo o drone para mim.

Sorrio e decido colocar minha ideia em ação:

— Sabia que esse drone que você destruiu é absurdamente caro? Já que você não quer vender suas terras, terá que ao menos pagar pelo drone, Ema.

Ela me olha com o cenho franzido e diz:

— Qual é o seu problema? Eu não vou pagar nada! Você estava assustando meus animais com isso, e ele estava sobre minhas terras.

Suspiro profundamente, mantendo a calma.

— Ele não pousou na sua terra. Estava nos ares, até você o abater. E não tenho culpa se seus bichos se assustaram. Eu só quero ser ressarcido pela perda do meu drone, garota.

Ela cruza os braços, a postura firme.

— Olha, Mark, não vou discutir. Você invadiu meu espaço, assustou meu gado, e eu tomei uma atitude. Se você quer discutir isso legalmente, esteja à vontade. Mas eu não vou te pagar um centavo.

A determinação em seus olhos é inabalável. Decido tentar uma abordagem diferente, suavizando o tom.

— Ema, não quero brigar. Mas precisamos resolver isso de alguma forma. Talvez possamos encontrar uma solução que não envolva tribunais.

Ela parece considerar por um momento, mas sua expressão permanece tensa.

— E qual seria essa solução?

Aproveito a abertura, escolhendo minhas palavras com cuidado.

— Um jantar. Aceita?

Vejo a respiração dela ficar irregular, e Ema me olha incrédula, dizendo:

— Está falando sério? Você tem algum problema, não é? Primeiro quer comprar minhas terras, depois causa toda essa confusão com seu drone. E agora quer que eu jante com você? Sério acha que eu sou alguma idiota?

Mantenho a calma, segurando seu olhar.

— Não, Ema, não acho que você seja idiota. Pelo contrário, acho que você é inteligente e forte. Justamente por isso quero conhecê-la melhor. Um jantar, apenas isso. Podemos resolver nossos problemas de uma forma civilizada.

Ela descruza os braços e coloca as mãos nos quadris, ainda desconfiada.

— E por que eu deveria aceitar jantar com você?

Dou um passo à frente, tentando demonstrar sinceridade.

— Porque acredito que temos mais em comum do que parece. E também porque acho que essa pode ser uma oportunidade para resolver nossas diferenças de forma pacífica. Eu realmente não quero confusão, Ema.

Ela pondera por um momento, os olhos ainda fixos em mim, avaliando minhas intenções.

— Você é insistente — diz, suspirando. — Mas, ok, um jantar. Só um jantar. E se você me desrespeitar ou tentar alguma coisa, isso não vai acabar bem para você.

Sorrio, aliviado por ela ter aceitado.

— Combinado. Prometo me comportar. Que tal amanhã à noite?

Ela assente, ainda desconfiada, mas parece um pouco mais relaxada.

— Amanhã à noite está bem. Agora vá embora antes que eu mude de ideia.

Aceno com a cabeça e começo a me afastar, carregando o drone avariado.

— Até amanhã, Ema. Prometo que não vai se arrepender.

Enquanto volto para os meus homens, sinto uma mistura de alívio e excitação. Ema não é uma adversária fácil, mas esse jantar é o começo do meu grande plano.

Meus homens me olham curiosos quando volto.

— E aí, chefe? Tudo certo? — pergunta um deles.

— Sim, tudo certo. Temos um jantar marcado — respondo com um sorriso, já pensando nos preparativos para a noite seguinte.

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