Capítulo 14

Helena,

Tudo que aprendi na vida foi da pior forma possível. Lembro quando minha mãe dizia para mim: "Aprenda agora, do jeito certo que eu te ensino, pois a vida tem um jeito muito cruel de ensinar as coisas". Eu nunca pensei que seria tão cruel mesmo.

Deitada na cama com ele, com o seu braço em cima do meu corpo, passo a noite toda acordada chorando, imaginando como tudo poderia ter sido diferente, se eu tivesse obedecido a ela e aceitasse o meu castigo, que não ia durar nem dois dias, e logo estaria livre.

Agora estou aqui, servindo de objeto para um sádico que parece sentir mais prazer nas minhas dores e nas humilhações que ele me causa do que prazer em um relacionamento normal. Já perdi tudo: minha virgindade, minha dignidade, meus sonhos e principalmente, perdi a minha fé.

Posso até sair das mãos dele daqui uns meses, mas como será o próximo homem que me comprar? Choro baixinho, sentindo meu corpo estremecer por imaginar coisas piores que virão. No início, ele disse que gostava de punir mulheres, que mesmo que eu obedecesse, ele daria um jeito de me castigar.

E agora estou vendo que ele não estava brincando. Ele me manda ficar em um lugar e fica me olhando, para ter certeza de que não vou desobedecê-lo. Mas se algum homem se aproximar, como vou resolver essa questão, já que também não posso falar com o cara para se afastar?

“Deus, se você ainda estiver olhando aí de cima para mim, por favor, perdoa os meus pecados, perdoa por todas as vezes que eu desobedeci meus pais e as respostas que dei para minha mãe. Perdoa as vezes que xingava ela mentalmente por ela não ter feito o que eu queria. Mas se ainda se importa comigo, por favor, dá um jeito de me tirar dele, mesmo que seja tirando a minha vida.

Oro, tento como minha última arma de escapar dessa vida miserável em que estou. Continuo chorando e, quando vejo a luz do sol entrando no quarto, me viro de frente para ele. Eu o odeio tanto, seu rosto me dá tanto nojo que tenho vontade de cuspir nele.

– Bom dia, Rose, já sabe como deve me acordar, não é?

– Claro, mestre. – me enfio embaixo das cobertas e o pau dele já está quase duro. Coloco minhas mãos primeiro e depois coloco a minha boca. Ele abre a perna de cima e fecha na minha cabeça, me deixando presa, e começa a socar sua rola para dentro da minha garganta.

Já estou tão acostumada com isso que nada mais me dói, e só peço para que acabe logo, para ele me deixar em paz. Já que durante o dia, ele não parece dar tanta atenção para o sexo. Ele acelera os movimentos e para, sinto seus espermas descendo pela minha garganta e então ele retira a perna da minha cabeça.

Mas quando eu vou me levantar, sinto a dor latejante, ele apertou tão forte que agora ficou doendo.

– Hoje vou à empresa sozinho, você se comportou muito mal ontem. Você pode ficar à vontade para andar pela casa toda. Pode pedir para a cozinheira preparar o seu prato preferido, vou vir almoçar com você mais tarde.

– Obrigada, mas acho que não sou bem-vinda aqui pelas suas empregadas.

– Como assim? – percebo que, em vez de pensar, eu falei alto. – Me responda quando eu perguntar algo para você.

– No meu primeiro dia, eu fiz as refeições lá na cozinha, e elas me deram pão com manteiga e café, mas eu não gosto de café, então bebi água. No almoço foi parecido, eu me servi lá na cozinha.

Ele sai do quarto raivoso e volta com um vestido na mão. Ele o veste em mim, pega na minha mão e sai me puxando até o andar de baixo.

– ATENÇÃO A TODAS AS EMPREGADAS DA MINHA CASA. – Ele grita, e todas ficam de frente para ele de cabeça baixa. – Prestem bastante atenção ao que eu vou falar. Rose na minha casa é minha convidada, e tudo que ela mandar vocês fazerem é para fazer. Não estou pedindo, é uma ordem, já que eu pago o maldito salário de cada uma de vocês. E quem não quiser servi-la, por se achar superior a ela, a porta de saída é bem ali.

Ele aponta para a porta, todas elas e eu olhamos na mesma hora. Ele continua com o sermão e percebe que na mesa só tem um copo e um prato, como da outra vez.

– Todas estão demitidas. – ele pega o celular dele, e as meninas começam a chorar. – Parem com o choro, enxuguem suas lágrimas, e saiam da minha casa. Alô… – Ele se afasta um pouco para falar e todas elas me olham como se eu fosse a culpada de tudo.

Mas ele está perto o suficiente para ouvir qualquer gracinha que elas queiram me falar. Nessa hora eu até gosto um por cento dele, pois pelo menos ele me defende de outros que querem me fazer mal, já que ele faz pelo mundo todo.

– Podem ir, seus cargos serão ocupados por outras meninas amanhã. – Elas saem, olhando com ódio para mim. Ele me vira de frente para ele e fala: – Na hora do almoço, coloca um vestido azul, uma lingerie branca e um salto azul-marinho, vou te buscar para almoçar comigo.

– Sim, mestre. – ele levanta o meu queixo, manda eu me servir com o que eu quiser que tenha em sua cozinha, me dá um selinho carinhoso e sai de casa.

Passo os olhos em tudo, a casa é toda minha até a hora do almoço. O telefone começa a tocar, e eu atendo.

– Só uma coisa, não saia de casa até eu chegar, e nem se aproxime do canteiro de rosas, o resto, você pode explorar a casa toda. Mas ao meio-dia, quero você pronta. Ah, e não tente ligar para ninguém desse telefone, estou de olho em você pelas câmeras.

Levanto a cabeça e olho para as câmeras que tem pela casa. E confirmo com ele. Ele desliga o telefone, e eu vou olhando os cômodos que estavam fechados da outra vez que estava explorando a casa.

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