—Amor...acorda!
Beijo o pescoço e os ombros de Suzana,ela quando apaga demora a acordar!
—Hum...Tomás, são que horas?
—Cinco em ponto.
—Ah me poupe!
Ela se cobre com o edredom.
—Suzana,levanta! O helicóptero vai partir as sete!
—Caramba Tomás! Pra quê tão cedo?
Ela se levanta revoltada, bufando de raiva, eu sei que ela odeia acordar cedo e marquei para o helicóptero nos levar até a nossa fazenda nos primeiros horários da manhã.
—Eu quero acompanhar a lida no campo,e isso tem que ser feito cedo!
Eu a agarro por trás.
—Você gosta de me ver reclamar, né?
—É porque você com raiva, transa com raiva. Sente só como fico só de pensar!
Eu me esfrego na bunda dela,e Suzana começa a rir.
—Você também sabe me amansar!
Trocamos um longo beijo e ela me arrasta pra cama.
—Agora? Vamos nos atrasar!
—Ah meu amor! Dá seu jeito, me atiçou, já era!
Depois de fazer amor, nos arrumamos e saímos do quarto,Samuca já estava pronto, Pedro viajou com Guilherme, ele continua louco, levou cinco adolescentes com ele para esquiar em Bariloche.
—Aninha...acorda princesa do papai!
—Já vou pai...não está muito cedo não? Credo!
—Para de reclamar ,Suzaninha! Vamos embora!
Partimos e encontramos Liz e o noivo no heliporto ,eles irão ver o espaço disponível para a cerimônia do casamento.
Chegamos na fazenda, os funcionários já estavam em suas funções,o meu primo Jorginho vem nos receber.
—Eh primo Tomás! Chegaram cedo! A tia Cora não veio?
—Não, viajou de novo! Desse vez está em Campos de Jordão. E o tio Zeca?
—Perguntou por você ontem mesmo.
—Mais tarde vou andar por aí visitando a família.
Jorginho administra a nossa fazenda, ele teve um breve relacionamento com a Bárbara, a prima de Suzana, ela engravidou e eles tiveram um filho que mora no Rio com a mãe. Bárbara não quis se casar com ele e até hoje Jorginho é apaixonado por ela,mas todas as vezes que eles se veem...bem,coisas acontecem! Não sei porque não se assumem de vez!
—Primo, e o pessoal que você contratou como novos caseiros, já chegaram? - pergunta Samuca.
— Já, Samuca ! E temos um problema pra você resolver em relação a isso.
—O que foi?
—Eles são pessoas que vieram de um fazenda do interior da Bahia, veio uma leva de lá para essas bandas de cá. Parece que era uma fazenda que mantinha pessoas em situação semelhante a escravidão e foi fechada.
—Eita! Vai nos dar trabalho!
—Eu fiquei com pena e os acolhi aqui, é um casal muito sofrido,quatro filhos e os menores nem registro de nascimento tem.
—Ah não! Desse jeito eles não podem ficar aqui! Temos que regularizar tudo, documentos, direitos trabalhistas...quero tudo conforme manda a lei ,Samuca! - digo
—Pode deixar,pai ! Vou cuidar disso!
Entramos na sede, o prédio é estilo colonial e não alteramos em nada a estrutura original,até porque data do início do século passado.
—Vamos tomar café, a mesa está esperando por vocês, depois iremos para o campo.
—Café colonial! Por isso amo vir pra cá, tia Suzana!
—Eu também! Não tem lugar melhor, vamos andar a cavalo depois, Liz! - diz Aninha
—Vamos sim!
Sentamos para tomar café e a família de caseiros recém chegados nos servem.
—Amor, vai com o Jorginho e o Samuca para o campo,eu vou conversar com eles. Essas crianças estão trabalhando na casa e isso não pode acontecer !
Suzana fala baixinho pra min
—Eu também percebi, eles devem estar acostumados com isso, pobres coitados!
......................
Após o café da manhã, Aninha e Liz vão cavalgar e os rapazes vão para o campo acompanhar de perto a produção de vegetais orgânicos que usamos para a nossa linha de produtos premium, que é exportada. Além do nosso projeto de criação de galinhas livres para produção de ovos.
Eu resolvi ficar e conversar com os recém chegados.
—Sentem -se por favor!
—Mas aqui, dona Suzana? Está bom de pé mesmo! - O homem me responde sem graça
—Então eu fico em pé também!
Me levanto para conversar com o casal.
—Bem, quero dizer que vocês são muito bem vindos aqui!
—Nós somos muito agradecidos! Não tínhamos pra onde ir! - diz a mulher
—Eu fiquei sabendo. Aqui é diferente de onde vocês vieram, serão tratados com respeito e dignidade,terão todos os seus direitos respeitados. Mas para isso, precisamos ajustar uns pontos.
O casal se olha assustado e em seguida me olha.
—O Jorginho nos contou que seus filhos menores não tem registro de nascimento. É verdade?
—Sim ,senhora!
—Então não estão na escola!
—Não, senhora!
—Nenhum deles nunca foi a escola?!
—Os dois mais velhos sim, a nossa menina mais velha Amália e o menino Fábio,estudaram um pouco ,só não terminaram. Agora os caçulas não conseguimos registrar.
—Por que?
—Perdemos o nosso barraco numa enchente, documentos, fotos,tudo!
—Aí sem rumo, fomos parar nessa fazenda onde ficamos uns sete anos.
—E como eles pagavam vocês?
—Ah...a gente morava numa casinha,tinha comida e em troca, eu e a minha filha cuidamos da casa ,da comida e o Geraldo e o Fabinho ficavam na lida de manhã até a quase a noite.
—Eles não pagavam um salário a vocês?!
—Não,senhora!
Eu fico horrorizada com a história deles. Sempre ouvi falar em trabalho análogo à escravidão ,mas é a primeira vez que me deparo com isso.
—Nós vamos providenciar a segunda via dos documentos de vocês e o registro das crianças, depois vocês dois irão tirar o carteira de trabalho e o seus dois filhos maiores de idade também, será tudo regulamentado e vocês receberão um salário justo por seu trabalho.
Eles sorriem um para o outro felizes da vida.
—Mas,tem uma condição!
Eles perdem o brilho do olhar,aguardando uma má notícia.
—Não quero ver essas crianças trabalhando! Lugar de criança é na escola e brincando livre por aí. Assim que os documentos estiveram prontos, os quero matriculados na escola. Vocês podem pedir pra eles ajudá-los com tarefas na casa de vocês,como lavar o copo, dobrar as próprios roupas,guarda a própria bagunça, mas nunca fazer serviços de adulto! Combinado?
—Sim, dona Suzana! Muito obrigado por tudo!
—Desculpem, não os perguntei seus nomes.
—Geraldo e Penha. Nossos filhos são Amália, Fábio, Aparecida e o José.
—Depois o meu filho Samuel irá conversar melhor com vocês. Podem voltar às suas tarefas, tenham um bom dia !
Eles se retiram com os olhares iluminados de esperança, e o que eu puder fazer para ajudar essa família a recuperar a dignidade ,eu farei!
......................
Andamos pelas fazenda e gostamos do que vemos,a produção está a todo vapor,tudo de qualidade.
—Viu Samuca!?
—Estou vendo pai ! Está uma maravilha isso aqui,hein Jorginho?
—Sim, e viram como está ficando o espaço onde as galinhas ficarão livres?
—Uma maravilha, maravilha!
O meu fica empolgado quando está aqui, é um outro Tomás. Esqueçam o bilionário famoso entre os círculos sociais mais exclusivos do Brasil, aqui ele é apenas um homem que descobriu tardiamente suas raízes fincadas no campo.
—Essa noite teremos moda de viola,hein! Vamos fazer aquele churrasco de chão que você adora! A primarada vem toda em peso!
— E a cachaça! Tem que ter a minha cachaça!
—Mas é claro,onde já seu viu moda de viola sem uma cachaça da boa?!
Começamos a retornar para a sede ,ao longe vemos Aninha e Liz cavalgando, elas acenam para nós e acenamos de volta. De repente,o cavalo de Liz se assusta e dispara, ela perde o controle,Murilo e eu corremos na frente para tentar pará-lo,mas alguém faz isso antes...
—Ei, rapaz! Calma!
Uma moça, também montada em um cavalo, emparelha no animal de Liz e consegue segurá-lo.
—Meu amor, você está bem?
Diz Murilo estendendo os braços para Liz que desce do cavalo chorando.
—Ai meu amor,que susto!
Jorginho e meu pai chegam logo atrás quase mortos e ofegantes.
—Está...tudo...bem?
—Precisa voltar aos seus treinos, pai! - Aninha debocha.
A moça desce do cavalo, ela é linda! Parece uma pintura,de tão delicada!
—Obrigado por ter ajudado a minha prima! - digo
—Não foi nada! Eu estava próxima delas.
—Qual é o seu nome?
—Amália, o meu nome é Amália!
...........Continua...........
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Lele “Lele” Almeida
Amália será o grande amor de Samuca
2025-01-20
0
blog da Vavá
já vi Amélia e samuca
2025-03-19
0
Priscila andrade
Uhhhh Aí o par do Samuca
2025-02-27
0