Ihab
Problemas, papeladas e muito estresse. Esse é o resumo da minha viagem. Não é nada fácil administrar um negócio tão grande como o meu. Trabalho com a indústria do petróleo, o maior produtor de petróleo no mundo é aqui na arábia saudita. Em Dubai para ser exato, o petróleo não é a principal fonte de renda, é responsável por apenas 7% da receita, por esses e por muitos motivos vira e mexe tenho que viajar para resolver problemas aos quais não resolveria por lá.
—O que foi? Sei que algo está acontecendo com você. -olho de soslaio. —Há! Já sei. É uma mulher. -reviro os olhos. —Só pode ser, você está todo estranho, calado, pensativo.
—Não tem mais o que fazer, ao invés de perturbar-me?
—Olha... pior que não tenho. Já resolvi todos os assuntos pendentes da minha empresa. O que me interessa é fofocar com você, fofocar sobre sua vida. -sorri idiota.
Rodrigo é meu amigo de muitos anos, nem me lembro quando nos conhecemos, faz muito tempo, sei que nele posso confiar. Brasileiro, residente em Dubai. Dono de uma das maiores empresas de aviação da região. Tem cerca de 30 anos como eu, de estatura alta, cabelos castanhos, porte atlético, somente com o corpo um pouco mais "magro" que o meu.
—Qual o nome dela?
—Não te interessa.
—Não é aquele cobra venenosa a qual iria casar, não é?
—Nunca mais ouvi falar dessa mulher e nem quero mais saber. Ela foi a pior coisa que aconteceu em minha vida. Se dei sorte ela já deve estar em outro plano.
—Hmm. Se não é ela, é outra então. Eu conheço?
Bato a mesa. Porra, que cara chato!
—Ela nao é conhecida.
—Ahan! Tem alguma na área. -dá de ombros. —Você pensou que pudesse escondê-la de mim por quanto tempo... -para por alguns instante. —É a brasileira! -solto um ar pesado. —Eu não acredito! Você é surpreendente. Quando um tempo atrás me disse que havia pensado na possibilidade de casar com uma estrangeira, eu não acreditei, mas você agiu na surdina, se casou e não convidou os amigos.
—Para de falar besteira. -abre os braços não entendendo. —Eu ainda não me casei, ainda não leu o contrato, ela não sabe de nada.
—De nada? -nego. —Mas você vai contar não é?
—Contar o que! Que vamos assinar um contrato de 3 meses, depois disso é rua pra ela? Que passei meses investigando qual mulher em todos os países seria a ideal para encaixar no meu perfil de busca, pobre, periferica, negra?
—Eu entendo que teria que buscar uma mulher que se encaixasse nesse perfil menos favorecido, mas o que tem haver com sua cor de pele?
—Você sabe como a minha vida é exposta. Principalmente as mulheres que eu me relaciono, em sites e revistas. Sobre cor de pele, eu nunca tive preconceito algum, pelo contrário, mas coincidentemente todas as mulheres que passaram em minha vida eram brancas, de cabelos escorridos.
—É o seu padrão, se relacionar com mulheres desse tipo, isso pode muito bem sim dizer sobre você, sua preferência, seu padrão estético, dá a entender muitas coisas .
—Não acho. -me sinto atraído pela beleza de Bruna, mas isso ela não precisa saber. -Eu nunca me relacionei com alguém de um padrão de classe e financeiro abaixo que o meu, para a mídia vai contar muito. Eu me casar com uma mulher com todas essas características que eu citei, irá fazer com que caia por terra todas as afirmações sobre mim, que sou soberbo, tirano e preconceituoso.
—E com isso, você vai se fazer de pobre coitado, uma pessoa digna, a margem de qualquer suspeitas, assim fazendo com que todos o admirem, que tenham respeito.
—Sim. Todos esses requisitos são de extrema importância para alguém de cargo como o meu, contratos multimilionários serão fechados a partir disso.
—Mesmo que abra o jogo com ela... -Dá de ombros. —É uma estratégia perfeita!
—Esse é o plano.
//
Chego em minha casa mais cedo do que eu imaginava, resolvi voltar um dia antes já que o trabalho terminou mais rápido. Tomei uma ducha demorada e logo desci para almoçar, aproveitei e chamei Rodrigo também. Sei que Nádia e Bruna estão na rua fazendo compras, espero que essa garota demore bastante, não faço questão de olhar em sua cara, nem ouvir aquela voz irritante. Seu jeito espivitada me irrita, seu ar de superior me irrita, aquele nariz em pé, atrevida ao me encarar, me deixa nervoso. Ah! Por Ala!
Jogo os talheres com força a mesa, até distante essa pirralha me estressa. Rodrigo pergunta-me o que houve mas desconverso, acabamos falando sobre questões de trabalho, o chamei para meu escritório e agora ele está aqui novamente me perturbado a fim de saber o rosto de Bruna.
—Só para parar de me irritar. - mostro a foto a qual é somente de seu rosto, ela está a sorrir, seu olhar é penetrante, com uma flor rosa fincada em sua orelha direita esbanja naturalidade.
—Ela é muito bonita. -olha novamente. —Não é meio novinha?
—17 anos.
—13 anos de diferença. Se deu bem hein coroa, uma novinha dessas, importante é saber se o viagra funciona.
—Deixa de ser ridículo Rodrigo. Já falei para você, a única coisa que eu quero dessa menina é que ela assine os papéis do contrato. Sem contato, sem beijo, sem relação alguma. Deixarei somente que ela se acostume um pouco mais com a casa, com os empregados, se sinta um pouco acostumada com o ambiente já que ela vai ter que comparecer a alguns eventos comigo, estar ao meu lado, eu preciso também que ela se comporte, aprenda a se comportar, se não, eu faço com que ela aprenda ao meu modo, e não vai ser no amor.
//
Estico meu pescoço, coloco uma calça a fim de descansar um pouco. Sinto muito calor, nunca consegui dormir com mais panos, então já me acostumei com essa tradição de dormir só com a parte de baixo. Verifico o horário, já está caindo à tarde, penso em Nádia e Bruna. Espero que não chegue muito tarde, não quero estresse.
Antes resolvo ir ao banheiro. Acabo recordando de exatamente dois dias atrás quando despretensiosamente entrei no quarto de Bruna para certificar-me que estava lá, quando não a vi fiquei nervoso, muito furioso em como conseguiu driblar a segurança. Então ouvi barulhos vindo de seu banheiro, sabia que estava lá, mas misteriosamente surgiu uma vontade súbita de olhar o que estava fazendo. Cuidadosamente abri um pouco a porta, engoli a seco quando a vi completamente nua, sua silhueta em formato violão fazia curvas como montes. As gotículas escorriam a pele negra recém tomada banho. Seu bumbum arredondado era empinado e perfeito.
Ah! Balanço a cabeça afastando esse pensamento, porém meu corpo dá sinal se fazendo nítido a protuberância de minha calça. Bruna! Expremo os olhos, Bruna... quando vi já estava com a mão fazendo movimentos de repetições pensando nela no corpo dela, naquela pele quente. Aquelas curvas acentuadas, me imagino tocando nelas, acariciando aqueles seios apetitosos, sugando, chupando, mordendo. Uhm. Aquela bunda gostosa, que confesso ter sido um prazer estapeá-la. Minhas mãos grossas passando por ela, arfando em meu ouvindo enquanto estoco bem forte e fundo, se derretendo em meus braços... merda!
Em rugido, explodo em minha própria mão. Essa garota quer me deixar doido. Novamente entro no chuveiro. Com o corpo lavado, também limpo todo esse pensamento ridículo que tenho com essa garota. Eu não quero e nunca vou ter nenhum tipo de relação com ela, mas não posso fingir que não tenho atração por aqueles traços, sim eu tenho e muita, mas ela... Ela eu quero distância!
Com a toalha em volta de minha cintura, saio do chuveiro, sem querer esbarro na lixeira, franzo o cenho com os vidros que saem dela. Vidros? Mas que porra é essa. Agacho-me e o dedilho. Há uma peça de moldura logo ao lado. O único quadro que eu tinha era do deserto árabe que eu havia comprado há um pouco mais de 2 meses, hum estranho, ninguém entra meu quarto quando viajo, é estritamente proibido. Alguém passou aqui, o que estava procurando?...
Arregalo os olhos quando ligo os pontos. O passaporte da estrangeira estava lá. Não acredito que essa cretina descobriu onde estava. Com toda certeza aproveitou a saída com Nádia, não iria perder a oportunidade de fugir. O ódio sobe em mim. Xingo todos os palavrões possíveis, jogo os estilhaços de vidros longe. Maldita mulher!
Rapidamente ligo para Faruk que alerta-me não ter recebido ordens para ir atrás dela, achou que não seria necessário.
—Você possui o cérebro de uma Tâmara podre, que maldita ideia de não ter colocado ao menos três seguranças para irem atrás dela!
—Mas o senhor não falou para eu vigiá-la 24 horas.
—Eu preciso falar o que você tem que fazer? -arqueio uma sobrancelha. —Você já sabe o que tem que ser feito, não sou sua babá para ficar te orientando. Eu te pago por quê? Ficar passeando, olhando a vista, as aves passando por Dubai! -grito a última frase. —Essa é a última vez que eu gasto minha saliva para falar com você, corrigi-lo de um erro cometido, da próxima se considere demitido.
Engole a seco.
—Sim senhor, agora mesmo mandarei meus homens preocurá-la.
—Retire meu carro. Vou atrás dela!
Rodrigo já estava a ir embora quando me viu apressado saindo de casa. Pergunta-me o que houve, estressado somente digo que tenho que ir atrás da estrangeira, resolve procurá-la comigo. Faruk começa a dirigir, três seguranças estão comigo no carro e Rodrigo está no seu particular logo atrás. Não sei porque está a me acompanhar, ele não tem nenhuma utilidade em meu plano, também jamais pediria algo a ele já que leva a vida na brincadeira, vive em noitadas com mulheres de todos os tipos, sem compromisso algum com a vida, mas para mim não, tudo que me proponho a fazer é sério, não estou aqui para passa tempos.
//
Rodrigo
Decido tomar um rumo diferente ao deles, fazem rota para o lado do aeroporto, não acredito que essa menina conheça muita coisa por aqui já que é recém chegada, nem que consiga se enfiar em uma transição de passageiros já que somos muito rígidos diante disso. Estou a passar com o carro quando vislumbro bem de longe uma mulher andando em direção a periferia de Dubai. Isso não é comum, todos sabem que não é bom essa hora da noite, e em qualquer outra na verdade. Estaciono rapidamente o carro, saio e decido segui-la.
Tento ser discreto, andar em uma distância boa, mas de uma forma perspicaz percebe minha presença e começa a correr. Corro junto. O vento gélido invade minha face.
Como fosse uma cena de filme corremos em sincronia, as pessoas olhando, apontando, e nem ao menos eu sei porque estou a correr atrás de uma estrangeira, um problema que não é meu, que não me importo nem um pouco, alguma força maior ou uma curiosidade me faz continuar.
Ela entra em um beco, que caralho ela entrou ali. Agitado e bem cansado, paro em frente ao beco. Jogo um ar pesado. Porra, essa menina tem um fôlego muito bom.
—Quem é você. -Abruptamente se vira. Com as mãos nos joelhos tusso cansado. —O que você quer comigo, sai de perto agora! -grita.
Com o fôlego recuperado e com um pouco de esforço pela sombra que a noite trás, consigo vislumbrar seu rosto e corpo. Caralho. Que negra linda. Tem o rosto mais novo que pudesse pensar, e o corpo mionzinho mas bem recheado de curvas. Gostosa pra porra.
—Quem você é, fala logo! -indaga incisiva. Além de linda, é muito valente.
—Eu me chamo Rodrigo.
—Brasileiro! -assinto sem entender. -Aí meu Deus! —sem esperar me surpreende quando vem correndo até mim, abraça-me de uma forma desesperadora. Sem muito o que pensar retribuo seu aperto. Seu cheiro é gostoso, aroma refrescante, envolvo minhas mãos em sua cintura e que cintura, cabe perfeitamente em minhas mãos.
—Que porcaria é essa?
Continua...
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Janete Dos Santos
Coitado Rodrigo o árabe vai matar ele
2025-04-24
0
Maria Isabel
TÔ AMANDO
2024-11-13
0
Juliana Vicentina Da Vo
Aí, aí será que quem vai ficar com ela em escritora?
2024-09-12
1