coleira

Naquela noite, depois de tudo o que aconteceu com Ayla e Osric, eu precisava de um tempo sozinha para pensar. Tudo parecia confuso e fora de controle, e minha mente estava uma tempestade de pensamentos e emoções. Decidi caminhar até um dos lugares mais isolados da academia, um jardim escondido que poucos conheciam. Era um lugar tranquilo, onde eu costumava ir para escapar da realidade por alguns momentos.

Enquanto caminhava, a noite estava fria e silenciosa, apenas o som das folhas sendo levadas pelo vento. Eu me encolhia em meu casaco, tentando afastar o frio que parecia penetrar até meus ossos. Quando finalmente cheguei ao jardim, sentei-me em um banco de pedra, olhando para o céu estrelado. Era um lugar lindo, mas naquela noite, eu mal conseguia apreciar sua beleza.

Perdida em meus pensamentos, não percebi a presença de Lucian até ser tarde demais. Ele apareceu como uma sombra, emergindo da escuridão com sua presença imponente e perigosa. Meu coração disparou ao vê-lo, e uma mistura de medo e excitação percorreu meu corpo. Havia algo nele que me atraía de uma maneira que eu não conseguia entender, algo que me deixava completamente à mercê de seus caprichos.

— Mariybel — sua voz era suave, mas carregava um peso que me fez estremecer. — Parece que você gosta de lugares isolados.

Eu me levantei, tentando parecer mais confiante do que realmente estava.

— Eu precisava de um tempo sozinha — respondi, minha voz um pouco trêmula.

Ele deu um passo mais perto, e pude sentir o calor de seu corpo contrastando com a frieza da noite.

— Tempo sozinha não é algo que você terá tão cedo — ele murmurou, seus olhos fixos nos meus.

Antes que eu pudesse responder, ele estendeu a mão e algo brilhou sob a luz da lua. Uma coleira de ferro prateado, adornada com runas mágicas de magia negra, pendia de seus dedos. Meu coração quase parou ao perceber o que ele tinha em mente.

— O que é isso? — minha voz saiu como um sussurro.

Ele sorriu, um sorriso frio e cruel que me fez arrepiar.

— Isso, Mariybel, é sua nova realidade. — Ele se aproximou ainda mais, e eu não consegui me mover, presa pelo medo e pelo magnetismo que ele exercia sobre mim. — Você será minha escrava. E esta coleira será o símbolo do seu novo status.

Antes que eu pudesse protestar, ele agarrou meu braço com uma força surpreendente e puxou-me para mais perto. Em um movimento rápido, ele colocou a coleira ao redor do meu pescoço. Senti o metal frio contra minha pele, e as runas brilhavam com uma luz sombria. Quando a coleira se fechou, uma onda de dor atravessou meu corpo, como se cada uma das runas estivesse cravando em minha carne.

Gritei, mas ele não demonstrou compaixão. Apenas observou enquanto eu lutava contra a dor, seus olhos impassíveis.

— A dor é apenas o começo — ele disse suavemente. — Sempre que você fizer algo contra minha vontade, as runas lhe darão um choque. E acredite, eu saberei de tudo.

Eu caí de joelhos, tentando recuperar o fôlego. A dor era intensa, mas havia algo ainda mais perturbador em seus olhos, algo que me fez perceber que não havia escapatória. Eu estava presa a ele, e ele sabia disso.

— Por quê? — eu consegui perguntar, minha voz fraca.

Ele se agachou ao meu lado, seus dedos acariciando meu rosto de uma maneira quase carinhosa.

— Porque você pertence a mim, Mariybel. — Seus olhos encontraram os meus, e pela primeira vez, vi algo além da crueldade. Havia possessividade, um desejo profundo de controle. — Eu cuido do que é meu. E vou cuidar de você, de uma maneira ou de outra.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas ele não se importava. Ele apenas continuava a me observar, como se estivesse apreciando minha dor.

— Levante-se — ele ordenou, sua voz firme.

Eu tentei me levantar, mas minhas pernas estavam fracas. Ele me ajudou, seus dedos se fechando ao redor do meu braço com força.

— Vamos dar uma volta — ele disse, começando a me arrastar pelo jardim.

Enquanto caminhávamos, ele começou a falar, sua voz suave contrastando com a brutalidade de suas palavras.

— Você vai aprender a me obedecer, Mariybel. — Ele parou e se virou para me olhar. — E eu serei cruel quando necessário. Mas também cuidarei de você. Eu farei com que você entenda o que significa pertencer a mim.

Eu não conseguia responder. Minha mente estava uma confusão de medo, dor e uma estranha sensação de rendição. Não havia como escapar dele, e ele sabia disso.

— Você sente a dor agora — ele continuou, acariciando a coleira ao redor do meu pescoço. — Mas isso é apenas uma pequena parte do que você experimentará. Há um prazer em se render, em pertencer a alguém. E você descobrirá isso.

Ele puxou-me mais para perto, sua mão segurando minha nuca. Seus lábios estavam a centímetros dos meus, e eu podia sentir sua respiração quente.

— Mas você deve saber — ele sussurrou, seu olhar penetrante. — Que qualquer ato de desobediência será punido. E eu não sou gentil em minhas punições.

Antes que eu pudesse responder, ele pressionou seus lábios contra os meus. O beijo era feroz, possessivo, e eu senti uma mistura de medo e excitação percorrer meu corpo. Sua mão segurava a coleira, apertando levemente, e eu soube que ele estava no controle total.

Quando ele finalmente se afastou, eu estava sem fôlego, meu coração batendo descontroladamente.

— Lembre-se disso, Mariybel. — Ele murmurou, seus olhos fixos nos meus. — Você é minha. E eu farei o que for necessário para garantir que você nunca esqueça isso.

Ele me soltou, mas a sensação de sua presença, de seu controle, ainda estava ali. Eu sabia que minha vida havia mudado para sempre, e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir isso.

***

Os dias seguintes foram um inferno. Lucian me fazia usar a coleira o tempo todo, e cada vez que eu cometia um erro ou tentava desafiá-lo, as runas mágicas me puniam com choques dolorosos. Eu me sentia como um animal enjaulado, presa em um ciclo constante de dor e submissão.

Ele me levava a lugares isolados, onde ninguém podia nos ver. Ali, ele me treinava, me ensinava a obedecer a cada comando. Havia momentos em que ele era incrivelmente cruel, me fazendo passar por dores indescritíveis. Mas também havia momentos em que ele demonstrava um estranho tipo de cuidado, tratando minhas feridas, me alimentando, me segurando quando eu estava fraca demais para ficar de pé.

Essa dualidade me confundia. Eu odiava Lucian por me tratar como sua escrava, mas havia uma parte de mim que ansiava por sua atenção, mesmo que fosse cruel e dolorosa. Ele me controlava de uma maneira que eu nunca havia experimentado antes, e eu me via incapaz de resistir.

Uma noite, ele me levou para um dos seus esconderijos secretos. Era um lugar escuro, iluminado apenas por velas, com uma cama no centro e correntes penduradas nas paredes. Eu sabia o que estava por vir, mas ainda assim, o medo e a excitação se misturavam em meu peito.

— Tire sua roupa — ele ordenou, sua voz baixa e firme.

Eu hesitei, mas as runas na coleira começaram a brilhar, e um choque percorreu meu corpo, me fazendo gritar.

— Não me faça repetir, Mariybel — ele disse, seus olhos frios.

Com as mãos trêmulas, comecei a tirar minhas roupas. Cada peça que caía no chão me deixava mais vulnerável, mais à mercê dele. Quando fiquei completamente nua, ele se aproximou, seus dedos acariciando minha pele com uma delicadeza que contrastava com sua natureza cruel.

— Quero fazer algo com você. — os lábios dele tocaram meu pescoço, em seguida meu colo e depois meus seios.

— O que você quer? Já não acha o suficiente tudo isso? — prendo o gemido que vem do fundo da minha alma para rebater.

— Não vou descansar até que seja completamente minha.

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