CAPÍTULO 17

**** NICOLAS ****

Estou trabalhando no escritório quando o celular toca, olho e vejo que é Thiago.

• INÍCIO DA LIGAÇÃO •

- Alô Nicolas…

- Oi cara, e aí?!

- Ela aceitou a visita, mas ela não sabe que é você!

- Entendi… depois do trabalho… posso passar aí então?!

- Sim… pode, mas lembre-se que ela não pode ter nenhum estresse. Caso ela não queira falar com você, terá que aceitar.

- Ok meu amigo… muito obrigado!

• FIM DA LIGAÇÃO •

Desligo o telefone e fico pensativo, eu sei o que sinto por ela é diferente de tudo que já senti por outra mulher. Mas será que terei a oportunidade de viver uma história com ela? Emma é casada, será que ela vai abrir mão desse casamento para me dar uma chance?

Minha cabeça está a mil, tento retomar o trabalho… mas não consigo me concentrar.

Droga… preciso terminar isso, tento continuar mais uma vez, mas a imagem de Emma sempre retorna a minha mente. Chego a sentir até o seu perfume doce, seu olhar marcante, seus cabelos macios.

Devo está ficando louco mesmo, de repente alguém bate na porta da minha sala. A imagem dela some da minha mente…

Nicolas: - Pode entrar!

Secretaria: - Sr. Nicolas… precisa de mais alguma coisa?

Nicolas: - Não Sra. Mel, pode ir.

Secretaria: - Obrigada Sr. Nicolas… até amanhã.

Não respondi, apenas aceno positivamente com a cabeça.

Depois que Mel se vai, eu intensifico o trabalho para concluir logo. Finalmente termino, e sigo para o hospital, estou parecendo um adolescente indo encontrar a namoradinha do colégio. No percurso passo diante de uma floricultura, resolvi parar e comprar algo para Emma.

Na loja tem muitas opções, fico em dúvida. Com a ajuda de uma funcionária escolho um arranjo colorido, mas meigo como ela.

Sigo meu caminho para o hospital, quando chego tento encontrar Thiago, mas o hospital é enorme. Vejo uma enfermeira e peço-lhe ajuda, mas antes da enfermeira responder escuto a voz de Thiago.

Thiago: - Meu amigo…bem vindo ao meu mundo!

Nicolas: - Rapaz, eu já estava pedindo ajuda.

Nos abraçamos, agradeço a boa vontade da enfermeira. Sigo com Thiago pelos corredores.

Thiago: - Realmente, aqui é enorme. Devia ter me ligado, vem… vamos para o meu escritório.

Thiago me olha segurando o riso, sei que ele quer falar algo.

Nicolas: - O que foi cara?!

Thiago: - Cara… você trouxe até flores!

Nicolas: - Olha… posso te confessar uma coisa?!

Thiago: - Claro, fala aí!

Nicolas: - Eu estou muito… muito nervoso.

Thiago cai na gargalhada.

Nicolas: - Qual é cara, para com isso.

Thiago: - Tá… tá, tudo bem. Vamos… vou te levar até ela.

Andamos mais um pouco e logo paramos enfrente um quarto. Thiago bate é uma enfermeira vem abrir.

Thiago: - Como está minha paciente?

Enfermeira: - Ela esta bem, no momento está dormindo.

Thiago: - Certo… vamos sair. A Sra. Miller tem uma visita.

Antes de sair Thiago se aproxima de mim, ele bate no meu ombro.

Thiago: - Meu amigo, siga o seu coração. Estarei no meu consultório, pode ficar um tempo, mas se ela não acordar deixaremos para outra oportunidade, não a acorde ok, e boa sorte!

Quando eles saem eu respiro fundo, meu coração parece que vai sair do peito. A vejo de longe, meus olhos enchem de lágrimas. Realmente estou sentindo algo por ela, fico ali parado… olhando para ela que dorme tão calmamente. Gostaria de acordar pela manhã com ela assim ao meu lado.

Aproximo-me calmamente, não quero assusta-lá.

Penso em voz alta.

Nicolas: - Desculpa Emma… a culpa foi minha.

Emma abre os olhos, ela olha e no primeiro momento se assusta.

Emma: - Nicolas… o que você tá fazendo aqui?!

Nicolas: - Desculpa… não queria te acordar… Eu vim por que… Eu precisava te vê!

Dá para ver que Emma ficou surpresa com a minha presença, ficamos em silêncio alguns segundos.

Emma: - E essas flores… são para mim?!

Nicolas: - Sim… eu trouxe para você!

Emma: - São lindas… obrigada!

A olho com preocupação, vê-la ali deixou-me mais culpado. Sem pensar muito acaricio sua mão onde ela recebe o soro.

Nicolas: - Dói?!

Emma: - Não!

Nicolas: - Emma… por favor… me fala o que aconteceu?! Alguém te machucou?

Emma: - Não foi nada…, já estou bem!

Nicolas: - A culpa foi minha.

Emma: - Por que você acha isso?!

Nicolas: - A minha atitude naquela noite, fui imaturo. Não dei a você a oportunidade de falar, deixei você sozinha depois do que fizemos, seu marido podia descobrir tudo… e eu não estaria ao seu lado para defendê-la.

Desculpe-me Emma…

Abaixo a cabeça envergonhado… sinto um leve carinho em meu rosto, com os olhos cheios de lágrimas olho para Emma que também está emocionada.

Emma: - Nicolas… a culpa não é sua, isso que eu tive foi o acúmulo de anos problematicos. Os momentos que vivi com você foram os melhores em anos.

Obrigada por tudo, mas não precisa se sentir culpado por nada, e muito obrigada por ter vindo me vê.

Nicolas: - Eu precisava te ver, estava preocupado com você. Desde aquela noite não consegui parar de pensar em você… Emma… você se tornou muito importante para mim!

Emma me olha com certa estranheza.

Emma: - Eu… eu sou importante para você?!

Seguro a mão de Emma, levo até os meus lábios e dou um leve beijo, olho fundo em seus belos olhos verdes.

Nicolas: - Sim Emma… você não faz ideia do quanto você é importante para mim!

Emma dar um discreto mas lindo sorriso. Vejo algumas lágrimas correram por seu rosto, enxugo carinhosamente suas lágrimas.

Nicolas: - Ei… o que foi?! Não chore por favor!

Carinhosamente abraço Emma, sinto ela se aconchegar no meu peito, sinto meu corpo esquentar, meu coração bater mais forte. Sinto o seu perfume, sinto o seu calor, sinto seu coração batendo contra o meu corpo, quero protegê-la de tudo e de todos.

Ela chora bastante, acaricio seus cabelos, aos poucos ela acalma-se, continuamos em silêncio, ela em meu peito, eu acariciando seus cabelos, seus rosto. Ficamos ali não sei quanto tempo, ficamos vivendo aquele momento único, que eu, sinceramente, não quero que acabe nunca.

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