CAPÍTULO 15

**** NICOLAS ****

Acordo com muita dor de cabeça, tive uma noite péssima. Preciso conversar com alguém, preciso desabafar.

Resolvo ligar para Thiago, ele sempre sabe o que falar nesses momentos.

• INÍCIO DA LIGAÇÃO •

- Oi meu amigo… fala aí?

- Thiago… você está trabalhando?!

- Estou saindo daqui uma hora… mas o que foi meu amigo?! Está precisando de alguma coisa?!

- Estou precisando conversar com você, preciso de ajuda… sei que sai muito cansado do plantão… mas eu…

- Ei… ei pode parar, sabe que nunca vou está cansado para ajudar um amigo. Agente se encontra daqui a uma hora naquela padaria que agente gosta, podemos tomar café e conversar meu amigo.

- Obrigado Thiago…

- Deixa de formalidade, te espero lá.

- Até mais meu amigo!

• FIM DA LIGAÇÃO •

Desligo o telefone, Thiago sempre foi um amigão, é como um irmão para mim. Vou para o chuveiro, preciso colocar minha cabeça no lugar, preciso pensar no que vou fazer da minha vida de agora em diante.

Deixo a água cair no meu corpo, sinto meu corpo relaxar um pouco, fechos os olhos e a imagem do rosto de Emma vem a minha mente.

Não pode ser… não posso estar tão envolvido com ela, mas por que não consigo esquecer seu rosto, seu sorriso, seus olhos, seus lábios, seu beijo, seu corpo… estou ficando louco por essa mulher!

Termino o banho, visto-me e vou encontrar meu amigo.

Chego ao local combinado, está movimentado, mas não tão cheio. Dou uma olhada e não vejo Thiago, vou até uma mesa e me sento.

Meu celular avisa a chegada de uma mensagem.

Vejo que é de Thiago avisando que irá atrasa-se alguns minutos. Fico ali olhando algumas mensagens, o tempo passa que eu nem percebo, logo está Thiago diante de mim.

Thiago: - Cara desculpa o atraso… estou com um caso super complicado. Não deu para sair sem resolver alguns detalhes.

Nicolas: - Que isso Thiago… você chegou apenas 10 minutos depois do combinado, isso não é atraso.

Caio na gargalhada, ele passa a mão pelo cabelo e sorrir.

Thiago: - É meu amigo… acho que acabei incorporando a paranóia referente a pontualidade britânica.

Caímos na guargalhada.

Thiago: - Vamos pedir nosso café e conversar um pouco.

Em poucas palavras coloco Thiago a par de toda situação, tudo, desde o meu primeiro encontro com Emma até a gravidez de Nataly.

Thiago: - Nossa cara… nem sei o que falar!

Nicolas: - Eu… eu acho estou gostando da Emma… mas ela é casada… não sei por que eu não consigo esquecê-la.

Meus olhos enchem de lágrimas, fico sem graça, tento disfarçar, Thiago percebe…

Thiago: - Caramba Nicolas… você tá apaixonado!

Mas… e como vai ser agora… que Nataly tá grávida?

Nicolas: - Eu vou assumir o meu filho, mas o meu relacionamento com ela não tem mais como continuar, tentei terminar mas ela não aceitou. E agora… me falou dessa gravidez com a intenção de segurar esse relacionamento sem futuro.

Thiago: - Olha… difícil é ela aceitar isso viu.

Nicolas: - Ela vai ter que aceitar sim…, eu estou decidido a lutar por Emma, eu quero tentar, se ela me quiser é claro.

Thiago: - Você tá certo meu amigo…lute pelo que você quer. E tem mais Nicolas… se ela fosse feliz… não teria ficado com você!

Nicolas: - Depois de pensar bastante também cheguei a essa conclusão. E confesso que isso… deu-me uma pequena esperança…

Nicolas ergue a xícara e propõe um brinde.

Nicolas: - um brinde ao amor… é meu amigo acho que estou amando. E decidi que vou lutar por ela, se Emma Miller me quiser eu lutarei pelo seu amor.

Os dois sorriem e brindam. De repente Thiago tem um estalo.

Thiago: - Nicolas… você disse Emma Miller?

Nicolas: - Sim… eu falei Emma Miller… por que?

Thiago faz uma cara que chama a minha atenção.

Thiago: - Nicolas… eu sei… eu sei onde a Emma está!

Nicolas: - O que?! Como assim?! De onde você conhece ela?

Thiago: - Lembra que eu te falei sobre uma paciente com uma situação complicada.

Nicolas: - Sim… peraí… é a Emma? Mas… o que aconteceu com ela? Ela tá ferida… Foi o marido dela? Droga… por que deixei ela sozinha!

Thiago: - Calma… calma Nicolas. Ela tá bem… foi uma crise emocional. Mas ela tá bem, foi medicada tá de repouso.

Thiago tenta acalmar-me mais fico cada vez mais nervoso, a cada momento sinto-me mais culpado.

Nicolas: - Cara, eu tenho que ajudá-la. Mesmo que eu não possa ficar com ela. A culpa foi minha, eu a deixei sozinha depois que transamos. DROGA… eu fiquei com tanta raiva depois que ela me falou que era casada. Tive ciúmes, sei lá, mas quem sou eu para julgá-la.

Thiago: - Calma aí meu amigo… você precisa colocar a cabeça no lugar e decidi sua vida, agora você vai ser pai, isso muda tudo. E quanto a Emma, ela está bem, eu te garanto.

Fico sem saber o que fazer, minha vontade é de ir ao hospital, vê-la, abraça-lá, beija-lá, protegê-la. Pedir desculpas por tê-la deixando sozinha naquela noite.

Nicolas: - Por favor Thiago… preciso vê-la.

Thiago: - Nem pensar… as visitas estão suspensas. Nem o traste do marido dela pode entrar.

Nicolas: - Você conhece ele?! Como ele é com ela? E por que ele está proibido de entrar? Ele a machucou? Foi isso?!

Thiago: - Não cara… ele não tocou nela.

Nicolas: - Então me fala o que foi?

Thiago: - Calma, eu vou te contar… Depois de conversar com Emma, descobri que ela vive um relacionamento abusivo.

Fico sem reação, não consigo falar nada.

Nicolas: - Preciso ajudá-la, começo entender um pouco o comportamento dela no nosso primeiro encontro.

Thiago: - É cara… o marido dela é bem complicado, tivemos que intervir judicialmente para que ele não atrapalhasse a recuperação dela.

Nicolas: - Eu preciso vê-la…

Thiago: - Olha… eu vou vê o que posso fazer, mas não te garanto nada.

Thiago olha o relógio.

Thiago: - Cara, vou ter que ir, tá quase na hora do almoço. Ana vai me matar se eu atrasar… e aí… quer almoçar com agente?

Nicolas: - Obrigado, mas fica para outra vez.

Me despeço de Thiago e ele segue para casa, e eu sinto uma ponta de inveja do meu amigo. Como eu queria ter alguém me esperando para algo tão simples como um almoço.

Termino o meu café e sigo para o meu escritório.

No caminho só consigo pensar nela…no que ela tem vivido e principalmente no que ela tem passado. Ele pode ter descoberto, pode ter sido violento com ela.

Como eu pude ser tão egoista, ciumento e insensível com ela.

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