GÊNESIS — O Início de uma Nova Chance
— Tomás... você poderia... entregar... esta carta... ao... meu... ex-marido? — fala uma mulher moribunda e deteriorada.
— Calma, formosa! — As lágrimas daquela mulher de cabelos brancos escorrem pelo seu rosto deteriorado, suas mãos frias e cinzentas e seus lábios ressecados e rachados. Toda a beleza que alguma vez existiu nela! Apenas resta um pouco! — Enquanto a dor que sente seu corpo cada dia é mais intensa e insuportável. Foi uma doença silenciosa, detectada há mais de um ano, desde então cada dia vive com a necessidade de terminar com essa dor. Apesar de sua idade, de sua posição social, de seus acertos ou desacertos, de ter pessoas que a amam como seus pais ou amigos que alguma vez existiram por ela, os deixou no passado, ainda assim sente que nada resta para ela. Seu único desejo é partir deste mundo, para não ter que suportar tanta dor!
— Entregarei a carta. Mas te direi que ele não o merece! — Pronuncia um belo doutor chamado Thomas. Que a olha com tanto amor, como se ainda restasse nela toda a beleza que uma vez existiu.
— Graças... Tho...más... Graças por che...gar à minha vida. — Em seus lábios ressecados pode-se ver uma pequena careta que parece um sorriso, mas sua voz se entrecorta, a cada segundo sai dela uma insuportável tosse, a qual a faz expulsar sangue. Seus olhos estão fixos no verde daquele belo doutor, que a olha docemente. Si... a... Tirar, diga-lhe que o per...do...o!
— Não chore! Ele não é digno de uma lágrima sua. Prometo que falarei com ele! Mas tenha presente que o farei por você. — Thomás revisa os sinais vitais daquela mulher, porque sua respiração é irregular, se dá conta que falta pouco para sua partida.
— Gra...ças. Tam...bém, quero que lhe entre... gue... esta carta a meus pa...is. Que me per...doe...m por não ser sincera. Mas... Minha do...lor seria ma...ior se os visse... sofre...r por mim.
— Não quero que se esforce! — Ordena com uma voz muito potente, e tudo fica em silêncio, só se escutam os sons das máquinas às quais está conectada. — Te amo, Génesis! — Solta de repente. Ambas as miradas ficam fixas uma na outra e um pequeno sorriso se desenha nos lábios daquela mulher. Nele desperta um impulso e deixa fluir seus desejos assim que se aproxima lentamente, com suas duas grandes mãos acuna o deteriorado rosto de Génesis, enquanto que com seus dedos limpa uma a uma as lágrimas que descem daquela mulher que uma vez foi uma formosa mulher de cabelos brancos. Une seus lábios aos dela, em um delicado beijo, onde deixa que seus sentimentos sejam expostos. Amor, esse sentimento que despertou nele e guardou durante todo o processo que compartilharam juntos lutando contra um câncer agressivo e terminal. Ele, como doutor, sabe que não há tempo para ela! Só lhe restam uns quantos minutos. Esse beijo e seu amor o reprimiu, por sua ética profissional, a qual não lhe permitia que os confessasse. Mas já não há tempo, assim que não tem por que guardar esse amor, ela merece sabê-lo, saber que é amada. E ele merece confessar seus sentimentos.
— Te amo, — sussurra ao separar os lábios. Enquanto que nela se desenha um sorriso.
— Me hubiera gusta...do tener tie...mpo para ti, ya no lo hay. Y tú lo sabes. — Seu esforço ao falar é surpreendente.
— Me conformo com que o saiba! Que amo seu olhar, sua luta, sua valentia, seu sorriso, o grande ser humano que encontrei em você. Te amo, Génesis Frakmann. Talvez não sou digno de você e por isso a vida me tira a oportunidade de viver o que é o amor ao seu lado. — As poucas lágrimas que ainda restam àquela mulher saem de felicidade, é feliz por que apesar do que viveu com seu ex-marido ainda há alguém que a olha de uma maneira diferente. Sua tosse incrementa dando passo a uma expulsão violenta e espasmódica de sangue onde trata de afogá-la com o conteúdo que expulsa.
— Es...pero em minha outra vida en...con... — Essas foram suas últimas palavras, enquanto que sua alma saiu daquele deteriorado corpo, para encontrar na escuridão a paz e o descanso que merecia, foram sete anos onde a vida lhe ensinou que nem tudo era felicidade, senão que também havia um mundo de crueldade, de ódio e dor.
Com 180 metros de altura e 40 andares, é o quarto edifício mais alto da City localizado no coração financeiro de Londres. um magnífico e apuesto homem de olhos cor de mel, olha pelo ventanal daquele majestoso edifício. seu olhar perdido na imensa cidade, enquanto que seus pensamentos se mantêm afastados da realidade, se centram no passado, ainda não consegue superar seu amor fracassado o qual deixou uma profunda dor e uma grande cicatriz em seu coração,
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Atualizado até capítulo 63
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