Capítulo 13

Os tiros eram o meu pai e o meu tio Lino que chegaram, me levaram para o hospital. No meio do caminho eu acordei e me agarrei ao meu pai aos prantos. Quando começava a me acalmar os meus olhos caíram sobre as tatuagens do tio Lino eu entrei em pânico, gritava esperneava. Mandando que ele saísse dali, mesmo sem entender o meu padrinho parou o carro e pediu para outro segurança dirigir.

Contei tudo o que aconteceu para o meu pai. Eu não conseguia mais ficar perto de homem algum que não fosse o meu pai. Entrava em pânico toda vez que via homens tatuados. A psicóloga depois de algumas seções pediu ao meu pai que me afastasse do convívio de homens ou teria que me internar, pois as crises pelo meu trauma, eram extremamente prejudiciais à minha saúde. Ninguém além do meu pai e minha mãe sabia ao certo o que aconteceu. A psicóloga sugeriu tentar uma escola de freiras, foi aí que o meu pai montou todo um esquema e minha mãe ficou cerca de cinco meses morando comigo lá.

— Damon não entendia o porquê de meus pais me levarem para uma escola de freiras, aliás ninguém entendia. Porém, minha mãe disse que lá era melhor para mim, um ambiente sem violência e depois de uma longa conversa ele se convenceu. Porém, não deixava de me visitar e eu amava as suas visitas. Quando Angel foi estudar lá também eu fiquei muito feliz, disse a minha mãe que poderia ir para casa. Então ela passou a cada dia a ficar menos, até que passou a ir apenas para as minhas consultas com a psicóloga e com o psiquiatra, por muitos anos fiquei sem conseguir ver tatuagens me causa pânico e até mesmo paralisava o meu corpo. Quando Damon veio para Laski ele passou a me visitar com mais frequência e quando decidi ser uma freira, meu pai exigiu que eu fosse treinada. Então isso ficou a cargo do Damon.

Meu irmão não sabe, mas ele foi o meu primeiro amor, dizem que o primeiro amor de uma menina é o pai e no meu caso foram o meu pai e meu irmão. Foi o meu amor por ele que me fez lutar aquele dia, que me deu forças para superar. Foi por não querer que ele se sentisse culpado pelo que aconteceu. Damon carregava muitas culpas consigo naquela época.

Precisava superar as minhas limitações e, para isso, precisava transcender essas paredes, mas, antes, precisava ver aquele a quem sinto profunda mágoa por olhar para ele como se fosse um monstro. O meu tio e padrinho Lino, ele na época só tinha Leon e eu era a sua princesinha. Tivemos esse encontro, foi difícil, mas foi libertador. Assim como está sendo agora contar tudo isso para você.

Eles não conseguiram me penetrar, mas me violaram de uma forma traumática. A Partir daquele dia era como se eu tivesse deixado de ser criança, confesso que quando quis ser uma noviça ainda era pelos traumas e medos que tinha. Com o tempo e com a convivência com meus irmãos e primos passei a ir às reuniões de família. Falo para Edward tudo o que superei até aqui.

Edward: — Acredito que já passou da hora de enterrar esse passado Andressa, precisa se abrir para os seus irmãos. Damon tem o direito de saber, assim como Maicon e Maike. Desde o dia que conversamos aqui eu percebi que você não tinha vocação nenhuma para ser freira, mas nunca em momento algum uma coisa dessas passou pela minha cabeça. Espero que seu pai tenha os torturados. Minha vontade é de juntar os ossos deles só para matá-los novamente.

Andressa: — Não se preocupe. O meu pai torturou aqueles dois por anos, nove pra ser mais exata. Eu vou enterrar todo esse passado só preciso ter uma conversa franca com Angel e meus irmãos, principalmente com Damon.

Edward: — Me desculpe te perguntar isso, mas quando penso na história dos seus pais e do seu irmão Damon me pergunto se em algum momento vocês o odiaram? Pergunto e Andressa sorri, os seus olhos brilham e suas palavras me deixam impressionado.

Andressa: — Posso te dizer que os meus pais são os melhores do mundo. O meu irmão é aquele tudo sabe? Vou te contar como meus pais me falaram sobre isso. Na época Leon Tb participou da conversa, os meus pais temiam que a gente soubesse por outras bocas e nutrisse sentimentos negativos por Damon. Falo com Edward acariciando o meu rosto, fazendo o meu corpo incendiar. 💭 Será que isso é normal? Ou estou me tornando uma tarada?💭. Pergunto a mim mesma em pensamentos. As memórias daquele dia vem a minha cabeça e começo a contar com todos os detalhes.

Lembranças de Andressa…

Vanessa: — Venham, sentem-se aqui conosco. Falo para Andressa e Leon assim que eles entram na brinquedoteca. Sentamos todos no chão os quatro, Marco e eu de frente para os dois. — O que vou contar a vocês é algo muito sério, mas vocês já estão grandes e vão entender. Falo e olho para Marco para que ele comece a falar.

Marco: Damon não é filho meu biológico. Ele não tem o meu sangue, mas escutem bem. Eu o amo da mesma forma que amo você Andressa e seus irmãos vocês quatro são a minha vida e você também Leon, assim como Angel. Agora escutem com muita atenção.

Eu não sabia que Damon não tinha meu sangue, me casei com a mãe dele assim como me casei com a Andressa, na época a mãe dele de sangue mentiu para mim. Quando Damon tinha 16 anos, ele descobriu da pior forma possível que não era meu filho, ao ver a mãe dele que era a minha esposa beijando outro homem que era na verdade o seu pai biológico.

Vanessa: — Imaginem eu e sua mãe Leon beijando outro homem. Vocês ficaram muito tristes não ficariam?

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