Lis: Filha, por que você não levanta?
Alice: Eu não quero ir… você não me diz para onde vamos!
Lis: Vamos para outra casa, já te falei, meu amor.
Alice: Mas eu não quero sair daqui!
Lis: Precisamos ir, Alice. Não podemos morar aqui a vida toda. Vem!
Ela levantou, ainda resmungando, e descemos. O motorista, que eu nunca tinha visto antes, pegou a mala e levou para o carro.
Lia: Eu ainda não entendo essa saída repentina, mas espero que tudo dê certo para vocês. Lis, você não vai se despedir do senhor Arthur?
Lis: Ele sabe que estou indo.
Essa foi a única maneira de responder sem acabar entregando tudo.
Lis: Obrigada, Lia, por tudo que você fez por nós até aqui. Você é incrível, jamais vou te esquecer.
Lia: Eu que agradeço por vocês terem tornado meus dias aqui mais animados. Sentirei falta.
Nos abraçamos.
Lia: E você, pequena? Não vai se despedir?
Alice abraçou Lia, mesmo triste.
Lia: Olhe, obedeça sua mãe e nada de ficar com essa cara feia. Você é muito mais bonita sorrindo.
Ela beijou a bochecha da Alice, que permanecia séria.
Alice: Fala para o tio Arthur que minha mãe está me levando embora, mas que eu quero ficar.
Lia passou a mão pelo rosto dela.
Lia: Logo nos veremos. Não se preocupe, meu amor.
Ela se levantou e me entregou um papel.
Lia: Esse é meu número para que não percamos o contato… boa sorte, Lis.
Lis: Obrigada, muito obrigada mesmo.
Aceitei o contato sabendo que não poderei adicioná-lo no meu celular; o Arthur deixou claro que até isso acabar, eu só posso ter o número dele e de quem ele autorizar.
Lia nos acompanhou até o carro e a Alice chorou praticamente todo o caminho. Depois de um tempo, perguntei ao motorista se já estávamos chegando. Ele não respondeu e continuou com sua expressão séria. Preferi não dizer mais nada e seguimos viagem. Minutos depois, entramos em uma área com muitas árvores. Já podia ver algumas casas, mas eram distantes umas das outras. Quando ele parou em um portão, imaginei que aquela fosse a casa.
Após passar o portão ele dirigiu por mais um minuto e então pudemos ver a casa. O motorista estacionou e essa casa tinha uma aparência mais acolhedora do que a outra, que era tão moderna. Eu adorei, mas não imaginava que o lugar seria tão grande… pensei em algo mais simples... Já vi que o Arthur não gosta de nada pequeno, tudo para ele é no máximo.
O motorista saiu do carro e foi para o porta-malas e eu segurei a mão da Alice para entrarmos.
Alice: Vamos ficar aqui?
Lis: Acho que sim, filha.
Caminhamos um pouco mais e entramos. Logo na sala estava Arthur de costas conversando ao celular. A Alice soltou minha mão e correu até ele.
Alice: Tio Arthur!
Arthur a pegou no colo e se despediu da pessoa do outro lado da linha para dar atenção à Alice. Fiquei envergonhada e me aproximei.
Lis: Me desculpe…
Arthur: Não tem problema! Eu já estava ansioso para vê-la também.
Alice: Você vai morar aqui com a gente?
Arthur: Sim e não.
Alice: Você quis dizer "mais ou menos"?
Arthur: Exatamente! O que acharam da casa?
Alice: Linda! Eu nunca vi uma casa assim na vida!
Ele riu com o entusiasmo dela.
Arthur: E você, Lis?
Lis: Faço das palavras da Alice as minhas.
Arthur: Que bom!
Lis: Mas fico sem graça por você estar se incomodando tanto com isso… Poderia ser uma casa mais simples.
Arthur: Vocês merecem o melhor! Aqui terão conforto, segurança e paz…
Alice: Tem piscina?
Arthur: Sim! Vamos lá ver?
Alice: Vamos!
Arthur: Vem comigo, Lis! Também preciso te apresentar aos funcionários da casa. Já conheceu alguém?
Lis: Só o motorista, mas ele não fala muito…
Arthur riu.
Arthur: Ele não entende o que você diz… ele fala outra língua.
Lis: Sério?
Arthur: Sim. Inclusive todos os funcionários são estrangeiros, a única pessoa que fala sua língua aqui é o Frederico.
Lis: Frederico?
Alice: Quem é Frederico, tio Arthur?
Arthur: Vocês vão conhecer ele, ele será seu tradutor e responsável por acompanhar vocês até onde precisarem ir quando eu não estiver por perto. Ele foi comprar algumas coisas que pedi e chega daqui a pouco.
Lis: Entendi. Vamos conhecer logo a parte interna da casa e depois vamos ver a piscina? Que tal, filha?
Alice: Tudo bem! Eu espero!
Arthur nos mostrou os quartos, as salas, os banheiros e todas as áreas da casa. Por fim, fomos para a cozinha onde estavam os funcionários. Havia uma cozinheira, duas pessoas responsáveis pela limpeza, um jardineiro, uma pessoa para cuidar das roupas, cinco seguranças e o motorista. Nenhum deles fala nossa língua, mas o Arthur os entende; ele me explicou que esse tal de Frederico será meu tradutor e responsável por passar as informações aos funcionários da maneira como eu quiser. Após “conhecer” os funcionários, fomos para a área de lazer e Alice já queria entrar na piscina. Arthur pretendia atender ao desejo dela, mas eu não deixei.
Lis: Não está sol, você pode pegar um resfriado… já que tem muita facilidade para isso.
Arthur: Então vamos ver se amanhã faz sol, pode ser assim?
Alice: Tudo bem!
Fico imaginando como o Arthur irá mimar o bebê e dou risada.
Voltamos para dentro e enquanto estávamos na sala um carro chegou.
Arthur: É o Frederico.
Levantamos para recebê-lo e ele entrou acompanhado por três seguranças, todos eles estavam com as mãos cheias de sacolas de lojas cujos nomes eu nem sei pronunciar. Eles deixaram as sacolas de lado e saíram.
Frederico: Hello! Cheguei!
Arthur: Meninas, este é o Frederico.
Ele deu um giro e beijou o ombro, a Alice riu e eu fiz o possível para não rir.
Lis: Olá, Frederico! Muito prazer, sou a Lisandra.
Estendi a mão e ele me puxou para um abraço. Enquanto ele me abraçava, eu olhava para o Arthur rindo.
Arthur: Vai se acostumando.
Frederico me soltou e foi abraçar a Alice.
Frederico: Então vocês são a Lis e a… como você se chama, docinho?
Alice: Alice, o prazer é todo meu.
Ele riu.
Frederico: Eu que digo, meu benzinho, você é uma fofura!
Ele apertou a bochecha dela antes de voltar-se para mim.
Frederico: Menina, que peitão!
Ele disse, olhando para os meus seios.
Arthur: Frederico…
Frederico: Me desculpe, mas não pude deixar de notar. Você é linda, Lis!
Lis: Muito obrigada… Você também é muito bonito.
Frederico: Ai, obrigado! Eu sei, mas gosto que digam.
Ele sorriu e foi até as sacolas.
Frederico: As roupas que eu trouxe vão servir perfeitamente em você, Lis! E as suas também, Alice. Se algo não servir, nós trocamos!
Alice correu animada para ver as roupas e eu olhei para o Arthur.
Arthur: Não foi nada demais, Lis.
Lis: Como não? Olha todas essas sacolas… Arthur, você já fez demais por nós…
Arthur: Vá olhar as roupas que o Frederico trouxe. Espero que sejam do seu gosto. Preciso fazer uma ligação.
Ele tocou meu ombro e seguiu para a área de lazer. Eu me aproximei do sofá e peguei a primeira sacola; eram lingeries. Imediatamente coloquei de volta na sacola enquanto o Frederico ria.
Frederico: Eu sei de tudo, querida. Para isso dar certo, imaginei que você fosse precisar de algumas coisinhas…
Ele piscou para mim e eu contive o riso.
Frederico: Toma essa aqui! Você vai adorar!
Peguei a sacola das mãos dele e passamos um bom tempo vendo as roupas. Algumas eram exageradas e tinha até saltos, pra que eu quero saltos?
Lis: Não tem uma roupa simples?
Frederico: Minha querida, quando isso acabar você será uma mulher milionária! Hello, vamos esquecer da miséria?
Lis: É que eu não vou sair para lugar algum e também não estou acostumada com essas roupas… nem sei andar muito bem de salto.
Frederico: Eu te ensino. Estou aqui para te ajudar.
Sorrimos um para o outro.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
adna priscila
e eu achando que seria algum senhor de idade e tal Alalakakakaka
2025-01-08
19
Marlene Chico Paupitz
Frederico não gosta da fruta por isso Arthur colocou ele pra cuidar das duas. só espero que os dois se apaixone perdidamente um pelo outro. merecem ser feliz depois de passado turbulento.
parabéns autora amando a história.
2025-02-04
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Patrícia Barbosa Ferrari
Esse Frederico é muito animado kkkk Espero que o Arthur fique perdidamente apaixonado 🥰 pela Lis e mude de ideia 💡 em relação a ela ir embora quando o bebê 🚼🍼🫄 nascer
2025-01-29
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