Um tempo depois, nosso ônibus chegou.
Lis: Eu sei que você já deve estar cansado de ouvir, mas quero te agradecer mais uma vez. Você foi um anjo enviado por Deus…
Arthur: Boa sorte, Lis. Espero que sua amiga te acolha e tenho certeza de que você vai conseguir reconstruir a sua vida com a sua filha.
Lis: Posso te abraçar?
Ele abriu os braços e eu o abracei. Estava emocionada com as palavras dele, pois meu maior desejo era realmente reconstruir minha vida.
Alice: Também quero!
Rimos e abraçamos a Alice também.
Arthur colocou nossas malas no porta-bagagem do ônibus e, quando estávamos prestes a entrar, Alice gritou:
Alice: Tchau, tio Arthur!
Arthur: Tchau, Alice! Tchau, Lis! Tenham uma boa viagem.
Lis: Tchau, Arthur.
Entramos e nos sentamos. Alice continuou acenando.
Lis: Filha, ele não está mais nos vendo.
Parei de olhar para fora.
Alice: Olha, mamãe! Ele deu tchau!
Dei risada.
Lis: Isso é porque ele sabe que você deve estar fazendo o mesmo.
Arthur se foi assim que o ônibus partiu.
Alice: Mamãe, vamos vê-lo de novo?
Lis: Eu não sei, filha. Quem sabe um dia?
Ajustei o cinto dela e seguimos nossa viagem.
...Arthur narrando…...
Volto para casa um pouco chateado. Não era para eu me sentir assim, mas já havia idealizado tudo… Agora terei que procurar outra mulher para isso.
Mas não é só por isso que estou me sentindo estranho, Lis é muito orgulhosa e não aceitou minha ajuda. Eu gostaria de ajudar com a situação do ex-marido dela, mesmo que em troca de nada. Esse cara parece obcecado por ela, um verdadeiro doente que nem considera os traumas que está causando na filha.
Lia: Senhor Arthur, já chegou...
Arthur: Sim, Lia…
Lia: Pela sua cara de tristeza, a moça realmente foi embora… Poxa, pensei que ela fosse alguma namorada sua… Gostei tanto dela e da pequena Alice, elas são boas pessoas.
Arthur: Qualquer mulher que passar por essa porta a partir de agora será apenas um caso de uma noite, nada mais, Lia. Não que Lis tenha sido isso, eu só ofereci apoio em um momento delicado para ela. Não temos nada além disso.
Lia: Entendi… Mas não diga isso, senhor… sei que você ainda vai encontrar uma mulher que o ame e valorize de verdade. Você é um homem bom.
Arthur: Obrigado, Lia, mas sou eu quem não quero mesmo.
Lia: Bom, cada um sabe o que é melhor para si.
Ela voltou para a cozinha.
Passo o dia tentando ocupar minha mente para não pensar muito nas coisas que estão me rondando e aproveito para trabalhar no escritório. Passo o resto do dia trancado lá e só saio à noite. Quando saio, vejo que pelo horário Lis já deve ter chegado. Pego meu celular e ligo para ela, mas não sou atendido.
...Lis narrando…...
Já é noite e estamos quase chegando. Alice reclama de fome e eu pego a bolsa dela para pegar um lanche. Quando abro, encontro várias notas de dinheiro e um recado do Arthur:
“Não quis por bem, terá que aceitar um por mal… Brincadeira! Aceite isso como um presente meu para a Alice.”
Balanço a cabeça sem acreditar que ele fez aquilo.
Alice: Mamãe?
Lis: Já vou pegar, filha.
Entrego a
Entrego o lanche para ela e guardo o dinheiro na minha bolsa. Ele provavelmente não conseguiu guardar na minha e colocou na da Alice porque era mais fácil.
Ela come e pede meu celular para jogar. Dou meu celular a ela e acabo pegando no sono. Quando acordo, já estamos bem perto.
Lis: Vamos filha, chegamos!
Levantamos e saímos. Pegamos a mala e eu pago um táxi com o dinheiro que o Arthur deu. Ao entrar no táxi e olhar para o lado, vejo o Marlon com alguns caras desonestos como ele.
Lis: Não pode ser! Ele está aqui…
Alice: Mamãe?
Ela tenta olhar e eu fecho a janela rapidamente. Por sorte ele não nos viu, mas se está na rodoviária é porque sabe que eu não teria outro lugar para ir além de Boston. Por sorte essa minha amiga ele não sabe onde mora, ela vive em um bairro mais isolado. Nos conhecemos da escola e tenho certeza de que ela me dará apoio por algum tempo.
Lis: Alice, onde está meu celular?
Procuro por toda parte e não acho.
Alice: Essa não…
Lis: Alice…
Alice: Desculpa mamãe! Eu só estava jogando um joguinho e esqueci no ônibus.
Passo a mão no cabelo e respiro fundo.
💭 Lis: Calma Lisandra! Não surta… Afinal de contas, pra quem você ligaria se não tem ninguém nesse mundo? A menos que o Marlon venha atrás da gente e eu precise ligar para a polícia…
Alice: Desculpa mamãe… Não foi por querer.
Lis: Está tudo bem filha… sei que não foi.
Taxista: Chegamos.
Entrego o dinheiro a ele, agradeço e saímos do carro.
Alice: Mamãe, que lugar é esse?
Lis: Vem, eu acho que é por aqui.
Seguimos e eu vejo a casa.
Lis: Ali, meu amor! A luz está acesa, vamos lá!
Nos aproximamos e eu toco a campainha.
Uma senhora saiu de casa, mas eu não me lembrava se já a tinha visto antes.
- Boa noite. Como posso ajudar?
Lis: Olá, me chamo Lisandra… sou amiga da Elisa e gostaria de saber se ela está.
- Elisa?
A vizinha do lado, que estava saindo e ouviu toda a conversa, se aproximou.
- Você deve estar falando da antiga dona da casa. É que antes dessa senhora, outra pessoa comprou a casa da Elisa.
Lis: A Elisa não mora mais aqui…?
- Não, já faz um bom tempo que ela se mudou, quase um ano.
Lis: Não acredito… Você sabe onde ela mora ou tem o contato dela?
- Desculpe, moça, mas a Elisa sempre foi muito reservada. Depois que começou a namorar, foi embora com o rapaz e não disse para onde ia.
Assenti.
Lis: Obrigada… desculpe por atrapalhar vocês…
- De nada, moça. Que Deus acompanhe vocês.
Dou meia-volta com a Alice, já era tarde e eu não sabia o que fazer agora.
Alice: Por que você está chorando, mamãe? Você está com medo do escuro?
Lis: Essa rua é um pouco deserta mesmo, filha, mas não é do escuro que estou com medo…
Alice: Não chora, tá bom?
Lis: Tá bom, filha. Vamos andar mais rápido, tudo bem?
Andamos até um trecho onde a rua era um pouco mais movimentada e pegamos um ônibus.
Não posso voltar para a rodoviária e também não vou encontrar taxistas dispostos a nos levar para outra cidade a essa hora. Então terei que pagar por um quarto de hotel. Nesse bairro que estou indo os preços são mais baixos, precisamos economizar e fazer milagres com o dinheiro que Arthur deu.
Tento não chorar enquanto estou no ônibus, mas é impossível. Era óbvio que minha amiga não estaria mais lá, perdemos o contato há muito tempo. Mas sei que me arrisquei em vir porque me vi sem escolhas, estava sem saída.
Desço no ponto e vejo um hotel bem em frente. Atravessamos e pelo preço será esse mesmo onde ficaremos. Não é um lugar confortável e a cama é de solteiro, mas dá para passar a noite.
Enquanto Lis e Alice vão para o quarto de hotel, ela não imagina que está sendo vigiada.
📲 Marlon?
📲 Marlon: Quanto tempo, irmão! A gente não se cruzou ainda desde que saí da gaiola.
📲 Pois é, mano! Vamos marcar um jogo para reviver os velhos tempos de broderagem… Mas me diz uma coisa cara, você ainda está com aquela mina que te colocou na cadeia?
📲 Marlon: A Lis? Sim, estamos juntos… Mas você sabe como é, ela está fugindo de mim e não quer que eu chegue perto da minha filha.
📲 Mano, você não vai acreditar. Eu peguei um ônibus com elas! Sua filha e ela estão em um hotel, acabaram de entrar.
📲 Marlon: Espera aí, você tem certeza disso?
📲 Absoluta! São elas cara, vem buscar o que é seu antes que ela fuja novamente.
📲 Marlon: O endereço, me passa o endereço!
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Vilma Alice
A Lis está no desespero sem saber pra onde ir com um psicopata criminoso atrás dela e com isso o pensamento é de só fugir.TEM GENTE QUE AINDA SE ACHA NO DIREITO DE CONDENAR E CRUCIFICAR.MULHER SOFRE VIU.NÃO TEM EMPATIA NEM DAS OUTRAS MULHERES
2025-03-14
2
Gracinda Tato
autora ela está a ser inconveniente se não tem contato com a amiga á muito tempo como vai atrás dela com uma criança e depois de correr riscos porque não conversar com o Artur e fazer outra proposta dar um ano a eles se não se apaixonarem separa mas continua a ver a criança
2025-02-11
8
Grace Chuma
Teve escolha sim Lia.
Mas o teu orgulho falou mais alto.
E olha a onde foste parar??
Pense um pouco na sua filha da próxima vez e deixe o orgulho de lado.
O que farias se o Arthur não tivesse sido persistente e meter o valor na mochila da Alice???
2025-03-17
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