Arthur: É isso mesmo que você escutou, Lis. Eu quero um filho… um filho para eu amar e para ser o dono de tudo que eu tenho quando eu morrer… e eu acho que você é a mulher ideal para ter esse filho que eu tanto desejo.
Ela ainda estava de queixo caído.
Lis: Arthur, você por acaso não tem ou não pensa em ter uma esposa?
Arthur: Eu sou casado, sim, mas estamos em processo de divórcio. É uma longa história, e o assunto aqui é outro. Eu quero ser pai, ela já não pode me dar isso.
Lis: Mas…
Arthur: Um milhão de dólares.
Lis: Um milhão?
Arthur: Um milhão para você engravidar, ter o bebê e ir embora.
Lis: Como assim?
Arthur: Vai existir um contrato, Lis… você engravida, tem a criança e no mesmo dia que ele ou ela nascer, o dinheiro estará na sua conta… depois de receber o dinheiro, você deve ir embora para outro estado ou até mesmo país… ninguém pode saber que você é a mãe do meu filho. Você também não pode voltar pra cá, muito menos tentar se aproximar dele ou de mim.
Lis: Espera, Arthur, é muita informação para a minha cabeça.
Arthur: Na verdade, é simples. Você tem o bebê e vai embora ser feliz com a sua filha. Você vai poder oferecer à Alice tudo aquilo que não conseguiu até agora, até mesmo mantê-la segura, bem longe do pai.
Ela olha para a Alice brincando e depois para mim.
Lis: Seria impossível fazer isso. Eu me conheço e não conseguiria deixar a criança.
Arthur: Lis, ele vai ter de tudo.
Lis: Mas e eu? Vou viver sabendo que tem um filho meu por aí sem amor materno, sem uma família completa…
Arthur: Eu serei a família dele ou dela.
Lis: Eu não sei, Arthur. Eu também tenho muito medo desses procedimentos de hoje em dia…
Arthur: Não será com procedimento. Eu conversei com um amigo e parece que pode demorar mais do que o esperado no caso da fertilização artificial, alguns bebês até morrem no meio do processo.
Lis: Meu Deus, isso é horrível… mas então como seria?
Arthur: De forma natural.
Lis: Você quer dizer que…
Ela fica vermelha na hora.
Arthur: É, a gente vai ter que transar.
Ela abre bem os olhos.
Arthur: Lis?
Lis: Arthur, eu nem sei o que falar… olha, eu não vou mentir, estou precisando muito de dinheiro e uma proposta como essa é muito tentadora… mas vai além dos meus princípios. Eu não conseguiria levar uma vida feliz sabendo que essa criança pode crescer achando que foi abandonada, eu sei bem como é isso…
Arthur: Eu serei um pai presente, eu não vou deixar espaços para esse sentimento. Você não deve se preocupar com isso, prometo ser um bom pai para esse filho. É tudo que eu mais quero, Lis, você não faz ideia o quanto.
Lis: Arthur, eu agradeço por você ter pensado em mim. O que você está me propondo é algo sério e entendo que seja um grande sonho… mas, não dá.
Ela levanta.
Arthur: Lis, pra onde você vai?
Ela vai buscar a Alice e eu vou atrás.
Lis: Pra rodoviária. Alguém pode ter desistido de viajar hoje e quem sabe tenha passagens sobrando.
Arthur: Mas e se não tiver?
Lis: Vão ter sim… Obrigada pelo almoço, Arthur.
Ela sai e eu pago a conta às pressas para poder alcançá-la. Saio e não vejo elas, entro no carro e dirijo pelos arredores até encontrá-las.
Arthur: Lis, a Alice vai acabar ficando doente com essa chuva!
Digo de dentro do carro.
Lis: Ela está com a capa.
Arthur: Mesmo assim! A chuva tá forte demais! Olha como você está encharcada, entra no carro e deixa de ser cabeça-dura!
Abro a porta do carro e elas entram.
Lis: Ótimo! Agora o seu carro está encharcado…
Arthur: Não tem problema, isso é besteira.
Lis: Você pode deixar a gente na rodoviária?
Arthur: Lis, dorme lá na minha casa com ela, tem vários quartos livres… Se até amanhã você não aceitar minha proposta, eu levo vocês lá, eu prometo! Agora a Alice precisa tomar um banho e descansar, olha só como ela está…
...Lis narrando…...
Olho para ela que batia o queixo de frio, o Arthur tira o terno e me entrega para cobrir ela.
Lis: Arthur, eu não sei se…
Arthur: O que eu preciso fazer pra te provar que eu não quero o mal de vocês? Me dá um voto de confiança.
Apenas me calo e ele volta a dirigir.
O Arthur realmente não parece ser um cara ruim, algo me dizia isso. Mas pra mim não é tão fácil confiar em um cara que acabei de conhecer, ainda mais com o histórico de homens que já passaram pela minha vida.
Arthur: Estamos chegando. Ela dormiu?
Lis: Sim, acordamos bem cedo hoje.
Arthur: Chegamos! Vou deixar o carro na garagem por causa da chuva, entramos pelo portão de baixo.
Ele desce em uma espécie de garagem subterrânea e quando saímos do carro vejo que a garagem é três vezes maior que a casa da minha mãe. Cheia de carros dos quais eu tinha até medo de chegar perto.
Ele tirou a Alice do carro e a levou carregada. Depois de subir de elevador, passamos por uma área de lazer interna. Como não canso de passar vergonha, simplesmente tropecei no meu próprio pé por não tirar os olhos da piscina, ele pede pra ter cuidado com a piscina e eu o sigo com mais atenção.
Arthur: Sinto muito pela andada, entrar pelos fundos demora mais um pouco.
Pelo que parecia, estávamos na sala. Ele colocou a Alice no sofá e chamou por alguém.
Arthur: Lia?
Lia: Sim, senhor!
Uma senhora vem enxugando as mãos no avental.
Arthur: Prepare dois quartos de hóspedes, um pra ela e o outro para a criança.
Lis: É só um dia, Arthur… um é o suficiente.
Arthur: Então prepare um quarto com uma cama de casal, Lia.
Lia: Sim, senhor! E me desculpe a ignorância, moça. Boa noite!
Lis: Não tem por que pedir desculpas. Boa noite.
Ela sobe a escada.
Arthur: Já está anoitecendo, o nosso dia hoje foi bem longo.
Lis: Sim, parecia que não iria acabar.
Arthur: Eu preciso passar na empresa, Lis. Espero que não se importe. Você pode ficar à vontade, vou avisar a Lia para servir o jantar de vocês.
Lis: Você já tá me ajudando tanto, não queria incomodar mais.
Arthur: Não é incômodo algum. Você sabe que não é… Bom, eu falo com a Lia por mensagem. Fique à vontade e pense bem na proposta que eu te fiz. Vocês merecem viver uma vida boa, e eu tô dando essa chance.
Ele sai e eu me sento no sofá ao lado da Alice.
Lia: Moça, o quarto está pronto.
Carrego a Alice e ela vai na minha frente com a mala.
Lia: Este é o quarto. Fique à vontade… ali tem um aparelho caso queira alguma coisa, é só apertar que toca lá na cozinha.
Lis: Nossa, muito obrigada mesmo…
Lia: Por nada! No closet tem um armário com toalhas também, e na porta à sua direita fica o banheiro.
Lis: Entendido, muito obrigada mais uma vez.
Ela vai embora e eu acordo a Alice, não podia estragar o forro daquela cama com ela completamente suja.
Alice: Mamãe, que lugar é esse?
Lis: Vamos ficar aqui essa noite, meu amor. Amanhã vamos embora.
Levo ela para o banho e tomamos juntas.
Coloco ela para deitar novamente e alguém bate na porta do quarto. Abro e era a Lia.
Lia: Aqui está o seu jantar e o da menina. O senhor Arthur me ligou e pediu pra entregar aqui. Você precisa de mais alguma coisa?
Ela diz enquanto eu pego a bandeja das mãos dela.
Lis: Obrigada, dona Lia. Não precisamos de mais nada, me desculpe o incômodo.
Lia: Não é incômodo, menina. Faço com muito gosto… Eu sabia que não ia demorar para o Arthur conhecer uma mulher de verdade, consigo enxergar sua alma através dos seus olhos.
Fico sem palavras quando ela diz aquilo. Ela passa a mão no meu rosto e eu sinto uma energia boa da cabeça aos pés. Ela vai embora sem esperar que eu fale alguma coisa e eu entro de volta no quarto.
Alice: Oba, comida!
Lis: E tá com uma cara deliciosa! Vem, meu amor, vamos comer.
Sentamos no chão e comemos tudo, estava uma delícia.
As horas passam e a Alice pega no sono novamente. Não saímos do quarto até agora e eu só pretendo sair amanhã cedo para ir embora. A Lia veio outras duas vezes perguntar se a gente precisava de algo, ela é muito gentil, mas eu não abusei.
Lis: Vamos ver se eu acho agora.
Pego meu celular que estava carregando e vejo que estava no modo silencioso. Tinha tantas chamadas perdidas e mensagens que dava até medo de abrir.
💬 Número desconhecido: Foi fácil achar a casa da piranha da sua mãe, mas você foi bem esperta em ter fugido, Lisandra. Tenho que admitir… Mas não vai pensando que vai se livrar de mim por muito tempo não, vou te caçar até te encontrar! E quando eu te encontrar, vou acabar com a sua vida de merda! A Alice vai passar a morar comigo e vai crescer sabendo da piranha que você foi. Até logo.
Mais uma mensagem de ameaça, eu já não aguentava mais aquilo. Tirei print e bloqueei mais um número. Deito ao lado da Alice e fico chorando relembrando dos dias horríveis que passei nas mãos dele… Não sei se tenho coragem de procurar a polícia novamente, eles prendem por alguns meses e depois soltam como se o cara tivesse se transformado em um bom homem durante a prisão, mas ele só volta com mais raiva.
Meu celular começa a tocar e eu tenho receio de atender, porém lembro que pode ser o Arthur, e como eu não tenho o número dele, aparece desconhecido.
📱Lis: Alô?
📱Marlon: Sua piranha, onde é que tá a minha filha?
📱Lis: Esquece a gente! A Alice tem medo de você e eu já não sou sua mulher!
📱Marlon: E quem foi que decidiu isso? Lisandra, você tá brincando com fogo… Você sabe do que sou capaz de fazer, mesmo assim me testa.
📱Lis: Por favor, só nos deixe em paz!
📱Marlon: Eu não vou sossegar até você voltar pra casa com a Alice! Eu te caço até o inferno, mas você volta!
Desligo o celular tremendo, a voz dele me causa calafrios e uma ânsia de vômito terrível. Não sei mais o que fazer para me livrar desse homem. Deito para dormir, mas acabo passando a noite em claro depois daquela ligação.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
angel.🌺
esse Marlon só vai para de perseguir elas,depois que morrer,pq ela não troca o número de telefone, agora que a filha não está mais na creche?
aceita a proposta quem sabe o Arthur não acaba se apaixonando por vc.😉😍🥰
2025-03-25
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Ecleilda Justino
sei que uma mãe não tem coragem dessa proposta mais no que estou vendo a única saída e ela aceita essa proposta
2025-03-20
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Vera Salarini
nossa,que erva daninha esse tal de Marlon
2025-02-17
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