Chegando lá, eu toco a campainha e uma moça sai.
- Posso ajudar?
Arthur: Eu gostaria de saber se a Alice Taylor veio hoje.
Ela já começou a me olhar um pouco desconfiada.
- Vai embora!
Ela tenta fechar a porta e eu coloco a mão impedindo.
Arthur: Espera, eu só quero o endereço da Lis, a mãe da Alice.
- Vai embora e deixa a Lis e a Alice em paz, seu miserável!
Eu não entendia o motivo dela estar me tratando tão mal.
Arthur: A Lis perdeu o emprego, eu quero só ajudar.
A mulher abre a porta de uma só vez, parecendo surpresa.
- A Lis está desempregada?
Confirmo.
- Aquela vadia ia me deixar na mão esse mês, me fazendo ficar com a filha dela sabendo que não teria dinheiro pra me pagar! Pilantra esperta… quer saber de uma coisa? Espere um pouco.
Ela entra furiosa e volta com uma menina.
- Vai embora, Alice, o seu pai veio te buscar.
Ela coloca a menina pra fora, bate a porta na nossa cara, e a garota nos olha rapidamente antes de virar de costas para nós e começar a bater na porta pedindo para entrar novamente.
Alice: Titia, abre! Por favor, abre! Eu tô com muito medo!
Eu olho para o Hugo e ele para mim.
Começamos a bater na porta também e nada dela voltar.
Hugo: Cara, vamos ligar o carro e deixar a menina aí. Ela vai abrir uma hora. Não podemos ficar com essa criança! Se a polícia nos pega, vai dizer que é sequestro.
A menina chorava segurando algumas roupas na mão. Eu me abaixo na frente dela.
Arthur: Oi, você é a Alice, não é?
Ela continua me olhando bem séria e não diz nada.
Arthur: Tudo bem, Alice. Você não precisa ficar com medo da gente, está bem?
Alice: A minha mãe disse que não posso falar com estranhos!
Arthur: A sua mãe está muito certa. Eu conheço ela, sabia?
Alice: Então como é o nome dela?
Arthur: Lis.
Alice: Lis é o apelido, o nome da mamãe é Lisandra!
Hugo: Toma essa.
Arthur: Cala a boca, Hugo.
Me levanto.
Arthur: Alice, vamos ficar aqui até sua mãe voltar, ok?
Ela senta no canto e fica olhando para nós dois bem desconfiada.
Hugo: Arthur, eu vou embora… isso é cilada!
Arthur: Você vai me deixar sozinho com ela?
Hugo: Vou porque isso tudo é uma loucura. Além do mais, eu preciso me organizar para o evento de amanhã.
Arthur: Qual é, Hugo!
Hugo: Vou pegar um táxi, a gente se fala.
Ele vai embora.
Arthur: Isso tá muito errado, o Hugo tem razão…
Não ia ficar bom pra mim aquela situação. Volto a bater na porta e nada da mulher abrir ou responder.
Olho para a Alice e ela continua me observando com a cara fechada.
Arthur: Vou tentar de novo...
Ligo para a Lis novamente e dessa vez não tinha sinal.
Arthur: Falha no sinal, eu vou mais pra frente… quietinha aí, Alice. Eu vou ligar pra sua mãe e ela vem te buscar.
Sigo para perto do carro e nada de sinal. Ando mais um pouco e finalmente consigo ligar.
Arthur: Atende, atende…
Nesse meio tempo eu viro para ver se a Alice está bem e gelo quando não vejo mais a garota.
Arthur: Essa não!
Volto depressa e começo a tocar a campainha.
Arthur: Você colocou a garota pra dentro?
Ela sai com cara amarrada.
- O que você está fazendo aqui ainda?
Arthur: A menina! Você colocou ela pra dentro?
- A Alice? Não, eu só abri a porta agora.
Arthur: Ela fugiu!
Coloco as mãos na cabeça desesperado.
...Lis narrando…...
O outro caminho leva mais tempo, por isso demorei mais para chegar à creche. Quando vou me aproximando vejo uma movimentação estranha, uma viatura de polícia e alguns policiais conversando com a babá.
Lis: O que está havendo?
Ela me olha sem responder nada.
Lis: Foi a minha filha… O que aconteceu? Onde ela está!?
Começo a gritar em desespero.
Polícia: Senhora, sua filha fugiu da creche e agora alguns colegas estão fazendo rondas pelo local tentando encontrá-la.
Lis: O quê!? Como a Alice fugiu assim? Ela nunca fez isso! Me diz a verdade!
- Lis, aquele homem veio atrás do seu endereço e… eu achei que fosse o pai da Alice, por isso liberei.
Virei para olhar quem era. Ele estava um pouco mais distante conversando com outros policiais. Me aproximo e os policiais vão embora deixando apenas ele e eu.
Lis: Você…
Arthur: Lis!
Lis: O que fez com minha filha?
Arthur: Não, Lis! Eu posso explicar tudo!
Não lembro de mais nada depois de escutar a resposta dele.
...Arthur narrando…...
A Lis desmaiou no meu colo. Eu a carreguei e levei para o carro, enquanto isso, fui explicar toda a situação para o policial, que obrigou a dona da creche a mostrar as câmeras de segurança com os áudios que comprovaram que eu não estava mentindo — que não menti sobre ser o pai da Alice — e ela colocou a menina pra fora sem pensar duas vezes.
Nesse meio tempo, a Lis acordou atordoada. O policial pediu para eu não ir falar com ela, pois ela estava nervosa por não saber o que havia acontecido e poderia não reagir bem. Ele conversa com ela e eu posso vê-la mirar a babá com raiva. Depois da conversa com o policial, a Lis levanta furiosa e vai até a babá.
Lis: Sua desgraçada, como teve coragem!?
- Lis, eu achei que ele fosse o pai da Alice!
Lis: Pior ainda! Eu te avisei que o pai da Alice não podia chegar perto da gente, que ele era uma ameaça!
- Eu errei, admito! Mas e você, que queria me dar um calote?
Lis: Eu ia te pagar! Eu posso atrasar, mas nunca deixei de te dar o dinheiro! Achava que podia confiar em você pra cuidar da minha filha e agora estou pagando o preço por ter acreditado na pessoa errada!
A Lis dá um tapa no rosto dela e os policiais vão segurar as duas.
Lis: Se não acharem a minha filha, eu juro por Deus que acabo com sua raça!
O policial leva a Lis para sentar e também dá água pra ela. Ela queria ir procurar pela Alice, mas os policiais não deixaram, ela parecia fraca e estava nervosa demais.
Policial: Encontraram a menina!
Gritou um dos policiais enquanto outros vêm com a Alice.
Alice: Mamãe!
Lis: Filha!
A Lis vai até ela e as duas se abraçam. Foi uma cena bonita de ver, mas eu nem conseguia imaginar se essa criança não fosse encontrada, culpa que ficaria em mim.
Policial: Vamos indo. Se a senhorita mudar de ideia e quiser fazer uma queixa contra a creche na delegacia, estaremos à disposição. Quanto à senhora, recomendo que pense bem antes de cometer mais um ato como este, poderia ter custado a vida dessa criança se esse homem não fosse de boa índole.
- Eu sei, senhor. Dou a minha palavra que nunca mais irá acontecer isso. Como forma de desculpas, Lis, eu não irei cobrar este mês.
Lis: Desse mês e mais nenhum outro, pois com você a minha filha não fica nunca mais! E a vocês todos que ajudaram, eu agradeço por terem trazido a minha filha de volta, sou muito grata.
Policial: Obedeça à sua mãe, Alice, e nunca mais suma assim, me escutou?
Ela balança a cabeça e os policiais vão embora.
- Lis, eu…
Lis: Sai da minha frente antes que eu termine o que comecei.
A babá entrou às pressas e sem olhar para trás.
Agora só estávamos nós três: a Alice no colo da Lis me olhando e a Lis olhando para mim da mesma forma.
Arthur: Lis, eu…
Lis: Ok, eu vi as filmagens e você não tentou sequestrar a minha filha… Mas então, o que você quer comigo? Ou melhor, como você descobriu que a minha filha fica nessa creche?
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Edivania Gomes
ei autora tu não vai fazer nada com essa embuste do Satanás ela tem qie ser castigada
2025-01-06
0
Edneuza Silva
Que mulher monstruosa praticamente jogou a criança nas mão de 2 estranhos
2025-02-03
0
Nana
"Será que homem pensa... eu acho que é isso né, será que homem pensa?"
2025-03-25
0