...Arthur narrando…...
Ainda bem que não bebi a ponto de acordar com ressaca hoje. Tomo banho e vou para a empresa.
Enquanto estou na minha sala, recebo uma ligação de um amigo me chamando para sair hoje à noite. Digo que tenho compromisso, mas a verdade é que eu só não quero mesmo, sou do tipo mais caseiro.
- Sr. Medeiros, o Sr. Ferraz está aqui.
Era um grande amigo meu.
Arthur: O Hugo Ferraz? Mande-o entrar.
Ela sai e logo o Hugo entra. Levanto para abraçá-lo.
Arthur: Eu nem acreditei quando a minha secretária avisou, achei que era alguém com o mesmo nome.
Hugo: Tá de brincadeira? Eu sou único!
Ele se senta colocando os pés na mesa e eu me sento na minha cadeira.
Arthur: Tire esses pés imundos daí, folgado!
Hugo: E aí, quais são as novidades?
Arthur: Você já deve saber que sou o maior corno dessa cidade. Estou prestes a me divorciar e perdi um filho que nem era meu.
Hugo: Arthur, a melhor coisa que te aconteceu foi isso. Só assim você tomou a atitude que já deveria ter tido há muito tempo, a Naomi nunca foi pra você, cara.
Arthur: Pior que você sempre me disse isso, até nos distanciamos por causa dela.
Hugo: E o Rogério? O que vão fazer em relação à empresa?
Arthur: Ele perdeu o cargo por justa causa e saiu sem muitas vantagens. Eu sou 100% dono dessa empresa, meu pai só deixou pra ele a rede de hotéis, que inclusive ele vendeu para um árabe faz dois anos.
Hugo: Então se ele não investir a grana que tem a partir de agora, provavelmente irá falir em poucos anos.
Arthur: Do jeito que ele é incapaz, não duvido disso.
Hugo: E a Naomi?
Arthur: Se não estiver com ele…
Hugo: Eles não seriam tão caras de pau assim!
Arthur: Meu advogado deu entrada no pedido de divórcio, em menos de dois meses estaremos separados oficialmente.
Hugo: Ela deve estar feliz com a grana que vai levar.
Arthur: Grana? Você está enganado, meu amigo… Com as provas de que ela tentou me matar, consigo fazer ela sair sem nenhum centavo do meu bolso. E se duvidar, sai me devendo!
Hugo: Como é essa história? Ela tentou matar você?
Conto para ele toda a história dos remédios e ele fica em êxtase.
Hugo: Essa mulher é pior do que eu imaginava… Então ela queria te matar pra ficar com tudo e depois provavelmente se casaria com seu irmão com o discurso de que ele esteve presente durante o luto dela… mais que pilantragem!
Arthur: E ainda por cima ia ter tudo que era meu nas mãos! Pois eu já havia mudado meu testamento e colocado 90% do que tenho no nome da criança… Os outros 10%, que não são pouca coisa, seriam dela.
Hugo: Ainda bem que você pegou esses dois no flagra, se não ia morrer sendo otário! Quando eu digo que não se pode confiar demais em mulher você diz que tô errado!
Arthur: Não são todas, não podemos generalizar…
Hugo: Mas você tem dedo podre, isso não podemos negar!
Arthur: Ah, isso é verdade! Por esse motivo tomei uma decisão… Não quero mais saber de mulher pra casar, apenas para me divertir mesmo.
Hugo: Mas não era você quem queria ser pai e ter uma família grande?
Arthur: Eu ainda quero ser pai, mas decidi adotar uma criança. Só estou esperando os papéis do divórcio pra não ficar cercado de coisas na justiça.
Hugo: Qual é cara? Você com esse tanto de dinheiro pode pagar até 100 barrigas de aluguel! Hoje em dia tudo é muito prático!
Arthur: Hugo, o que você disse?
Hugo: Barriga de aluguel! Hoje em dia implantam o espermatozoide na mulher e já era! Sai um filho biológico! A ciência não tá de brincadeira não, meu colega!
Levanto da cadeira e começo a andar de um lado pro outro.
Arthur: Inseminação artificial, não é isso?
Hugo: Ah é! É isso sim! Mas também leva um tempinho, precisa ter paciência… Ouvi dizer que algumas perdem o bebê no meio do processo.
Arthur: Mas isso tem relação com o procedimento?
Hugo: Não sei… mas provavelmente.
Arthur: Não! Prefiro fazer um filho da forma natural, assim não tem muitos riscos e é mais rápido!
Hugo: Disse o cara que demorou seis anos pra engravidar a esposa!
Arthur: Você não sabe de nada! A Naomi sempre se cuidou porque dizia que não queria ter filhos tão cedo… E já se esqueceu de que o bebê não era meu?
Hugo: Merda! Eu já tinha esquecido…
Arthur: Pois é!
Hugo: Mas se você se garante vai lá e fabrica o moleque… Só tem que achar uma mulher pra isso. E tem outro porém, uma mulher ciente de que terá te entregar a criança assim que nascer, pegar a grana e cair fora!
Arthur: Isso é fácil, só preciso de um contrato!
Hugo: Viu como é fácil?
Balanço a cabeça.
Arthur: Eu já tenho a mulher!
Hugo: O quê?!
Arthur: Vamos! Quero resolver isso o quanto antes!
Uma esperança enorme nasceu em mim. Não sei por qual motivo pensei nela, mas a primeira pessoa que me veio à cabeça foi aquela garçonete, a Lis!
Chegamos ao restaurante e eu não vejo ela, apenas a menina nada simpática novamente.
Arthur: Oi, você pode vir aqui quando puder?
Ela deixou de limpar o balcão e veio até a gente.
- Foi mal, eu não tinha reparado vocês aí… O que vão querer pra comer?
Hugo: Só um instante.
Ele começou a procurar um prato no cardápio.
Arthur: Eu, por enquanto, não quero nada. Só queria te perguntar se aquela moça que trabalha aqui está.
- A Lis?
Arthur: Lis! É esse o nome dela.
- A Lis foi demitida depois do barraco que o ex dela fez. O meu pai não tolera esse tipo de coisa, sabe…
Arthur: Ele demitiu ela? Então ele é um mentiroso, pois tinha me dito que decidiu adiantar a folga para que ela pudesse descansar.
Ela deu de ombros.
Arthur: Você tem o número dela?
- Eu não vou te passar o número dela...
Arthur: Por favor, eu tenho um trabalho para oferecer a ela.
...Lis narrando…...
Estou quase chegando ao restaurante quando o meu celular começa a tocar. O número era desconhecido, então eu logo imaginei que seria o Marlon.
Estava assustada. Olhei para todos os cantos achando que ele estava atrás de mim. Comecei a chorar e me escondi atrás de uma casa.
Lis: Ele deve estar lá me esperando… E se ele me encontrar? Ele vai me matar, dessa vez ele me mata…
Acabo desistindo de ir para o restaurante e decido voltar para a creche, só que dessa vez por outro caminho. Não podia correr o risco de encontrar com o Marlon e ele descobrir onde é a creche da minha filha.
...Arthur narrando…...
Arthur: Ela não atende.
Hugo: O que você quer com essa moça?
Arthur: Ela é a pessoa ideal, Hugo. Quero ter o meu filho com ela… Além de linda e já ser mãe, ela está desempregada agora. Ela não vai negar essa proposta…
Hugo: Tá pra nascer homem mais emocionado que você. Falamos sobre isso não faz uma hora e você já tá aí arrumando a mulher.
Arthur: Arrumando não! Eu já achei a mulher… Só preciso descobrir onde ela mora.
A moça volta com o prato do Hugo.
Hugo: Valeu aí, gótica.
Ela olhou feio pra ele.
Arthur: Não liga pro meu amigo… Você sabe onde a Lis mora?
- Você já não tá querendo saber demais não? Eu não posso sair dando o endereço dos outros para estranhos.
Pego minha carteira e tiro algumas notas, ela logo cresce os olhos.
- Eu tenho o número da creche onde a filha dela fica. Uma vez ela ligou e ficou salvo no meu celular… Posso te passar.
Arthur: Já me ajuda muito.
Entrego a grana pra ela e ela me passa o telefone.
📱 Arthur: Alô?
📱 - Creche da Paola, boa tarde…
📱 Arthur: Oi, eu estou interessado nos seus serviços. Quero colocar o meu filho nessa creche, recebi algumas recomendações… A senhora poderia me confirmar o endereço? Quero fazer uma visita.
📱 - Claro, anota aí.
Ela me passa o endereço.
📱 Arthur: Muito obrigado! Irei visitar em breve.
Desligo o telefone e faço o Hugo adiantar a comida.
Hugo: Calma aí!
Chamo a moça.
- O que é dessa vez?
Arthur: Qual é o nome da filhinha dela?
- Alice, sobrenome Taylor.
Arthur: Era só isso, obrigado!
Ela sai mais uma vez.
Hugo: Tô terminando…
Arthur: Anda, Hugo.
Ele termina e saímos depois de pagar a conta.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
angel.🌺
pelo menos a chata da lanchonete ajudou em alguma coisa, mesmo sem saber.🤔🙄🤭🤭
2025-03-25
1
Nana
O cara impedindo uma criança de ganhar uma família veyr
2025-03-25
0
Ecleilda Justino
Deus da uma brecha pra eles se encontrar de novo
2025-03-20
0