Capítulo 12

Felipe sai para o jardim para procurar Sofia e a encontra deitada na grama contemplando as estrelas. Sua mente está viajando pela história que acabou de ouvir que ela nem sente Felipe perto dela. Felipe se aproxima furtivamente para não assustá-la.

Felipe: querida?

Sofia: ah? Oi.

Felipe: você está bem, querida?

Sofia: na verdade, não, tudo é tão confuso. Não sei o que fazer, o que pensar, o que dizer.

Felipe: vamos dar um passo de cada vez, primeiro quero que você aprenda sobre sua magia, sobre suas raízes. Então eu vou investigar o que exatamente aconteceu naquele dia. Os magos mais velhos devem conhecer bem a história. Então você e eu, minha rainha, vamos descansar. Já foi um longo dia.

Sofia: —suspira— tudo bem. Posso te pedir uma coisa?

Felipe: rainha. Você pode me pedir o céu e eu o trarei para você.

Sofia: que fofo!. Quero ficar longe daquele rei. Por causa dele eu perdi minha mãe. Eu não o considero um pai. Não quero ter nada com ele e infelizmente nem com o reino. Embora muitos me queiram como herdeira porque eu conheço o povo. Até saber o que fazer, não quero saber nada deles.

Felipe: assim será feito, minha rainha. Mas saiba que, se seu povo está passando por dificuldades, você deve agir.

Sofia: só nesse caso. Se houver injustiças sendo feitas ao reino de Órion, só nesse caso irei reclamar o trono. Esteja quem estiver nele. Mesmo que seja Rosa sentada naquele trono.

Felipe: é assim que se fala, minha rainha! Uma governante digna eu tenho na minha frente! Agora venha, vamos descansar. Temos trabalho a fazer amanhã, em cerca de duas semanas será sua coroação. Lembre-se que o que você deseja que seja feito será feito.

Sofia: oh Draki! Haha, eu confio na corte.

Felipe escurece o olhar quando Sofia o chama de Draki. Ele sabe que precisa se controlar e dar um descanso à sua pequena Fada. Embora ela tente se proteger, ele sabe que ela é frágil como um cristal. E esse pequeno coração ele deve cuidar até o fim.

Ambos caminham pelos corredores do castelo um pouco separados, mas então Felipe sente alguém os seguindo, então se vira disfarçadamente e observa que é a criada, aquela que ofendeu Sofia. Ele coloca a mão na cintura de Sofia e a puxa para mais perto de seu corpo, assumindo uma postura defensiva.

Eles chegam ao quarto e Lina está lá pronta para ajudar Sofia a se preparar para dormir. Enquanto Felipe entra no banheiro para dar um pouco de privacidade a Sofia, embora ele não precise, já que ambos se viram completamente, mas ele sabe que Sofia manterá um nível de respeito na frente de sua amiga.

Uma vez pronta, Sofia se deita e pega um livro que encontrou no quarto e ficou curiosa para ler. Então Felipe sai do banheiro e se deita ao lado de Sofia, ele pega alguns papéis que exigem sua assinatura, mas por serem muito importantes, um sinal de alerta foi despertado nele e ele decidiu deixá-los por último e lê-los e analisá-los, pois teme que pela necessidade desses papéis, jogadas erradas estejam sendo feitas com os impostos do reino.

Enquanto lia, Sofia adormece com o livro no peito, Felipe, ao perceber isso, ajuda a ajeitar Sofia e, ao ver que o que ela está lendo é o livro de amor que sua mãe escreveu para seu pai, solta um suspiro.

Felipe: eu me certificarei de que nosso amor seja como a história que você está lendo. Minha linda rainha.

Felipe também decide descansar, já que o que está por vir será um desgaste de energia.

Sofia está dormindo pacificamente e entra em um sonho que parece mais com a realidade. Nele aparece uma linda mulher de cabelos ruivos claros, olhos azuis como o mar profundo.

Mulher: minha menina, como você está linda! Você é uma dama de verdade.

Sofia: quem é você?

Mulher: você era tão pequena da última vez que te vi. E agora você é uma princesa.

Sofia: mãe...? Mãe!?

Mãe: sim, minha linda garotinha.

Sofia: você não deveria ter ido. Você não sabe o quanto eu precisei de você.

Mãe: esse era o caminho que eu estava destinada a seguir. Eu sabia o que aconteceria quando eu pisasse no reino de Órion. Mas a felicidade chegou à minha vida no dia em que você nasceu.

Sofia: mãe, por que eu tenho esses poderes? Você sabe que se Saul descobrir...

Mãe: shiii— se ele descobrir. Você e seu marido irão detê-lo. Vocês dois estão destinados a ficarem juntos. Vocês são a representação do Yin e Yang, ele é um jovem dragão que não esperava encontrar o amor. Mesmo assim, ele se guardou em corpo e alma para sua destinada. Vocês dois estão destinados a grandes coisas, e com a ajuda de vocês meu povo renascerá.

Sofia: como posso fazer tudo isso? Estou com medo. E se eu falhar?

Mãe: esse é o segredo. Minha menina, tudo bem errar. Se você cair, levante-se e continue lutando.

Sofia: mãe, mas eu não quero lutar por aquele reino.

Mãe: filha, você não é obrigada a fazer isso. Mas sendo a única descendente do meu povo e de Saul, chegará o dia em que você terá que fazer isso. Agora venha me dar um abraço apertado. Eu sempre vou te proteger. Sempre estarei lá para você. Você deve ser corajosa e confiar em Felipe. A propósito, eu adoro meu genro. Ah, e a propósito, você deve aprender a desconfiar de algumas pessoas ao seu redor. Tome cuidado, minha menina.

Sofia: espere, mãe, por favor.... Não vá.

Felipe sente Sofia inquieta na cama e acorda de repente e percebe que Sofia está falando dormindo e... Chorando. Então, da melhor maneira que pode, ele a acorda para tirá-la daquele sonho.

Felipe: minha querida Sofia, o que foi! Por que você está chorando?

Sofia: eu a conheci, minha mãe... Minha mãe.. Felipe.

Felipe: oh, minha querida. Calma. Foi um sonho, talvez o melhor que você poderia ter. Calma, estou aqui.

Sofia, abraçada a Felipe, consegue adormecer novamente graças ao calor do corpo dele. Quando os primeiros raios de sol surgem pelas grandes janelas, Felipe se levanta com cuidado e se prepara para iniciar seu dia de trabalho. Ele desce até seu escritório e a primeira coisa que faz é....

Rei Felipe: Guarda Rogelio!!!

Rogelio: às suas ordens, meu senhor!

Rei Felipe: mande chamar a criada Ofélia! Imediatamente!

O homem sai correndo para procurar a jovem. Ela deve ter feito algo para o rei chamá-la e ainda mais no tom que ele usou!

Rogelio: Ofélia, venha comigo! O rei precisa de você no escritório.

Ofélia: é hora! É a minha chance!

Ele ignora o comentário porque com isso ele imagina a seriedade do motivo da convocação.

Ofélia chega ao escritório e bate na porta delicadamente.

Rei Felipe: entre!

Ofélia: você mandou me chamar, Vossa Alteza.

Rei Felipe: Ofélia. Hoje será seu último dia de trabalho neste castelo! Vá até a administração receber o pagamento pelos seus serviços.

Ofélia: O quê! Por que, Vossa Alteza! Estou feliz trabalhando aqui! Sou leal a você!

Rei Felipe: a mim? E à minha rainha?

Ofélia... Meu rei é você!

Rei Felipe: ela também é sua rainha! Ela é minha esposa. Em algumas semanas ela será a rainha deste povo. Você deve respeito a ela! Soube que você a ofendeu. E isso é me ofender! Então você sai por bem ou por mal.

Ofélia: Mas Vossa Alteza? Eu... Eu o amo... Posso te dar o mesmo que ela.

Ofélia tenta se aproximar de Felipe sensualmente, baixando as alças de seu vestido de empregada, mas ela é rejeitada e então...

Rei Felipe: Rogelio!

Rogelio: sim, Vossa Alteza?

Rei Felipe: Tire essa mulher da minha frente. Leve-a para receber seu pagamento e saia deste castelo. Ela tem sorte de eu ter decidido não puni-la nas masmorras. Mas se ela se aproximar dessas terras, pagará com a vida.

Rogelio: sim senhor!

Vamos, menina.

Rogelio pega Ofélia pelo braço e a arrasta para fora do escritório, ela grita e chuta, mas isso não faz Felipe mudar de ideia.

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