Capítulo 11

Lina leva Sofía ao grande salão. Ela vê que só há dois lugares na mesa e pede mais três lugares na mesa.

Lina: alteza, mas são apenas a senhora e sua majestade.

Sofia: Eu sei, Lina, mas quero que você e as babás comam conosco.

Lina: alteza, por favor, não faça isso, não sabemos como o rei pode reagir.

Felipe: Reagir a quê?

Sofia: Olá, Draki. É que há muito espaço para nós sozinhos. E eu quero que Lina e minha babá e a babá Lana jantem conosco.

Felipe: Era isso? Babá Lana sempre janta comigo, então não há problema. Lina, prepare os lugares.

Lina sai correndo, rindo um pouco de como Sofia, com olhinhos fofos, consegue dobrar o grande rei. No fundo do salão está a criada, observando a ação de longe e aproveitando a oportunidade para também ir até o grande salão. Ela vai até a cozinha para se preparar, mas é parada pela babá Lana.

Babá Lana: Aonde você pensa que vai?

Criada: Ao salão, como todas vocês.

Lina vê a situação e presta atenção ao que pode acontecer.

Babá Lana: Você não vai a lugar nenhum. As ordens são para Lina, a criada, e para nós, as babás de suas majestades. Você só quer estar como mosca morta na sopa. Você vai comer com as outras criadas. É uma ordem.

Ela rosna em silêncio e vai embora com as outras. Lina, que estava em silêncio observando, é tirada do transe pela babá Lana.

Babá Lana: Devemos vigiar essa menina. Ela é apaixonada pelo rei desde que chegou, mas ele nunca lhe deu atenção.

Lina: Sim, notei que ela é... hostil.

Babá de Sofía: Espero que essa menina não faça nada contra minha princesa.

As três mulheres vão para o salão para jantar com os reis, embora para as babás eles sejam como filhos e para Lina, Sofía seja como sua irmã, uma amiga. Elas estão juntas desde pequenas, então sua união é bastante forte.

Sofia: Babás, Lina, tenho algo para contar a vocês.

Babá: O que foi, minha menina?

Sofia: Acontece que eu tenho magia! Você consegue acreditar, babá?

A babá fica com o rosto pálido, como se estivesse com medo.

Felipe: Babá? Está tudo bem?

Babá: Minha menina... eu sempre soube... Mas não deveria ter despertado ainda! Isso é muito perigoso!

Lina: Não estou entendendo, babá.

Babá Lana: Eu acho que alguém estava protegendo esse poder, e é ela.

Sofia: Babá, o que está acontecendo?

Babá: Se seu pai souber, ele virá atrás de você para tomar esse poder para si. Se a rainha Elena também souber, virá. Felipe, você deve tirar esse poder dela, por favor!

Sofia: Babá, calma, tudo bem. Eles não sabem de nada.

Felipe: Babá, você sabe de algo que nós não sabemos, então explique. Ninguém vai machucar Sofía. Ninguém vai tocar nela.

Babá: O rei Saúl queria a magia das fadas. Ele liderou a guerra para ter esse poder. Obviamente, ele venceu, tendo sua mãe como troféu. Ele... a violentou, a maltratou. Ele fez barbaridades com ela para ter o poder, mas descobriu que esse poder não podia ser transferido a menos que fosse para sua descendência. Um tempo depois, sua mãe engravidou. Quando ele soube da sua chegada, seu pai viu outra maneira de ter esse poder para si. Mas, novamente, ele ficou desapontado. Quando você nasceu, sua mãe bloqueou todo o poder em você. E quando fizeram o teste de paternidade, sua luz brilhou como um sol, mas também foi por causa do poder dentro de você. Os sacerdotes disseram apenas que aquela luz era a prova de paternidade, que a da magia tinha outra cor, então ele se convenceu daquela resposta, já que confiava nos sacerdotes. Seu pai teve milhares de amantes, mas a principal era Elena. Um dia antes do seu primeiro aniversário, ela arquitetou um plano para envenenar sua mãe. E conseguiu. Um tempo depois, ela já estava grávida, mas antes de sua mãe morrer, ela me disse que se certificou de que Saúl não teria mais descendência. Você é a única descendente de Saúl, a última princesa fada. E você tem o poder, inclusive, de despertar o poder mágico das fadas que estão adormecidas há anos nas florestas.

Sofia: Eles... Ela... matou minha mãe!

Felipe: Faremos uma investigação sobre toda essa guerra. Minha Sofía, fique tranquila, haverá justiça.

Naquele momento, ouve-se o farfalhar das árvores na floresta que cobre o grande castelo. Todos no salão se assustam com o som, menos Sofía, que está em uma espécie de transe.

Babá Lana: Acho que a floresta já sabe da história.

Lina: Princesa, sua mãe está em um lugar melhor. A justiça será feita e você recuperará seu trono.

Sofia: Eu não quero nada.

Sofia se levanta da mesa e sai correndo do local em direção ao jardim. Felipe fica cabisbaixo com a situação.

Babá: Já era hora de ela saber a verdade, mas não entendo porque o poder dela despertou.

Felipe: O que você quer dizer?

Babá: Deveria despertar quando ela... Não pode ser...

Felipe: O quê, babá? Fale! Sofia está em perigo?

Babá: O poder dela só deveria despertar quando seu amor verdadeiro aparecesse. Ou seja...

Felipe: Ela é o meu amor verdadeiro. Meu dragão soube assim que a viu na festa.

Babá Lana: E você é o dela. Que lindo!

Babá: Alteza, por favor, cuide de Sofía. Ela é frágil.

Lina: Principalmente das raposas da criadagem.

Babá Lana: Menina!

Felipe: Uma coisa de cada vez. O que aconteceu? Por que você fala assim, Lina?

Lina: É que tem uma criada que tratou mal minha princesa hoje.

Babá Lana: Do que você está falando?

Lina: Elas pensaram que estavam sozinhas, mas eu vi. Uma criada tratou mal a princesa, virando as costas para ela e sendo tão desrespeitosa que até deixou a princesa com a palavra na boca. A princesa só queria ir para o seu escritório, alteza.

Babá Lana: É a criada Ofélia, alteza.

Felipe: Muito bem. Amanhã isso será resolvido. Agora, se me dão licença, vou procurar Sofía. Já passou tempo suficiente para que ela se acalme.

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