Maria
Acordo assustada com um barulho alto no meu quarto, como se algo tivesse batido no teto e depois caído no chão. Lentamente, viro-me de barriga para cima na cama, afastando algumas mechas de cabelo do rosto, e olho ao redor, ainda sonolenta. Tateando a mesinha ao lado da cama, meus dedos encontram o abajur e eu o acendo.
Meus olhos então se arregalam quando percebo uma coruja marrom me encarando com seus grandes olhos amarelos e penetrantes. Ela está no chão, e, de repente, voa em minha direção, pousando na minha cama, bem em cima da coberta.
Sinto um calafrio de pânico e tento sair da cama rapidamente. No entanto, em minha pressa, acabo me enroscando na coberta e caio de bunda no chão, soltando um grito:
— Socorro!
O barulho do meu grito é seguido por um estrondo vindo de baixo e o som de passos apressados subindo as escadas. A porta do meu quarto se abre com um baque, revelando meu pai com um taco de beisebol na mão e o policial Carlos, com a arma em punho.
— O que aconteceu, filha? Tem alguém aqui? — pergunta meu pai, alarmado, seus olhos vasculhando o quarto rapidamente.
Ele me vê no chão e corre até mim, ajudando-me a levantar. O policial Carlos me observa com um olhar intrigado e pergunta:
— Maria, o que aconteceu?
Ainda assustada, aponto com o dedo para a minha cama, onde a coruja permanece no meio das cobertas, olhando ao redor com um ar curioso. Carlos se aproxima, mas dá um passo para trás ao ver a coruja, exclamando:
— Mas que diabos é isso? Por que tem uma coruja na sua cama?
Atônita, nego com a cabeça e respondo:
— Ela entrou... eu acho.
Meu pai dirige seu olhar até a janela aberta e, suspira, comentando:
— É claro que entrou, a janela está aberta. Você precisa prestar mais atenção, Maria.
Carlos se aproxima da janela, inspecionando a área lá fora, e diz:
— Você realmente deveria ter fechado a janela. É perigoso deixá-la aberta assim.
Sinto um misto de constrangimento e alívio diante dos seus sermões. A coruja, alheia ao alvoroço que causou, permanece em sua posição, piscando lentamente. Meu pai, ainda segurando o taco, se aproxima dela com cautela.
— Vamos tirar essa coruja daqui antes que ela faça mais bagunça — diz, ele afugentando a ave.
A coruja voa pela janela aberta, desaparecendo na noite. Carlos, após guardar sua arma, se vira para mim.
— Maria, tome cuidado. Não podemos arriscar — diz ele, com um tom sério.
Assinto, ainda um pouco atordoada. Meu pai, visivelmente mais calmo agora, suspira e se senta na beira da minha cama.
— Filha, estamos todos preocupados com você. Por favor, seja mais cautelosa — ele diz, sua voz suave mas firme.
Sinto um nó na garganta, mas consigo apenas murmurar:
— Desculpe, pai. Vou ser mais cuidadosa.
Carlos acena com a cabeça, satisfeito com a resposta. Ele se aproxima da janela e a fecha firmemente.
— Certifique-se sempre de que todas as portas e janelas estejam trancadas antes de dormir — instruiu ele.
Meu pai se levanta, acariciando meu ombro de forma reconfortante.
— Vamos descer, Carlos. Maria precisa descansar. Já houve emoção demais para uma madrugada.
Eles saem do quarto, fechando a porta suavemente atrás deles. De volta à minha cama, tento acalmar meu coração ainda acelerado. Deito-me e cubro-me novamente, os olhos fixos no teto, refletindo sobre a noite tumultuada.
A sensação de que algo grande está prestes a acontecer não me abandona. E assim, minha mente vagueia para Damon. O que será que ele está fazendo neste momento?
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Maria Izabel
essa coruja veio só para sondar ela e o Theo espero que Damon consiga salvar ela dos crápulas da cúpula
2025-02-12
2
Maryan Carla Matos Pinto
a coruja é um deles disfarçado
2024-12-19
0
Vanessa Corrêa🦋🦋
Essa coruja não é um pássaro comum
2024-12-12
1