Damon
Enquanto Arnaldo segue dirigindo pela estrada escura, recosto minha cabeça no encosto do banco do veículo. Um sorriso genuíno surge em meu rosto ao lembrar da mensagem de Maria me perguntando se eu iria ver minha namorada. Isso significa apenas uma coisa: Ela está interessada em mim.
A ideia me pega de surpresa, e uma onda de calor se espalha pelo meu corpo. Me pego pensando nela, nas suas palavras, no seu jeito desengonçado e ao mesmo tempo encantador. A presença dela na minha vida, mesmo que de forma inesperada, traz uma leveza que eu não sabia que precisava.
Mas tenho que manter a cabeça no lugar. Maria é uma jovem em perigo, e eu sou responsável por garantir sua segurança. Não posso deixar que meus próprios sentimentos interfiram nisso.
Respiro fundo, tentando afastar os pensamentos que insistem em me distrair. Tenho uma reunião importante pela frente, e preciso estar concentrado. Mas, mesmo assim, o sorriso persiste no meu rosto. A simples lembrança das palavras dela é o suficiente para fazer meu coração bater um pouco mais rápido.
Logo saímos da estrada principal, Arnaldo segue com o carro por uma estrada estreita, menos movimentada. E então ele se vira para mim, um brilho travesso nos olhos.
— Se segura, senhor Willian.
Eu assinto, um sorriso se formando em meus lábios. Aperto o meu cinto, sabendo o que está por vir, enquanto Arnaldo aciona um botão no carro. O veículo começa a se erguer do chão, suas rodas sendo recolhidas e substituídas por propulsores poderosos.
Com um rugido de motores, saímos voando em uma velocidade impressionante, as copas das árvores se curvando com o vento gerado pela nossa passagem rápida. Arnaldo solta um grito de pura empolgação ao abaixar o vidro, deixando o vento envolver seus cabelos em uma dança frenética.
— Eu adoro isso!! Amo meu trabalho! — ele exclama, seu rosto iluminado pela adrenalina da velocidade.
O vento sopra para dentro do carro, espalhando meus cabelos ao redor do rosto. Sorrio, contagiado pela empolgação de Arnaldo. Ele está conosco há tanto tempo, sempre fiel e dedicado. Não consigo imaginar uma viagem como essa sem sua presença animada.
Enquanto o carro adaptado atravessa o céu noturno, sem demora, chegamos à majestosa Antártica, uma visão impressionante de gelo e neve à nossa frente. Arnaldo pressiona um botão no painel e, abaixo de nós, uma comporta de gelo se abre, revelando a entrada para outro mundo.
O buraco escuro se estende à nossa frente, convidando-nos para o desconhecido. Com um misto de excitação e expectativa, mergulhamos na escuridão. E assim emergimos do outro lado deste mundo oculto, onde somente os membros da cúpula têm acesso, entre eles uma miríade de seres poderosos que detêm o controle em cada recanto do planeta.
A humanidade nem imagina a verdadeira extensão do poder que existe por trás dos bastidores do mundo. Neste lugar, várias facções coexistem, cada uma com seus próprios interesses e influências. Aqui residem os clãs mais antigos e poderosos, incluindo minha própria família.
À medida que o carro nos conduz por entre as imponentes estruturas de gelo, posso sentir a magnitude do lugar. As torres de cristal se erguem para o céu estrelado, enquanto as ruas esculpidas no gelo brilham sob a luz da lua.
Esta é a Antártica da cúpula, um lugar de mistérios e intrigas, onde os segredos são guardados com zelo e as alianças são feitas e desfeitas em um piscar de olhos. Para muitos, é apenas uma lenda urbana, mas para nós, é a realidade que molda o destino do mundo.
Enquanto o carro se aproxima da mansão da minha família, posso sentir a tensão no ar. Aqui, as disputas de poder são travadas nos salões opulentos e nos corredores escuros, e cada movimento é meticulosamente planejado para garantir a nossa supremacia.
Ao descer do carro, sou envolvido pela imponente presença da mansão. Seus contornos majestosos e a aura de mistério que paira no ar são uma lembrança constante da herança que carrego.
Enquanto Arnaldo se afasta para guardar o carro, faço o meu caminho em direção à entrada da mansão. Mas antes que eu possa dar mais do que alguns passos, sou abordado por um dos seguranças, um imponente lobo cujos olhos brilham com uma inteligência aguçada.
Sua voz ressoa na minha mente, uma comunicação telepática que é comum entre os membros do nosso clã.
— Quem é você? Identifique-se.
Respiro fundo, consciente da importância deste momento. A segurança da família é uma prioridade absoluta, e o lobo está apenas cumprindo seu dever ao questionar minha presença.
Com passos firmes, me aproximo do guardião, respondendo com calma e autoridade:
— Sou Damon Willians, membro do clã Willians. Filho de Claus Willians e Helena Willians.
Meus olhos encontram os dele, transmitindo confiança e respeito pela sua vigilância. O lobo me observa por um momento, avaliando minha identidade e minhas intenções. Sua expressão séria revela a responsabilidade que ele carrega como protetor da família.
Depois de alguns segundos de silêncio tenso, ele finalmente assente, reconhecendo minha afiliação ao clã Willians.
— Damon Willians, seja bem-vindo de volta — responde ele, sua voz ressoando em minha mente. — Seus pais estão esperando por você.
Com um aceno de cabeça em agradecimento, eu passo por ele e adentro a mansão. Ao adentrar a sala principal, sou recebido pelo ambiente familiar e reconfortante que tanto conheço. Meus pais estão ali, cada um exibindo sua própria aura distinta.
Minha mãe, Helena, irradia graciosidade e elegância, como sempre. Seus cabelos lisos e negros são um símbolo de sua beleza atemporal, caindo suavemente até o meio de suas costas. Seu olhar é caloroso e acolhedor, refletindo a força e a ternura que sempre associamos a ela.
Meu pai, Claus, está ao lado dela, emanando uma presença imponente e confiante. Seus cabelos grisalhos conferem-lhe um ar de sabedoria e charme, mas é sua postura firme e seu olhar penetrante que revelam a verdadeira essência de sua personalidade. Ele é o patriarca da família, um líder nato que inspira respeito e admiração em todos que o rodeiam.
Quando meus pais percebem minha presença, eles se voltam para mim, seus rostos se iluminando com sorrisos calorosos. Minha mãe se aproxima rapidamente, seus braços me envolvendo em um abraço reconfortante enquanto ela expressa sua alegria:
— Damon, meu filho querido, é uma alegria tê-lo em casa novamente.
Suas palavras são como uma melodia familiar, trazendo à tona uma sensação de pertencimento e amor incondicional. Eu retribuo o abraço caloroso, sentindo-me verdadeiramente em casa.
Sem mais delongas, meu pai declara:
— Vamos, Damon. Todos os membros da cúpula estão reunidos no grande salão, apenas esperávamos por você.
Com um aceno de cabeça em resposta ao meu pai, acompanho-o enquanto nos dirigimos para o grande salão da mansão. O ambiente é solene e imponente, com os murmúrios das vozes dos membros da cúpula pairando no ar.
Ao chegarmos ao salão, sou imediatamente envolvido pela grandiosidade do espaço. No centro, uma imensa mesa de pedra polida domina a sala, proporcionando um lugar de destaque para os membros da cúpula aqui reunidos.
Ao redor da mesa, vejo uma variedade de seres, cada um representando uma linhagem distinta e única. À medida que me aproximo, posso sentir a energia pulsante do poder que emana de cada um deles.
Enquanto me acomodo à mesa, observo atentamente a postura séria e determinada de meu pai. Com um gesto firme, ele atrai a atenção de todos para si.
— Este é Damon — meu pai anuncia, dirigindo-se aos presentes e depois a mim. — Ele encontrou graça em viver entre os humanos do outro lado, mas já está na hora dele conhecer os assuntos que discutimos aqui na cúpula.
Os membros assentem em silêncio, seus olhares variando de curiosidade a desconfiança. Alguns me saúdam com gestos de cabeça respeitosos, enquanto outros parecem me ignorar completamente. Percebo a tensão no ar, sabendo que estou prestes a ser introduzido em um mundo de intrigas e segredos profundos.
Em seguida, um dos membros da cúpula coloca um dispositivo sobre a mesa, sinalizando o início da reunião. Ele expressa a urgência do momento, destacando a crescente ameaça que enfrentamos. Com um gesto hábil, ele projeta um holograma diante de nós, revelando uma série de pontos vermelhos espalhados por todo o planeta.
Observo o holograma com fascínio e apreensão, tentando compreender a magnitude do que está diante de mim. O ser então anuncia calmamente.
— Vou mostrar algumas imagens dos principais alvos para vocês. Eles estão se multiplicando como ervas daninhas desta vez, senhores. — Suas palavras fluem com uma calma gélida, como se descrevesse uma atividade trivial.
À medida que as imagens dos alvos são projetadas diante de nós, uma variedade de rostos e etnias passa rapidamente. Meu olhar é instantaneamente atraído para uma figura familiar: Maria. Meu coração dispara ao vê-la ali, vulnerável e exposta aos perigos iminentes.
Um dos seres presentes, acariciando uma espécie de arma, deixa escapar um sorriso perverso:
— Essa é a parte que mais me agrada. A caçada está prestes a começar!
O ar ao redor parece ficar mais denso, impregnado com a sinistra antecipação do que está por vir. A voz de Théo ecoa em minha mente: "Ela disse que, eu, ela e Maria, somos diferentes. Que estamos, sendo caçados."
Então, tudo desaba sobre mim como uma bomba. Encaro meu próprio pai, cujo sorriso sádico revela sua participação nessa cruel empreitada. Sem aviso, meu corpo reage à angústia e ao horror, e me curvo repentinamente, vomitando no chão da sala.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Ellen Baroni
agora que são elas/Sob/
2024-12-06
1
Maryan Carla Matos Pinto
por que o pai dele está fazendo isso
2024-12-19
0
Marilia Garcia
Caramba é o carro do Batman 🤦🏻♀️
2025-02-05
0