Maria
Aqui estou eu, sentada no banco de trás do carro de Damon, sentindo seu perfume que preenche todo o veículo. Théo está no banco do carona, ao lado dele. Não sei o que é pior: o medo de estar sendo caçada por algum maníaco ou a forte atração que sinto por Damon.
Como posso estar gostando dele assim tão de repente? Minha cabeça gira com todos os acontecimentos recentes. Então, sua voz aveludada, em um timbre que parece me fazer tremer por dentro, ressoa dentro do carro, arrancando-me dos meus questionamentos.
— Vocês terão policiais à paisana vigiando vocês. E, Maria, quando eu estiver em casa, eu mesmo farei sua proteção, já que somos vizinhos — diz ele, olhando-me intensamente pelo retrovisor.
Engulo em seco e desvio o olhar para fora, vendo o movimento na rua. Tento manter a voz firme enquanto respondo:
— Tudo bem, delegado.
Théo permanece em silêncio, mas posso sentir sua tensão. Enquanto isso, o carro segue pelas ruas da cidade, e a sensação de segurança é, ao mesmo tempo, confortante e estranha.
— Vou garantir que vocês estejam seguros — Damon continua, a voz baixa, quase um sussurro. — Não deixarei que nada aconteça a vocês.
Há uma determinação em seu tom que me faz acreditar nele, apesar do turbilhão de emoções dentro de mim. A atração que sinto por ele é intensa, mas o medo pelo desconhecido e pelo perigo que nos cerca é igualmente forte.
Chegamos à casa de Théo. Ele desce do carro e se despede de mim com um olhar de preocupação e solidariedade. A sensação de ficar sozinha com Damon no carro é esmagadora. Observo Théo caminhando em direção à sua casa, enquanto Damon arranca novamente com o carro.
Há um silêncio gritante entre nós. Ele me olha profundamente pelo retrovisor, sua voz agora um pouco mais rouca ao quebrar o silêncio:
— Não quer sentar aqui na frente?
Nego rapidamente com a cabeça.
— Não, obrigada. Estou bem aqui — digo, nervosa.
Ele mantém os olhos fixos em mim pelo retrovisor, e a tensão no ar é palpável.
— Está com medo de mim?
Não sei por que motivo, mas suas palavras me acertam em cheio, deixando-me ainda mais desconfortável.
— Nã... Não estou com medo de você — digo, gaguejando levemente.
Sinto-me ainda mais ridícula por isso. "Meu Deus, já não está humilhante o suficiente?", penso internamente. Tento controlar minha respiração e focar no movimento da rua para evitar seu olhar.
Damon solta um suspiro, e seu tom suaviza um pouco, mas ainda carrega uma intensidade que faz meu coração acelerar.
— Maria, quero que se sinta segura. Estou aqui para te proteger, não para te assustar — Ele desvia os olhos do retrovisor e se concentra na estrada.
O caminho para casa parece mais longo do que nunca. Cada segundo é uma mistura de ansiedade e uma inexplicável atração por ele. Tento encontrar algo para dizer que alivie a tensão, mas as palavras me falham.
Então, não suportando mais o silêncio, a única coisa que consigo dizer é:
— Por que alguém caçaria a mim e ao Théo? Isso não faz sentido. Parece um pesadelo.
Minha voz ecoa frágil dentro do carro. Damon respira fundo, seus olhos suavizando um pouco quando responde:
— Também estou tentando entender isso, Maria. Mas prometo que farei tudo ao meu alcance para descobrir a verdade e mantê-los seguros.
Há algo na maneira como ele fala, uma sinceridade e determinação que me fazem querer acreditar nele. Mesmo assim, o medo não desaparece.
Finalmente chegamos à minha casa. Damon estaciona o carro e sai rapidamente para abrir a minha porta. Ao sair, acabo enroscando meu pé, e ele me ampara com seus braços fortes.
Minha respiração fica irregular enquanto nos encaramos. Posso sentir seu calor; seu perfume é inebriante. Um arrepio percorre meu corpo, deixando-me trêmula.
— Você está bem? — pergunta Damon, a preocupação evidente em seus olhos.
Tento falar, mas minha voz falha. Sinto minhas pernas fracas, como se eu fosse desmaiar a qualquer momento. Damon parece perceber isso e me segura com mais firmeza.
— Maria, respire fundo — murmura ele, sua voz baixa e reconfortante.
Faço o que ele diz, tentando acalmar meu coração acelerado. Aos poucos, recupero um pouco da compostura, mas o contato com ele é intenso, quase eletrizante. Finalmente consigo balbuciar:
— Desculpe, acho que foi o susto. Estou bem.
— Não precisa se desculpar. — Ele diz suavemente, ajudando-me a ficar de pé. — Vamos entrar.
Com a mão ainda no meu braço para me apoiar, caminhamos até a porta da minha casa. Sinto um misto de segurança e nervosismo ao estar tão próxima dele.
Quando finalmente chegamos à porta, viro-me para ele, ainda tentando processar todas as emoções que estou sentindo.
— Obrigada, Damon. Por tudo. — digo, minha voz ainda um pouco trêmula.
Ele sorri levemente, mas seus olhos permanecem sérios, atentos, enquanto a leve brisa da tarde nos envolve.
— Não precisa agradecer. Faz parte do meu trabalho, e eu quero garantir que você esteja segura.
— Mas é mais do que isso, não é? — pergunto, minha voz quase um sussurro. Há uma intensidade em seus olhos que me faz acreditar que ele sente algo mais.
Por um momento, ele hesita, como se estivesse lutando contra algo dentro de si. Então, dá um passo para trás, soltando meu braço lentamente.
— Vá descansar, Maria. Se precisar de qualquer coisa, estarei ao lado. — Sua voz é firme, mas há uma suavidade que me toca profundamente.
Assinto, sentindo uma mistura de alívio e um desejo inexplicável de que ele ficasse. Entro em casa e fecho a porta atrás de mim, o silêncio da casa contrastando com o turbilhão de emoções dentro de mim. Encosto-me na porta, tentando controlar meus pensamentos.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Maria Izabel
Com ele é delegado e tbm lobo o instinto de sentir perigo e cheiro estranhos é eminente porque Damon até agora não sentiu nada ?
2025-02-11
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Maria Izabel
Com ele é delegado e tbm lobo o instinto de sentir perigo e cheiro estranhos é eminente porque Damon até agora não sentiu nada ?
2025-02-11
0
Luiza Paiva
ela deve estar enfeitiçada poi isso , Dalmo não senti o cheiro dela
2025-02-03
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