Damon
Enquanto reviso o caso na minha sala, sou interrompido por um dos oficiais batendo na porta e dizendo:
— Delegado Damon, o garoto já chegou.
Olho para o jovem oficial, assinto e caminho até a recepção. Quando chego, vejo Théo e, para minha surpresa, Maria ao lado dele. O que ela faz aqui? Será que são apenas amigos ou namorados?
A ideia do garoto ser seu namorado me incomoda, mas rapidamente volto a mim, lembrando-me da necessidade de ser profissional. Ao me aproximar deles, percebo a tensão no ar. Théo está visivelmente nervoso, enquanto Maria parece preocupada, mas determinada a apoiá-lo.
— Théo, obrigado por vir. Precisamos conversar; seu depoimento está incoerente — digo firmemente.
Meu olhar então se volta para Maria. Ela veste uma camiseta branca e uma legging cinza. Seus cabelos, de um vermelho alaranjado, estão presos em um rabo de cavalo baixo e malfeito.
A simplicidade de Maria me instiga. Sinto minha conexão com ela ficando cada vez mais forte. No entanto, percebendo meu olhar intenso, ela desvia os olhos, um tanto sem jeito.
Pigarreio e me recomponho, dizendo:
— Maria, não esperava te ver por aqui.
Ela me olha brevemente, evitando manter contato visual por muito tempo, e responde, enlaçando o braço no de Théo:
— Théo é meu amigo desde a infância. Não o deixaria sozinho em um momento como este.
Assinto, sentindo-me até mais aliviado ao saber que ele é apenas seu amigo.
— Claro, eu entendo. Mas, de todo modo, foi bom você vir. Parece que esse caso está intrinsecamente ligado a vocês dois. Bem, vamos. Acompanhem-me até a sala de interrogatório. Falarei com vocês dois ao mesmo tempo.
Caminhamos em silêncio até a sala de interrogatório. Indico que se sentem e tomo meu lugar à frente deles. Pigarreando, apoio-me no encosto da cadeira e, cruzando os braços, digo:
— Théo, Maria, quero que saibam que estou aqui para ajudar, mas preciso que sejam completamente honestos comigo. Théo, você mencionou no seu depoimento anterior que não era amigo da aluna Carol e que nem esteve com ela no dia da sua morte. Mas por que, no depoimento de alguns alunos, eles afirmam terem visto você conversando com ela minutos antes da morte dela?
Ele suspira profundamente e olha para Maria. Ela assente com a cabeça, incentivando-o a responder com a verdade. Ele, ainda nervoso, começa:
— Eu... menti no meu depoimento anterior, delegado. Estive sim com a Carol, mas foi ela quem me segurou quando eu estava indo até o bebedouro da escola. Ela me disse coisas estranhas, disse que eu, ela e Maria somos diferentes. E que estamos sendo caçados.
Arregalo levemente os olhos, e meu coração acelera com a menção de estarem sendo caçados, especialmente Maria. Meu instinto de proteção se intensifica.
Levanto-me e começo a andar de um lado para o outro com a mão na cintura. Paro na frente da mesa, olhando para eles, e, apoiando-me na mesa, digo:
— Você tem ideia do que fez, garoto!? — minha voz sai áspera. — Colocou você e sua amiga em perigo real. Devia ter me dito isso desde o começo. Merda, moleque!
Caminho até a porta e, abrindo-a, chamo por Carlos. Ele vem rapidamente.
— O que foi, Damon? — pergunta ele, aproximando-se.
— O caso é mais sério do que pensávamos — digo, olhando fixamente em seus olhos.
Explico rapidamente a situação a ele, instruindo-o a mudar o foco das investigações. Carlos escuta atentamente e se afasta para dar as instruções necessárias aos outros oficiais. Volto minha atenção para Théo e Maria, que ainda estão sentados, visivelmente abalados.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 65
Comments
Luiza Paiva
o que eles são?
2025-02-03
0
Maryan Carla Matos Pinto
que mistério tem esses dois
2024-12-19
1
Marcia Gomes
tbm acho que eles não são humanos mais tem mais coisas envolvida mais vamos sim bora lê 📕
2024-08-25
16