Maria
Enquanto eu e meu pai estamos próximos à cerca da casa de Damon, um silêncio absurdo se faz presente, como se a noite tivesse segurado a respiração junto conosco.
— Você tem certeza do que ouviu, filha? — pergunta meu pai, quebrando o silêncio da noite, a voz baixa e cautelosa.
Me abraço, me dando conta de que, na euforia, acabei saindo só de pijama. O frio da noite me faz arrepiar, mas a curiosidade e a preocupação são maiores. Respondo meu pai com firmeza.
— Tenho sim, pai. O senhor não ouviu porque estava assistindo TV. E olha só, a janela da casa dele está quebrada — digo, apontando para a janela do quarto dele. A imagem de Damon só de toalha me olhando ainda está fresca na minha mente, aumentando a confusão dos meus pensamentos.
Mas então, na escuridão do quintal da casa do mesmo, vejo um vulto passar rapidamente atrás da casa.
— Ali, pai! — grito, apontando na direção do movimento.
Meu pai ilumina com a pequena lanterna que trouxe, e o que vemos nos deixa boquiabertos: a visão da bunda de alguém desaparecendo atrás da casa. Meus olhos se arregalam, e coloco a mão na boca, espantada. Não sei se rio ou fico em choque com a situação absurda.
— Misericórdia! Tem algum lunático à solta. Esse cara está pelado no quintal do delegado, é isso mesmo!? Sangue de Cristo! Esse mundo tá perdido mesmo. — Meu pai parece não acreditar no que vê, balançando a cabeça em descrença.
Estou dividida entre a preocupação e a incredulidade. O que diabos está acontecendo aqui? E então, meu pai começa a gritar novamente, chamando por Damon, a voz firme e insistente. Após alguns minutos, finalmente a porta da casa se abre, revelando Damon sem camisa, vestindo apenas uma calça de moletom cinza.
Ele sai para nos atender, passando a mão pelo cabelo e pelo próprio braço, como se tentasse afastar o frio da noite. Conforme ele se aproxima, percebo sua pele arrepiar, provavelmente pelo frio, e algo dentro de mim também parece se contrair.
Meu coração acelera. Seus olhos se fixam em mim por um momento, percorrendo meu corpo de cima a baixo. Sinto um calor subir pelo meu pescoço até as bochechas, contrastando com o ar frio da noite. Meu pequeno pijama me faz sentir extremamente exposta diante dele, como se estivesse sendo avaliada sob um microscópio.
— Senhor Vicente, Maria — ele começa, sua voz rouca, mas calma. — Aconteceu alguma coisa?
Olho confusa para ele. Como assim ele não ouviu todo esse barulho na própria casa? Algo está estranho por aqui.
— A Maria disse que ouviu um barulho estrondoso na sua casa, sua janela está quebrada, e agora há pouco vimos um cara completamente pelado correndo em seu quintal — meu pai explica, sua voz carregada de desconfiança.
Damon tem uma crise de tosse, que para mim deixa tudo ainda mais suspeito.
— O vidro quebrado foi por causa de uma coruja, acreditam? — ele diz, a voz ainda rouca. — Ela deve ter se perdido durante o voo e bateu na minha janela com tudo, quebrando o vidro. Quanto ao suposto cara pelado no quintal, deve ter sido algum garoto querendo aprontar alguma brincadeira. Essa molecada de hoje está incontrolável.
Minha confusão só aumenta. Damon parece estar inventando uma história absurda, e meu pai também não parece convencido.
— Uma coruja? — meu pai repete, claramente cético. — E sobre o garoto pelado, Damon, isso é sério. Estamos falando de segurança aqui.
— Eu sei, senhor Vicente. Eu entendo sua preocupação. Vou investigar isso de perto. Pode deixar comigo — Damon responde, seu tom tentando ser tranquilizador, mas ainda há uma tensão no ar.
Minha mente está a mil, e as palavras de Damon não conseguem dissipar o desconforto que sinto. O que está acontecendo realmente? Então ele se aproxima um pouco mais de mim, seus olhos fixos nos meus. Há uma intensidade ali que me faz arrepiar.
— Maria, sinto muito que isso possa ter assustado você. Sei que hoje foi um dia difícil — ele diz, sua voz baixa e carinhosa, me atingindo de uma forma inesperada.
Antes que eu possa responder, meu pai intervém novamente, não menos desconfiado.
— Bem, se não há mais nada, vamos voltar para casa, Maria. — Ele coloca a mão no meu ombro, me guiando para longe.
Dou uma última olhada para Damon antes de me virar, seus olhos ainda fixos nos meus. Há algo não resolvido entre nós, algo que me perturba. Caminho de volta para casa, o coração ainda acelerado, com a sensação de que tem coisas acontecendo que ainda estou tentando entender.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Raquel Pereira Baptista da Silva
eu ri muito com a bunda de fora kkkkkkkkkkkkk
2024-12-20
1
Isabel Garcia
gente, está de voltar pelado é terrível kkkkkkkk , é cada saia justa kkkkkk
2024-12-14
0
Maria De Fatima Reis
Eita bunda de fora
hein! Chorei de rir!
2025-03-02
1