Damon
Sentando na cadeira, observo Maria à minha frente. Ela olha ao redor na sala, visivelmente desconfortável, passando a mão pelo braço, demonstrando quão acuada se sente em meio a toda essa situação. Meu instinto de lobo protetor se ativa instantaneamente.
Engulo em seco, consciente de que ela nem sequer tem ideia de quem sou ou do que representamos um para o outro. Maria não sabe que é minha companheira destinada, a pessoa que deveria viver ao meu lado. No entanto, por uma ironia ou talvez pela mão caprichosa do destino, tudo parece contribuir para nos afastar.
Tê-la tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe, definitivamente me afeta mais do que eu jamais imaginei ser possível. Reunindo coragem, suspiro profundamente e, após um leve pigarro, falo:
— Bem, Maria, preciso que me conte como tudo aconteceu. Cada detalhe é importante e pode nos ajudar a pegar quem fez isso.
Ela me encara, seus olhos brilhando com uma mistura de medo e determinação. Engole em seco, respirando fundo antes de começar a falar.
— Eu estava indo ao banheiro — começa, a voz trêmula. — Quando entrei, vi Carol no chão. Havia muito sangue, e ela... — Maria pausa, os olhos se enchendo de lágrimas. — Ela já estava morta.
Sua voz quebra ao dizer isso, e eu sinto um aperto no coração ao vê-la tão vulnerável. Meu lobo interior quer protegê-la de toda a dor, mas preciso manter o foco e continuar o interrogatório.
— Maria, sei que é difícil, mas preciso que me diga se viu alguém estranho por perto, se ouviu algum barulho antes de encontrar Carol — digo, tentando ser o mais gentil possível.
Ela limpa as lágrimas com a manga da blusa, respirando fundo novamente antes de continuar.
— Eu não vi ninguém estranho, mas... ouvi passos rápidos, como se alguém estivesse correndo para sair do banheiro — explica, a voz ainda trêmula. — Quando entrei, não havia mais ninguém lá.
Anoto mentalmente cada detalhe, ciente de que qualquer informação pode ser crucial para resolver este caso.
— Isso é muito importante, Maria. Obrigado por compartilhar isso — digo, tentando transmitir conforto com minha voz. — Você fez um ótimo trabalho. Pode me dizer se Carol tinha algum problema recente com alguém? Alguma briga, desentendimento?
Maria pensa por um momento, os olhos fixos no chão. Então, ela levanta o olhar, com uma expressão de tristeza e culpa.
— Carol sofria bullying. Muita gente a provocava, mas não sei se isso levou a algo tão extremo... — sua voz falha novamente.
— Você fez bem em me contar isso. Vamos investigar a fundo — digo, tentando acalmá-la.
O interrogatório termina, e eu me levanto da mesa. Maria parece exausta, e meu coração se parte ao vê-la assim. Tento manter a compostura, mas a preocupação e o desejo de protegê-la são quase insuportáveis.
— Obrigado, Maria. Você foi muito corajosa — digo, tentando oferecer um pouco de conforto.
Ela apenas assente, parecendo ainda perdida em seus pensamentos. Quando se vira para sair da sala, eu agindo por instinto, seguro seu braço. No instante em que ela para e olha para mim, comigo ainda segurando seu pulso, o tempo parece congelar.
Meu coração acelera no peito; o contato com sua pele, tão delicada e suave, desencadeia algo primal em mim. Sinto tudo ao mesmo tempo. Minha respiração fica irregular, e percebo que Maria sente também, essa aura magnética e elétrica entre nós, onde até meu último fio de cabelo se arrepia.
Então sua voz doce e ingênua quebra o silêncio:
— O que você está fazendo?
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Adriana Martins da Silva
coitado 🤣 e difícil estar do lado dela e nem poder falar o que sente por ela
2025-02-13
1
Maryan Carla Matos Pinto
ele precisa se controlar
2024-12-19
0
Marcia Gomes
só acho que a maturidade Nei sempre tem a vê com a idade.
2024-08-23
7