(6) "Sombras em Silverwood"

Damon

Enquanto chego na delegacia e estaciono o carro na garagem do prédio, a lembrança de Maria invade minha mente novamente. Tento afastar os pensamentos, focando no trabalho à frente. Saio do carro e me dirijo para dentro do prédio, pronto para mais um dia na delegacia da pacata Silverwood, onde raramente algo fora do normal acontece.

No entanto, hoje parece ser diferente. Assim que entro na delegacia, Carlos vem correndo em minha direção, com uma expressão de urgência no rosto.

— Ainda bem que você chegou. Já ia te ligar. Temos uma ocorrência na escola principal aqui de Silverwood... uma das alunas foi encontrada morta no banheiro.

Meus olhos se arregalam ao ouvir a notícia, e sem perder tempo, respondo:

— Vamos. Os oficiais já estão a postos?

Carlos assente, e rapidamente saímos da delegacia. Minha mente trabalha freneticamente para processar esse caso curioso e intrigante. Subo na viatura, e Carlos assume o volante, acelerando pelas ruas de Silverwood em direção à escola.

Enquanto nos aproximamos, vejo a escola cercada de curiosos e estudantes, todos tentando entender o que aconteceu. A visão das luzes das viaturas e dos oficiais já presentes aumenta a tensão. Quando descemos do carro, a diretora da escola, uma mulher de meia-idade com o rosto pálido e preocupado, vem ao nosso encontro.

— Delegado Damon, obrigado por vir tão rápido — diz ela, a voz trêmula. — É uma tragédia horrível. A aluna foi encontrada por uma das nossas alunas, Maria.

Ao ouvir o nome de Maria, meu coração acelera. A ideia de que nos encontraremos novamente, especialmente nesta situação, me deixa levemente perturbado, mas tento manter a calma.

— Leve-nos até o local — digo firmemente, tentando manter a compostura apesar da gravidade da situação.

A diretora nos guia pelos corredores da escola, que estão estranhamente silenciosos. A atmosfera está carregada de ansiedade e medo. Chegamos ao banheiro feminino, onde a cena do crime foi isolada. A jovem aluna está caída no chão, seu rosto pálido e sem vida, com marcas visíveis em seu pescoço.

Carlos começa a fazer perguntas à diretora, enquanto eu examino a cena com cuidado, tentando captar qualquer detalhe que possa nos levar ao responsável por essa atrocidade. Então vejo Maria, sentada em um banco próximo, visivelmente abalada, com os olhos arregalados e a respiração rápida. Um oficial está ao lado dela, tentando acalmá-la.

Aproximo-me dela, meu coração apertado ao vê-la assim.

— Maria — chamo suavemente, tentando não assustá-la mais do que ela já está.

Seus olhos se encontram com os meus, e por um momento, tudo parece parar. Ela parece aliviada ao me ver, mas também há uma sombra de medo em seu olhar.

— Você está bem? — pergunto, ajoelhando-me ao seu lado.

Ela balança a cabeça, ainda tentando encontrar as palavras.

— Eu... eu a encontrei... foi horrível — diz ela, a voz trêmula.

— Você fez bem em chamar ajuda. Vamos resolver isso, eu prometo — digo, tentando lhe transmitir segurança.

Enquanto Maria é levada para a enfermaria da escola para ser atendida, minha determinação em resolver esse caso só aumenta. A imagem de Maria, tão frágil e assustada, fica gravada na minha mente. Preciso descobrir quem fez isso e garantir que ninguém mais em Silverwood passe por algo assim.

A diretora volta a se aproximar de mim, ainda claramente abalada.

— Delegado, temos câmeras nos corredores próximos ao banheiro.

— Carlos, providencie as imagens das câmeras agora — ordeno.

Carlos assente e sai para cuidar disso. Volto minha atenção para a cena do crime, analisando cada detalhe. A tensão é palpável, e sei que essa investigação será tudo menos simples.

Enquanto continuo examinando a cena, a presença de Maria não sai da minha mente. Esse caso se tornou pessoal, e farei de tudo para garantir que o responsável por essa morte pague pelo que fez. E em meio a tudo isso, a conexão entre nós parece apenas se fortalecer, como um lembrete constante do que está em jogo.

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