Maria
Acordo com o som estridente do despertador. Tirando a mão debaixo da coberta, tateio a mesinha de cabeceira e encontro o aparelho, desligando-o com um suspiro irritado. Mais um dia na escola me aguarda, penso, sentindo o peso da rotina.
Com esforço, levanto da cama, me espreguiçando. Sem enrolar, caminho até o guarda-roupa e pego a primeira roupa que vejo: uma calça jeans básica, uma camiseta branca e um casaco. Agarro a toalha e, bocejando, me encaminho para o banheiro, esfregando meus olhos.
Ao me olhar no espelho, quase caio para trás de susto com a minha própria aparência. Meu cabelo está completamente emaranhado, e pareço um zumbi.
— Será que eu sou a única que acorda assim? — murmuro para mim mesma, reflexiva, segurando a escova de dentes enquanto olho para cima, pensativa.
Rapidamente, balanço a cabeça, afastando esses pensamentos intrusos. Preciso me apressar ou chegarei atrasada. Ligo o chuveiro e o som da água caindo parece convidativo. Entro no banho, sentindo o calor reconfortante da água me envolver.
É neste momento que a lembrança dele surge em minha mente: Damon.
— Mas que merda você está fazendo, Maria? — murmuro, minha voz ecoando no banheiro. — Por Deus, garota, ele é bem mais velho e ainda é um delegado.
"Mas também é um gato", penso.
Bufo frustrada, fechando os olhos, deixando a água correr pelo meu rosto, tentando afastar a imagem dele. As palavras do mesmo ainda ressoam na minha mente.
— Parou. Lembra que ele foi sarcástico ontem, ao dizer que você era simpática. Deve ser um babaca exibido. — continuo, tentando convencer a mim mesma.
Termino o banho rapidamente, desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, voltando para o quarto para me vestir. Enquanto coloco a roupa, minha mente continua a lutar contra os pensamentos sobre Damon.
Ele é meu novo vizinho, e isso significa que nossas vidas estarão entrelaçadas de alguma forma, quer eu goste ou não. Pronta para sair, desço as escadas e encontro meu pai já à mesa, tomando café.
Ele sorri ao me ver, e diz:
— Bom dia, filha. Pronta para mais um dia?
Assinto, tentando parecer mais animada do que realmente estou.
— Sim, pai. Pronta para encarar a escola mais uma vez.
Ele ri, percebendo a minha falta de entusiasmo.
— Vai dar tudo certo, Maria. Tenha um bom dia.
Pego uma maçã da fruteira e dou um beijo na bochecha dele.
— Obrigada, pai. Até mais tarde.
Saio de casa, pegando minha bicicleta, e nesse exato momento vejo Damon também abrindo a porta do seu carro preto. Seus olhos se viram na minha direção, fixando-se em mim com uma intensidade que me faz engolir em seco. Minhas mãos começam a suar, minha respiração fica ofegante, e meu coração acelera. Por que ele me olha assim?
Damon veste uma camisa preta e uma calça jeans, e um coldre com uma arma está preso à sua cintura. Seu distintivo pendurado no pescoço brilha sob a luz da manhã. A visão dele assim, tão imponente e próximo, faz meu estômago revirar.
— Que droga! Para de olhar, sua idiota — murmuro para mim mesma, tentando me recompor.
Ajeito minha mochila nas costas e saio empurrando a bicicleta, tentando me afastar desta tensão que parece aumentar a cada segundo. No entanto, sinto o olhar dele me acompanhando, como se pudesse ler todos os meus pensamentos e sentimentos.
Enquanto me afasto, ouço a voz dele atrás de mim, firme e segura:
— Bom dia, Maria.
Meu nome na boca dele soa estranho e familiar ao mesmo tempo, como se ele tivesse o poder de torná-lo especial. Paro por um instante, sem coragem de me virar, mas sabendo que preciso responder.
— Bom dia, delegado Damon — digo, a voz mais alta do que eu pretendia, mas sem me virar.
Sinto uma mistura de emoções, uma parte de mim querendo correr para longe, e outra desejando ficar e entender por que a presença dele me afeta tanto. Decido continuar caminhando, esperando que a distância ajude a acalmar meu coração.
Quando finalmente chego à esquina, monto na bicicleta e começo a pedalar rapidamente. O vento no rosto é refrescante, mas não suficiente para apagar a lembrança do olhar dele. Por que isso tinha que acontecer? Por que justo ele, um delegado, alguém tão distante da minha realidade?
Esses pensamentos me acompanham até a escola, onde tento focar nas aulas e nas conversas com Théo. No entanto, a imagem de Damon, com seu olhar penetrante e sua postura segura, não me deixa em paz. Algo em mim sabe que essa conexão não será fácil de ignorar, e que minha vida nunca mais será a mesma.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Maryan Carla Matos Pinto
a paixão vai tomar conta dos dois.
2024-12-19
1
Claudia Teixeira
acho que a mãe dela não morreu, o pai deve ter fugido com ela pra não a matarem e a mãe está viva 🤔
2024-09-11
3
Leleu Vieira
concordo porque já vô lendo uns três e no melhor pede atualização é chato
2024-08-22
1