Contos De Amor Vol.1
A cidade de Komorebi acordava sob o manto da aurora, suas ruas banhadas pela luz suave do amanhecer. As montanhas ao longe, cobertas pelo véu da neblina matinal, guardavam a cidade como sentinelas ancestrais. No coração dessa paisagem pitoresca, a Academia Senkou se erguia orgulhosa, suas paredes de vidro refletindo o céu cor-de-rosa enquanto as sakuras no jardim interno balançavam ao sopro da brisa.
Yukito Hayashi, um jovem de segundo ano com cabelos prateados que caíam suavemente sobre a testa, caminhava pelos corredores da academia com passos leves. Seus olhos azuis, profundos como o oceano, escondiam uma habilidade que o tornava único entre seus colegas. Yukito podia ver as cores das emoções das pessoas, um dom que o isolava em um mundo onde os sentimentos eram mais vibrantes e caóticos do que qualquer paleta poderia capturar.
Ele mantinha sua habilidade em segredo, temendo o julgamento e o isolamento que poderiam vir com a revelação. Sua vida escolar era uma dança cuidadosa, sempre atento para não deixar transparecer seu dom. Mas, apesar de sua cautela, havia momentos em que as cores o inundavam, momentos em que a tristeza de alguém se tornava um azul escuro sufocante ou a alegria de outro explodia em amarelo brilhante.
Em uma dessas manhãs, enquanto Yukito se dirigia à biblioteca, ele notou uma nova presença, uma cor que nunca havia visto antes. Era Hana Mori, uma estudante transferida com olhos cor de âmbar e cabelos castanhos claros que caíam em ondas suaves sobre os ombros. Ela estava sentada em uma mesa isolada, um caderno aberto à sua frente e um lápis dançando entre seus dedos.
Hana era uma artista cujas pinturas eram tão belas quanto enigmáticas. Ela havia se transferido para a Academia Senkou no início do ano letivo e rapidamente se tornou o assunto de muitas conversas. Hana tinha o dom de dar vida às suas telas, mas mantinha suas obras escondidas, temendo que elas revelassem mais sobre ela do que estava disposta a compartilhar.
Yukito se aproximou, curioso pela cor única que emanava dela. “Posso me sentar aqui?” ele perguntou, indicando a cadeira vazia em frente a ela. Hana olhou para cima, surpresa por ser abordada, mas assentiu com um sorriso tímido. “Claro,” ela disse, sua voz suave como a melodia de uma flauta distante.
Eles conversaram sobre trivialidades no início, mas logo a conversa se voltou para a arte. Yukito falou sobre sua visão das cores e como elas influenciavam sua percepção do mundo. Hana, por sua vez, compartilhou sua paixão pela pintura e como ela usava sua arte para expressar emoções que não conseguia colocar em palavras.
A oportunidade para se aproximarem surgiu quando a professora de arte anunciou um projeto de exposição colaborativa. Os alunos deveriam formar duplas e criar uma série de obras que representassem uma nova perspectiva sobre a emoção humana. Yukito e Hana, movidos por uma força invisível, decidiram trabalhar juntos.
O projeto os levou a muitas tardes compartilhadas no estúdio de arte, cercados por pincéis, tintas e telas em branco. Yukito descobriu que Hana pintava com uma paixão que ele nunca havia visto antes. Ela falava sobre suas pinturas como se fossem mundos distantes, lugares onde ela podia ser verdadeiramente livre.
Hana, por sua vez, ficou fascinada pela forma como Yukito entendia a arte. Ele via além das cores; ele via a essência das emoções. Juntos, eles começaram a criar uma série de pinturas que não dependiam de cores vibrantes, mas sim de sombras e luzes para contar suas histórias.
A exposição “Sombras de Sakura” foi um sucesso. As pinturas de Yukito e Hana capturaram a atenção de todos, não apenas pela técnica impressionante, mas pela profundidade emocional que cada peça transmitia. As sombras nas telas não eram apenas ausência de luz; eram a presença de sentimentos, de momentos capturados no tempo.
À medida que a exposição chegava ao fim, Yukito e Hana perceberam que haviam mudado. Eles aprenderam que as sombras que temiam eram as mesmas que davam significado à luz. Eles descobriram que o amor não precisava ser um turbilhão de cores; às vezes, era um sussurro nas sombras, uma promessa silenciosa de compreensão e aceitação
O estúdio de arte da Academia Senkou era um refúgio de criatividade. As paredes eram forradas com telas inacabadas, pincéis secos e o aroma suave de tinta fresca. Yukito e Hana se encontravam ali todas as tardes, imersos em um mundo onde as cores e as sombras dançavam em harmonia.
Hana estava sentada diante de sua tela, os dedos manchados de azul e vermelho. Ela havia escolhido uma paleta incomum para sua próxima pintura: tons de cinza, preto e branco. “Acho que as cores tradicionais não conseguem capturar a complexidade das emoções,” disse ela, olhando para Yukito. “As sombras são mais verdadeiras.”
Yukito assentiu, observando-a com admiração. Ele havia escolhido um cavalete próximo, sua própria tela em branco esperando por suas pinceladas. “Você está certa,” disse ele. “As sombras têm profundidade. Elas escondem segredos e revelam verdades.”
Enquanto trabalhavam, Yukito e Hana compartilhavam histórias. Hana falava sobre sua infância nas montanhas, onde as sakuras floresciam a cada primavera, e como ela costumava observar as sombras das pétalas dançando no chão. Yukito contava sobre sua avó, uma mulher sábia que lhe ensinara a ver além das aparências e a compreender as nuances das emoções humanas.
“Às vezes,” disse Yukito, “as sombras são mais reveladoras do que a própria luz. Elas nos mostram o que está escondido, o que não queremos ver.”
Hana concordou, mergulhando o pincel na tinta. “E se criássemos uma série de pinturas que explorasse as sombras das emoções? Não apenas a tristeza ou a alegria, mas também o medo, a esperança, a solidão…”
Yukito sorriu. “Uma exposição que revelasse o que está oculto. Uma jornada através das sombras de nossos corações.”
E assim começou o projeto “Sombras de Sakura”. Yukito e Hana pintaram juntos, cada pincelada carregada de significado. Eles exploraram a melancolia da chuva em uma tarde de outono, a ansiedade antes de um primeiro encontro, a saudade de um amor perdido. Suas telas ganharam vida, cada sombra contando uma história silenciosa.
Na noite da abertura da exposição, o ginásio da academia estava repleto de estudantes, professores e curiosos. As pinturas de Yukito e Hana estavam dispostas em uma parede, iluminadas por holofotes que realçavam as sombras. As pessoas se aproximavam, tocando as telas como se pudessem sentir as emoções ali contidas.
Uma garota de cabelos negros parou diante da pintura de Hana, intitulada “Esperança”. Era uma árvore solitária, suas folhas caindo, mas com uma pequena flor branca brotando entre as raízes. “É como se a esperança nascesse das sombras,” disse ela.
Um rapaz de óculos admirou a tela de Yukito, chamada “Despedida”. Era uma estação de trem vazia, as sombras dos passageiros formando um mosaico de desejos e memórias. “Essa pintura me faz lembrar de quando minha avó partiu,” disse ele com a voz embargada.
Yukito e Hana se olharam, compartilhando um momento de compreensão. Eles haviam criado algo especial, algo que transcendia as cores e tocava a alma das pessoas. As sombras haviam se tornado sua linguagem secreta, uma forma de comunicação que ia além das palavras.
E assim, naquela noite, enquanto as sakuras do jardim interno balançavam ao vento, Yukito e Hana descobriram que o amor podia ser tão sutil quanto uma sombra, tão profundo quanto o oceano reflete
…enquanto o oceano refletia a lua crescente no céu noturno.
A exposição “Sombras de Sakura” tornou-se o assunto principal da Academia Senkou nos dias seguintes. Alunos e professores discutiam as obras, cada um interpretando as sombras à sua maneira. A arte de Yukito e Hana havia tocado algo fundamental na comunidade escolar, algo que ia além da estética e alcançava o coração.
No entanto, para Yukito, a exposição era mais do que um sucesso artístico; era uma ponte entre ele e Hana, uma conexão que ele nunca havia sentido antes. Ele começou a perceber que as cores das emoções de Hana eram diferentes das de qualquer outra pessoa. Elas eram mais ricas, mais complexas, como se cada sombra que ela pintava fosse um reflexo de sua própria alma.
Hana também sentia a mudança. Trabalhar com Yukito havia aberto seus olhos para uma nova forma de expressão. Ela começou a ver suas próprias emoções refletidas nas sombras que pintava, e isso a assustava e encantava ao mesmo tempo. Yukito havia se tornado não apenas seu parceiro de arte, mas também alguém que entendia as sombras que ela escondia dentro de si.
Nos dias que se seguiram, Yukito e Hana se encontraram várias vezes no estúdio de arte, cada encontro revelando mais sobre suas personalidades e sonhos. Eles discutiam sobre tudo, desde a filosofia por trás da arte até os pequenos prazeres da vida cotidiana. E, em cada conversa, as barreiras entre eles diminuíam, as sombras se tornavam menos intimidadoras.
Em uma tarde particularmente inspiradora, enquanto o sol se punha e pintava o céu de laranja e roxo, Yukito se atreveu a perguntar a Hana sobre sua vida antes da Academia Senkou. Hana hesitou, mas a confiança que havia crescido entre eles a encorajou a compartilhar sua história.
“Eu vivia em uma cidade pequena, onde todos conheciam todos,” começou Hana, sua voz suave carregando uma nota de nostalgia. “Minha família era tradicional, e a arte não era vista como um caminho viável. Mas eu não conseguia me imaginar fazendo outra coisa. Então, quando surgiu a oportunidade de vir para a Senkou, eu agarrei com todas as forças.”
Yukito ouvia atentamente, as cores das emoções de Hana dançando diante de seus olhos. “E você nunca olhou para trás?” ele perguntou.
Hana sorriu, um sorriso que iluminou o estúdio. “Nunca. As sombras podem ser assustadoras, mas também são um lugar onde podemos nos esconder quando o mundo se torna demais. E agora, com você, sinto que posso enfrentar essas sombras.”
O estúdio de arte estava silencioso, exceto pelo som suave dos pincéis nas telas e o ocasional virar de página do caderno de esboços de Hana. Yukito sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, uma cor que ele nunca havia experimentado antes. Era uma mistura de admiração, carinho e algo mais, algo que ele ainda não conseguia nomear.
“Eu também sinto isso,” disse Yukito, finalmente. “As sombras… elas não são tão escuras quando estamos juntos.”
Hana olhou para ele, seus olhos âmbar brilhando com uma intensidade que Yukito nunca havia visto. “Então vamos continuar pintando,” ela disse. “Vamos mostrar ao mundo que as sombras são apenas o começo da história.”
E assim, enquanto a noite caía sobre Komorebi e as estrelas começavam a piscar no céu, Yukito e Hana continuaram a pintar, cada pincelada uma promessa silenciosa de que, juntos, eles poderiam transformar as sombras em luz.
À medida que a noite se aprofundava em Komorebi, a lua crescente lançava um brilho prateado sobre o estúdio de arte, onde Yukito e Hana mergulhavam em seu mundo de cores e sombras. A exposição “Sombras de Sakura” havia sido o catalisador de uma jornada inesperada, não apenas para eles, mas para todos que testemunharam sua arte.
Enquanto pintavam, uma suave melodia começou a se formar no silêncio, uma canção sem palavras que parecia emanar das próprias paredes do estúdio. Era como se a música estivesse ali o tempo todo, esperando pelo momento certo para se revelar. Yukito parou de pintar por um instante, olhando para Hana com curiosidade.
“Você ouve isso?” ele perguntou, sua voz quase um sussurro.
Hana assentiu, um sorriso misterioso tocando seus lábios. “É a música das sombras,” ela respondeu. “Elas têm sua própria voz, você sabe? Uma voz que só pode ser ouvida quando estamos dispostos a escutar.”
Intrigado, Yukito colocou o pincel de lado e fechou os olhos, permitindo que a melodia o envolvesse. Era uma sensação nova para ele, essa harmonia entre arte e música, e ele se perguntou como nunca havia percebido isso antes.
Quando abriu os olhos novamente, ele viu que Hana havia começado a dançar. Seus movimentos eram graciosos e fluidos, como se ela estivesse pintando no ar com seu próprio corpo. Yukito sentiu uma onda de inspiração e pegou um novo pincel, sua mão guiada pela música e pela dança de Hana.
Juntos, eles criaram uma nova obra, uma tela onde a dança de Hana era eternizada em cores vibrantes e sombras suaves. A música das sombras se tornou mais forte, mais clara, e Yukito percebeu que cada movimento de Hana era uma nota, cada cor uma harmonia.
À medida que a noite se transformava em madrugada, a obra estava completa. Eles deram um passo para trás, observando como a luz da lua se misturava com as cores da tela, criando um espetáculo de luz e sombra que parecia vivo.
“É como se a tela estivesse respirando,” disse Hana, sua voz cheia de admiração.
Yukito concordou, sentindo uma conexão ainda mais profunda com Hana e com a arte que haviam criado juntos. “Nós demos vida às sombras,” ele disse. “E elas nos deram uma nova maneira de ver o mundo.”
Enquanto o primeiro raio de sol da manhã entrava no estúdio, Yukito e Hana sabiam que algo dentro deles havia mudado para sempre. Eles haviam descoberto a beleza nas sombras, a música no silêncio, e a dança nas cores. E, acima de tudo, haviam descoberto que, juntos, poderiam enfrentar qualquer escuridão e transformá-la em algo maravilhoso.
E assim, sob o olhar atento da lua e das estrelas, Yukito e Hana prometeram continuar a pintar, a dançar e a criar, sabendo que cada sombra era apenas o começo de uma história que só eles poderiam contar.
O amanhecer trouxe consigo uma nova camada de inspiração para Yukito e Hana. A luz suave do sol da manhã banhava o estúdio, tocando cada tela e pincel com promessas de novos começos. As sombras da noite haviam se dissipado, mas as lições que elas ensinaram permaneceram.
Naquela manhã, enquanto os primeiros alunos começavam a chegar à Academia Senkou, sussurros sobre a exposição “Sombras de Sakura” ainda ecoavam pelos corredores. Mas agora, havia uma nova expectativa no ar, uma curiosidade sobre o que Yukito e Hana apresentariam a seguir.
A dupla, ciente da atenção que haviam atraído, decidiu embarcar em um projeto ainda mais ambicioso. Eles planejaram uma instalação artística que ocuparia o jardim central da academia, uma obra que combinaria natureza e arte de uma maneira nunca antes vista.
“Vamos criar um jardim de sombras,” disse Hana, seus olhos brilhando com a visão do que estava por vir.
Yukito acenou com a cabeça, já visualizando o conceito. “Sim, e cada sombra será uma história, uma memória, uma parte de nós.”
Eles trabalharam incansavelmente, esculpindo figuras delicadas em papel e tecido, que seriam suspensas entre as árvores. Durante o dia, essas figuras projetariam sombras intrigantes no chão, e à noite, iluminadas por lanternas suaves, elas ganhariam vida, dançando com a brisa.
A instalação foi um sucesso imediato. Alunos e professores se reuniam no jardim, maravilhados com a beleza simples e profunda das sombras dançantes. Yukito e Hana haviam criado um espaço onde a reflexão e a contemplação eram incentivadas, um lugar onde a arte não era apenas vista, mas sentida.
Com o sucesso do jardim de sombras, Yukito e Hana se tornaram mais do que artistas; eles se tornaram contadores de histórias, curadores de emoções. Eles haviam descoberto que sua colaboração era mais do que a soma de suas partes; era uma alquimia de criatividade e compreensão mútua.
À medida que a temporada de “Sombras de Sakura” chegava ao fim, eles sabiam que haviam deixado sua marca na Academia Senkou. Mas, mais importante, eles haviam deixado uma marca um no outro, tecendo suas vidas através da arte de uma maneira que nenhum deles jamais esqueceria.
“O que faremos a seguir?” perguntou Hana, enquanto observavam o pôr do sol, pintando o céu com tons de fogo e paixão.
Yukito sorriu, segurando a mão dela. “O que quer que seja, faremos juntos. E será magnífico.”
À medida que a exposição “Sombras de Sakura” se aproximava do fim, um novo aluno chegou à Academia Senkou, trazendo consigo um ar de mistério. Seu nome era Kaito, e ele vinha de uma região distante, onde as montanhas encontram o mar. Com cabelos tão negros quanto a noite sem lua e olhos que refletiam o céu ao entardecer, Kaito tinha uma presença que era impossível ignorar.
No início, Yukito e Hana estavam apreensivos em relação ao recém-chegado. Eles haviam construído um mundo de cores e sombras juntos, e a ideia de um estranho entrar em seu santuário os deixava desconfortáveis. No entanto, havia algo em Kaito que os intrigava. Ele carregava consigo pincéis e tintas de cores que eles nunca haviam visto, e sua abordagem à arte era única, quase mágica.
Kaito observou a instalação do jardim de sombras e ficou profundamente tocado pela maneira como Yukito e Hana haviam capturado a essência das emoções humanas. Ele se aproximou deles com uma proposta: “Eu venho de uma terra onde acreditamos que as sombras são portais para outros mundos. Com sua permissão, gostaria de adicionar uma dimensão à sua arte.”
Yukito e Hana trocaram olhares, a incerteza em seus olhos dando lugar à curiosidade. “O que você tem em mente?” perguntou Hana, sua voz cautelosa, mas aberta.
Kaito sorriu, revelando uma confiança serena. “Eu gostaria de criar uma série de espelhos que refletiriam suas sombras de maneiras que desafiam a percepção. As sombras se tornariam portais, convidando aqueles que as observam a ver além do que está diante deles.”
Intrigados pela ideia, Yukito e Hana concordaram em colaborar com Kaito. Nos dias seguintes, o jardim de sombras ganhou uma nova camada de profundidade. Os espelhos de Kaito foram posicionados de forma estratégica entre as figuras suspensas, e o efeito foi surpreendente. As sombras se multiplicavam e se entrelaçavam, criando uma tapeçaria de imagens que parecia se estender infinitamente.
A adição de Kaito à obra de Yukito e Hana não apenas enriqueceu a instalação, mas também trouxe uma nova perspectiva sobre a arte e a vida. Kaito compartilhava histórias de sua terra natal, falando de montanhas que tocavam as estrelas e mares que sussurravam segredos antigos. Yukito e Hana ouviam, fascinados, percebendo que cada história era uma pincelada na tela da existência de Kaito.
Com o tempo, a desconfiança inicial deu lugar a uma amizade sólida. Os três artistas descobriram que, juntos, podiam explorar territórios inexplorados da criatividade. Eles aprenderam que as sombras não eram apenas ausência de luz, mas sim espaços cheios de potencial e mistério.
E assim, enquanto a Academia Senkou se preparava para a próxima exposição, Yukito, Hana e Kaito trabalhavam lado a lado, cada um trazendo sua própria luz para as sombras, cada um ensinando e aprendendo com os outros. Eles haviam criado um mundo onde a arte era uma ponte entre as almas, um lugar onde as sombras eram apenas o começo de uma jornada sem fim.
A presença de Kaito na Academia Senkou trouxe um novo vigor ao ambiente já criativo. Seus espelhos mágicos haviam transformado o jardim de sombras em um lugar de maravilhas, onde estudantes e professores podiam perder-se em reflexões e descobertas.
Yukito, Hana e Kaito tornaram-se inseparáveis, cada um complementando o outro com suas habilidades e visões únicas. A arte que criavam juntos era mais do que a expressão de talentos individuais; era um diálogo entre almas, uma dança de luz e sombra que falava diretamente ao coração.
Enquanto a primavera se desdobrava em Komorebi, as cerejeiras começaram a florescer, cobrindo o campus com um manto rosa e branco. Inspirados pela beleza natural, o trio decidiu incorporar elementos vivos em sua próxima instalação. “Vamos trazer a primavera para dentro da nossa arte,” sugeriu Hana, enquanto esboçava ideias em seu caderno.
Yukito acenou, entusiasmado. “Podemos criar uma instalação interativa, onde as pessoas possam caminhar entre as flores e sentir a primavera ao seu redor.”
Kaito, sempre pensativo, acrescentou: “E se usássemos espelhos para refletir as flores, multiplicando sua beleza e dando a impressão de um campo infinito de sakuras?”
A ideia foi recebida com entusiasmo, e logo o trio estava trabalhando juntos, transformando o espaço de exposição em um oásis de flores e reflexos. A instalação, intitulada “Campo de Sakura”, tornou-se um lugar de encontro popular na academia, um espaço onde a arte e a natureza se fundiam em uma experiência imersiva.
A colaboração entre Yukito, Hana e Kaito havia criado algo mais do que belas obras de arte; eles haviam criado um espaço onde a comunidade escolar podia se reunir para compartilhar momentos de beleza e tranquilidade.
No entanto, a harmonia do trio seria testada. Uma carta chegou para Kaito, uma mensagem de sua família nas montanhas distantes, pedindo seu retorno. O jovem artista foi tomado por um conflito interno, dividido entre o chamado de sua terra natal e o laço que havia formado com Yukito e Hana.
“Eu não sei o que fazer,” confessou Kaito a seus amigos. “Minha família precisa de mim, mas sinto que meu lugar é aqui, com vocês, criando arte que fala à alma.”
Yukito colocou a mão no ombro de Kaito, oferecendo apoio. “Seja qual for sua decisão, saiba que você sempre terá um lar aqui conosco.”
Hana, com lágrimas nos olhos, concordou. “Você nos ajudou a ver o mundo de uma maneira diferente, Kaito. Você sempre será parte da nossa história.”
Com o coração pesado, Kaito decidiu partir, prometendo retornar um dia. Yukito e Hana despediram-se de seu amigo, sabendo que a arte que haviam criado juntos permaneceria como um testemunho de sua amizade e colaboração.
Enquanto Kaito partia para as montanhas, Yukito e Hana continuaram a pintar, a criar, a sonhar. Eles sabiam que as sombras sempre estariam lá, mas agora entendiam que, mesmo na ausência, havia beleza e esperança.
E assim, a história de Yukito, Hana e Kaito continuou, cada um seguindo seu próprio caminho, mas sempre conectados pelas sombras e luzes que haviam compartilhado.
A partida de Kaito deixou um vazio na Academia Senkou, mas também um legado de inspiração. Yukito e Hana sentiam sua falta, mas estavam determinados a honrar sua memória continuando a jornada artística que haviam começado juntos.
Os dias se transformaram em semanas, e as semanas em meses. A primavera deu lugar ao verão, e o “Campo de Sakura” tornou-se uma memória distante, substituída agora por uma nova instalação que capturava a essência do verão. Yukito e Hana trabalharam para criar “Ondas de Calor”, uma série de peças que utilizavam materiais translúcidos e reflexivos para imitar o brilho e o movimento do sol sobre o oceano.
Enquanto isso, a ausência de Kaito era sentida de maneiras inesperadas. Seus espelhos ainda estavam no jardim, agora um pouco solitários sem a presença de seu criador. No entanto, eles continuavam a atrair visitantes, servindo como um lembrete silencioso da influência de Kaito na vida de todos na academia.
Foi durante uma tarde quente de verão que um novo capítulo começou a se desenrolar. Uma visitante chegou à Academia Senkou, uma mulher chamada Akari, cuja paixão pela arte a levou a viajar pelo mundo em busca de inspiração. Ela tinha ouvido falar da exposição “Sombras de Sakura” e, embora tivesse chegado tarde demais para testemunhá-la, encontrou algo igualmente cativante nos espelhos de Kaito e nas novas obras de Yukito e Hana.
Akari era uma artista de luz, especializada em instalações que jogavam com a luminosidade e a sombra de maneiras que desafiavam a percepção. Sua chegada trouxe uma nova energia para a academia, e logo ela estava colaborando com Yukito e Hana em uma instalação de verão que prometia ser diferente de tudo que a academia já havia visto.
“O verão é uma época de contraste,” disse Akari, enquanto discutiam ideias para a nova instalação. “O calor intenso e a luz brilhante são tão dominantes que às vezes esquecemos da beleza das sombras e da suavidade da noite.”
Yukito e Hana concordaram, e juntos começaram a planejar uma instalação noturna que celebraria a beleza do céu estrelado de Komorebi. Eles imaginaram um espaço onde os visitantes poderiam deitar em redes suspensas e observar as estrelas através de uma série de lentes que ampliavam e distorciam as constelações.
A instalação, chamada “Sussurros das Estrelas”, foi um sucesso retumbante. À noite, o jardim se transformava em um observatório celestial, onde as pessoas podiam se conectar com o cosmos de uma maneira íntima e pessoal. A colaboração entre Yukito, Hana e Akari provou ser uma combinação mágica, e a instalação se tornou um ponto de encontro favorito para aqueles que buscavam paz e maravilhamento.
Enquanto o verão avançava, Yukito e Hana perceberam que a arte que criavam com Akari era mais do que uma simples expressão de criatividade. Era um diálogo com o universo, uma maneira de entender a vastidão e a beleza que os cercava. Eles haviam aprendido com Kaito a ver as sombras como portais, e agora, com Akari, aprendiam a ver a luz como uma ponte para o infinito.
A história de Yukito, Hana, Kaito e Akari continuou a se desdobrar, cada artista trazendo sua própria luz para o tapeçar das sombras e estrelas. Eles haviam descoberto que, juntos, poderiam criar algo maior do que eles mesmos, algo que tocava não apenas a comunidade da Academia Senkou, mas também as almas de todos que entravam em seu mundo de arte.
Na noite de encerramento da exposição, Yukito e Hana compartilharam um momento sob as estrelas. “Hana, você é a luz nas minhas sombras,” disse Yukito, seu coração batendo forte. Hana sorriu, “E você é a sombra que dá forma à minha luz.” Eles se abraçaram, sabendo que, juntos, eram completos. Akari observou de longe, satisfeita por ter unido dois corações através da arte. E assim, sob o céu de Komorebi, Yukito e Hana prometeram caminhar juntos, pintando um futuro onde amor e arte se entrelaçam.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Nice
Linda história
2024-06-03
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