Prometida Ao Mafioso
Desde pequeno, fui preparado para assumir o império da família. Ser Don não é apenas uma posição, é um fardo, uma responsabilidade que exige força, inteligência e, acima de tudo, uma família ao lado. Um Don sem esposa é um homem vulnerável, e vulnerabilidade não tem espaço no nosso mundo.
Meu pai Giovanni, sempre soube disso. Por isso, anos atrás, aceitou um acordo com um de nossos associados mais influentes. O casamento com ela, Sofia Martinello foi selado antes mesmo dela entender o significado de um compromisso. Eu tinha 18 anos na época, ela apenas 10.
Nunca fiz questão de conhecê-la. Para mim, era apenas um contrato, um elo estratégico para unir duas famílias poderosas. As únicas informações que tinha dela eram superficiais, filha de um capo importante, criada para ser uma esposa exemplar, e, possivelmente, tão mimada quanto as outras filhas da máfia.
Até agora, a única imagem que vi dela foi uma foto de seu aniversário de 15 anos. Um rosto jovem, ingênuo. Não me importei. O casamento era inevitável, mas não significava que eu precisava criar expectativas.
— Amanhã teremos uma reunião importante — anunciou meu pai, sua voz firme como sempre. — Sua noiva estará lá. Ela fará 18 anos em dois meses, e então oficializaremos o casamento. Vamos preparar tudo, pois no dia da cerimônia, você assumirá a cadeira.
Assenti sem hesitação.
— Estarei lá e cumprirei as obrigações impostas a mim. Casarei com a menina. Espero que ela já esteja ciente de seu papel e de suas obrigações comigo. — falei, nunca neguei minhas obrigações.
Fui treinado para ser implacável. Minha missão era proteger e expandir o poder da nossa família, e para isso, um casamento era apenas mais uma peça no tabuleiro.
— Finalmente vamos ver você ao lado dela — provocou meu irmão. — Você evitou esse momento por muito tempo.
Evitei, sim. A diferença de idade sempre me incomodou, mas negócios são negócios. O casamento traria benefícios estratégicos. O porto da família Martinello era essencial para nossos planos de expansão, e se o pai dela temia minha presença, que assim fosse. O respeito se conquista com temor.
E quanto a Sofia? Ela era apenas uma desconhecida presa a um destino inevitável.
Sofia Martinello
Nasci e fui criada para obedecer. Filha do capo da região, cresci entre regras rígidas e expectativas inquebráveis. Meu pai não era um homem carinhoso—era um líder, frio e calculista, que via os filhos como peças de um jogo maior.
Tínhamos tudo: dinheiro, poder, influência. Mas, dentro de casa, a vida era uma prisão. Minha mãe, submissa, aceitava em silêncio as traições e a violência. Meu irmão mais velho, moldado para seguir os passos do nosso pai, era obrigado a suportar a pressão e os castigos. E eu? Meu destino era ainda pior.
Fui criada para casar. Para ser uma esposa exemplar, bonita, obediente, sempre disposta a servir. Mas eu nunca quis essa vida. Nunca quis me tornar uma peça de um jogo sujo.
Com quase 18 anos, eu já tinha meu plano traçado. Fugiria assim que completasse a maioridade. Venderia as joias e roupas caras que acumulava, deixaria tudo para trás e sumiria. Meu destino? O Brasil.
— Vamos, filha? — chamou minha mãe. — Está linda com esse vestido.
Eu olhei meu reflexo no espelho. A imagem de uma princesa intocável, vestida para um conto de fadas que nunca seria meu.
— A festa amanhã será importante para o seu pai — continuou ela. — Seu irmão e sua cunhada também estarão lá. Será uma noite especial.
Eu sabia o que ela queria dizer. "Especial" significava arranjos matrimoniais. Significava possíveis pretendentes observando cada detalhe da minha postura, avaliando se eu era digna de me tornar esposa de um mafioso.
— Estou tão animada! — exclamou minha irmã mais nova, Duda era uma romântica sonhadora.
Ela sonhava com um casamento dentro da máfia, ao contrário de mim.
— Quem sabe papai arruma um marido para nós, né? — ela continuou, animada.
— Maria Eduarda, você só fala besteira — revirei os olhos. — Vamos logo para o dia de SPA e compras.
Ela me abraçou, rindo, e descemos para o carro. Mas antes de sairmos, notei um olhar estranho entre meus pais. Eles falavam baixinho, trocando olhares preocupados. Meu coração acelerou.
— Não seja o que estou pensando… — murmurei para mim mesma.
Algo estava acontecendo.
— Mãe? O que houve? Por que me olharam assim?
Ela hesitou.
— Filha, falaremos depois. Mas saiba que há coisas que fogem do nosso controle… Ainda faltam dois meses para seus 18 anos.
O frio na barriga aumentou. Eu já sabia a resposta antes mesmo que ela dissesse em voz alta.
Eles iam me casar.
E não importava o quanto eu tentasse fugir, o destino parecia determinado a me arrastar para as garras de um homem que eu nunca vi na vida.
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Atualizado até capítulo 39
Comments
Márcia Jungken
credo que homem feio esse não combina com um com um mafioso pegador 😁😁😁
2025-01-10
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Maria Lima De Souza
A autora mudou a foto?
Pois o que estou vendo é lindo.
2025-01-29
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Vanda Farias de Oliveira
vamos conhecer a estória de Lorenzo e Sofia 26.02.2025
2025-02-28
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