Capítulo 6

Era de madrugada, ela acordou após sentir um vento gelado, olhou para o relógio e viu que ainda era 3:00 da manhã, pensou que havia deixado a janela aberta, mas quando olhou para ela, estava fechada.

Achando aquele vento estranho, não sabia de onde ele estava vindo, ela levanta-se e começa a olhar por todo o quarto já que a cortina estava aberta, a luz da lua iluminava o quarto, até que percebe que o seu grande espelho estava estranho e ela via pelo espelho uma sombra atrás dela. Assustada rapidamente se vira e não tinha nada atrás, quando se vira para frente novamente, tinha uma mulher feita de folhas de árvore a sua frente, ela se abaixa devagar para pegar algo que estava no chão, assim que pega se levanta e joga no que estava a sua frente, o objeto atravessou a assombração, aquilo era tão estranho e ela já estava muito mal mesmo, apenas foi para sua cama e se deitou, então escuto uma voz.

Árvore sagrada: Não vai perguntar quem eu sou?

Ava: Não, eu prefiro dormir e acho que dá para você ver onde é a porta ou pode sair por onde entrou. - deitada e tentando voltar a dormir, ela achava que o cansaço estava tanto, que estava ficando louca.

Árvore sagrada: Eu sei que está triste pela sua perda, mas eu estou aqui por você Ava.

Ava: Não me importo, pode estar aqui até pelo papa, eu só quero dormir e ter meu luto em paz, e você é só uma alucinação de tanto que chorei e estou com a mente destruída.

Árvore sagrada: Ava tenho algo para te dizer, se houvesse um lugar que você pudesse ser feliz? Não gostaria de ir para lá?

Aquilo chama atenção de Ava, que logo se senta na sua cama e olha para a mulher estranha.

Ava: Do que está falando? Você é só uma alucinação.

Árvore sagrada: Não querida, eu não sou uma alucinação, eu posso te explicar tudo antes de falar minha proposta?

Ava: Está bem fanfiqueira, me diga tudo.

Ao escutar aquilo, a mulher estranha explica tudo a Ava, desde seu criar ao início de todos os universos, até os dias de hoje, e a deixando cada vez mais intrigada, porque como alguém imaginaria que tudo aquilo aconteceu, que além de tudo que as pessoas e Ava sabiam, Deus tinha criado muito mais coisa, coisas extraordinárias.

Ava: Então por que está aqui? Por que não está atrás de corrigir esse erro que você cometeu?

Árvore sagrada: Porque o erro que cometi é você Ava, era para você ter nascido naquele mundo e não nesse. eu estava ajudando a organizar ambos os mundos quando isso aconteceu.

Ava: E como vou saber que não estou alucinando? Que não estou sonhando.

Árvore sagrada:Porque você pode tocar nas coisas em seu quarto, quando está sonhando é uma sensação totalmente diferente da sensação de estar acordado.

Ava: Entendo, mas qual é sua proposta? Como vai corrigir esse seu erro?

Árvore sagrada: Então é aí que você entra minha criança, você não tem mais nada nesse mundo e está tendo a chance de ir ser feliz em outro mundo, o que você acha? Aceitar ir para seu verdadeiro mundo de origem?

Ava: Mas e meus pais? Se ficarem me procurando?

Árvore sagrada: Suas memorias não existiram mais, acontecera tudo exatamente como deveria ter acontecido se não tivesse acontecido esse erro.

Ava fica pensativa, querendo saber o que deve dizer, o que fazer e se perguntando o que Bruna e sua avó falariam.

Ava: Eu também perderia minhas memorias?

Árvore sagrada: Você quer perder suas memorias?

Ava: Não, eu quero me lembrar de tudo.

Árvore sagrada: Está bem, se aceitar minha proposta, eu deixarei sua memória, mesmo sabendo que pode ser mais um erro a ser cometido, mas precisaria que você não contasse a ninguém, apenas se eu permitir que você conte.

Ava: Está bem, mas prometa que meus pais serão felizes, mesmo eles não me amando, eu os amo e são meus pais.

Árvore sagrada: Está bem, eu te prometo.

Ava: Obrigada!

Árvore sagrada: Então vamos? – disse ela estendendo suas mãos a Ava

Ava olha para a mão feita de folhas, se perguntava como iria seguram, já que parecia que a mão dela atravessaria a dela. – Sim – pegou em sua mão, mas percebeu que não era a mesma coisa que segurar uma mão humana, mas também não atravessou, parecia que havia algo, para que ela conseguisse segurar.

Ambas atravessaram o espelho e aquele lugar parecia como se Ava estivesse flutuando no universo, mas não tinha como ser o universo, ela conseguia respirar, aquilo era incrível, tão incrível que por um momento ela havia esquecido toda sua dor e era tudo tão lindo, ela queria viver ali, para todo lugar que olhava ela ficava encantada.

Mas ao olhar para frente, ela vê uma luz que parecia está se aproximando, ela não sabia se a luz se aproximava delas ou ela da luz, conforme foi chegando cada vez mais perto, ela ficava um pouco assustada e decide fechar os olhos.

Com os olhos totalmente fechados, Ava escuta uma voz.

Árvore sagrada: Pode abrir seus olhos minha criança.

Ao abrir seus olhos, ela olha ao redor e havia belíssimas arvores, flores, grama e tudo tão bem cuidado e nada destruído, o ar era tão puro que a fazia pensar o quão maravilhoso era respirar, e a fazia lembrar que está viva.

“E foi ali naquele exato lugar que sua vida mudou para sempre...”

Ava: Esse lugar é lindo, que lugar maravilhoso. – Olhou para a mulher feita de folhas com um sorriso em seu rosto, ela estava tão encantada com o lugar.

Árvore sagrada:Obrigada, faço o possível para meus habitantes terem uma vida boa e parecida com a de seu antigo mundo.

Ava: Esse mundo você diria que é como um multiverso? Só que com algumas alterações?

Árvore sagrada: Sim minha criança, com seres que no seu antigo mundo era só história para criança dormir.

Ao escutar isso ela deu um pequeno riso, se virou para olhar atrás dela e percebeu que havia um homem ali.

Ava: Quem é ele? – havia um homem alto, com cabelos brancos, pele clara, mas pela sua aparência ela diria que ele tem por volta dos 40 anos.

Árvore sagrada: Ava gostaria de apresentar Apolo Ansel, ele é meu braço direito e irá cuidar de você.

Ava: Cuidar? Ele sabe sobre mim? – olhou assustada para ela.

Árvore sagrada: Sim, ele precisava saber, já que eu não poderia cuidar de você e ensinar tudo que precisava para sobreviver nesse mundo.

Ava: Está bem, eu entendi. Mas... senhor Apolo não ficara estranho? Não acharão estranho o senhor cuidando de mim de repente?

Apolo: Claro que não, sou um homem de 70 anos e já cuido de minhas filhas, eles acharam que você é minha filha adotiva e assim os deixarei pensar, eu junto com a árvore sagrada já preparei tudo, até a história de sua adoção.

Ava: ESPERA, WAIT... 70 anos? Quem ou o que é árvore sagrada? Filhas? Adoção? – diz desacreditada em tanta informação ao mesmo tempo.

Ava e Apolo olham para mulher de folha, mesmo Apolo já sabendo de tudo, Ava esperava uma explicação.

Árvore sagrada: sim, ele tem 70 anos, esse é um mundo com humanos, elfos e bruxas, muita coisa funciona diferente do outro mundo, mas ao mesmo tempo igual ao outro mundo, eu falei-te sobre isso.

Ava: Entendo, mas me explique tudo, porque acho que você se esqueceu disso.

Árvore sagrada: Claro minha criança, tentarei resumir tudo, Apolo com minha permissão arrumou seus documentos e para não ficar muito estranho, conseguimos fazer como se você tivesse sido adotada em um país do sul por Apolo, então em seus documentos ele consta como seu pai adotivo e as duas filhas dele como suas irmãs adotivas.

Ava: Entendo, mas quem é árvore sagrada?

Árvore sagrada: Sou eu, sou conhecida como árvore sagrada e como Haya, mas só os mais íntimos me chamam assim.

Ava: E quem são esses íntimos? E porque árvore sagrada?

Árvore sagrada: Apolo, mas você também pode ser se quiser. Talvez porque minha forma é como uma árvore?

Ava: NOSSA... – disse com um ar de deboche e revirando os olhos.

Árvore sagrada: Não faça isso querida.

Apolo: Com licença, mas creio que devemos ir logo Ava. – disse, olhando para as duas.

Ava: Claro, vamos para seja lá que lugar vai me levar.

Árvore sagrada: Tchau querida, até algum dia. – disse antes de sumir, não perguntou nem mesmo se Ava tinha alguma dúvida a mais.

Ava: Ela se foi, aquela vaca se foi– dando de ombros, e começava a caminhar em uma direção.

Apolo: Ava aonde você vai? O caminho é por aqui. – apontou para o outro lado

Ava: Claro, é por ali... vamos lá.

Ela começou a caminhar junto com Apolo, não sabia para onde estava indo e nem o que aconteceria dali em diante, mas estava nervosa com apenas uma coisa, as filhas, o que as filhas achariam de Apolo adotar alguém? Será que sabiam sobre ela, assim como seu pai? Será que ela vai ser maltratada e feita de escrava por elas igual a pobre cinderela? O que aconteceria com ela dali em diante, queria fazer várias perguntas ao homem, mas estava assustada de como ele reagiria as suas perguntas.

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