Diana...
Benjamin, parece sair de seus devaneios.
Sem jeito, o rapaz se aproxima de mim, segura meu pulso, fazendo algo forte e eletrizante percorrer o meu corpo.
— Podemos conversar? — pergunta em meu ouvido.
Não foi como da última vez, dessa vez foi educado.
Meu olhar vai em direção ao seu, engulo em seco, mas me mantenho forte. Olho em sua mão, que segura meu pulso, então puxo meu braço e me afasto dele.
— Conversar? Agora quer conversar? — pergunto com sarcasmo.
— Por favor! — implora.
— O que está acontecendo aqui? — pergunta seu pai.
Como não respondemos, ainda nos olhando em confronto, o homem repeti a pergunta.
— Benjamin, o papai está falando com voce! — diz a garota que descia as escadas com ele.
Ele diz para não se preocuparem que vai resolver tudo comigo, que não precisam se preocupar.
— Ela veio até aqui falar comigo e com seu pai, então se afaste e deixe que conversemos!
— Quer que ele se retire? — pergunta sua mãe.
— Não! É até bom que ele esteja por aqui e ouça tudo o que tenha a dizer!
— Por favor eu te imploro não faça isso! — diz ele apreensivo.
— Chega Benjamin! Estou ficando irritado, se afaste e deixe que a moça fale! — diz asperamente.
Sua irmã o puxa para longe de mim.
Juliana, pede para eu me sentar e se sentam no sofá logo a minha frente, do outro lado da mesinha de centro.
— Por favor, pode falar!
Pego em minha bolsa a foto dos meus filhos, olho para eles e recupero as forças, deixando de lado, a forma que ele me desestrutura.
Benjamin, permece de pé, com os braços cruzados, enquanto sua irmã se senta no outro sofá.
— Sou Diana Prescott! A mais ou menos três anos atrás, estive nesse condomínio, cantando no casamento de um dos seus familiares! Naquele dia, eu e Benjamin passamos a noite juntos em seu apartamento e... e desça noite, fiquei grávida! — digo e não consigo evitar as lágrimas se formando em meus olhos, ao relembrar a forma que fui tratada por ele.
Benjamim, leva uma das mãos na testa, ainda com o braço cruzado.
— Eu havia acabado de completar dezoito anos, apavorada sem saber o que fazer, procurei por Benjamin e se negou a aceitar a minha gestação! Foi capaz de negar que poderia ser dele, mas sabia muito bem, que eu era virgem!
Seus pais olham em repreensão para seu filho, enquanto sua irmã, cobre a boca.
Detalhadamente, conto-lhes as palavras que me disse naquele dia. A decepção e raiva no rosto de seus familiares, era palpável.
Pego a foto que estava em minhas mãos e coloco em cima da mesa.
Assim que a mulher pega a foto, mostra ao seu marido e ambos, ficam emocionados e surpresos em saber que são dois.
(imagem retirada da internet)
— Meu Deus, ele é a cara do Ben! — diz a garota, de pé olhando a foto.
— Qual o nome deles? — pergunta Miguel.
— Ravi e Luna!
Benjamin, continua imóvel, ele olha a foto de longe e posso sentir o quanto mexeu com ele. Se não o conhecesse bem, diria que seus olhos brilharam e marejaram.
— Luna é linda e parece muito com voce! — diz Helena. — Mas o Ravi é a cara do Benjamin, até o jeitinho galanteador! — diz toda derretida.
— Imagino como deva ter sido difícil... — diz Juliana.
— Muito, teve momentos em que eu precisei do apoio paterno, mas minha irmã sempre esteve ao meu lado!
— E o que quer? — pergunta Benjamin. — Afinal, já se passou tanto tempo...
— Eu nunca quis o seu dinheiro e não será agora que vou querer, Benjamin! Pode ficar tranquilo em relação a isso!
— Conheço mulheres...
— Cala a boca, Benjamin! — diz Miguel asperamente e o rapaz arregala os olhos.
Me colo de pé, pois precisava falar algumas verdades para esse imbecil, que não saí desse pedestal.
— Você não conhece mulheres como eu, porque se conhecesse não seria um canalha, covarde e egocêntrico! O que me surpreende, é não ter percebido, que sou uma pessoa transparente e sincera, isso é o que mais prezo em minhas relações! Mas óbvio, que não vai perceber o caráter de uma pessoa, porque o que te interessa, é apenas o corpo, a atração física, coisas momentâneas e sinceramente, passei a ter nojo de você! As lembranças de suas palavras, não me afetam mais, só eu sei o motivo de eu estar me humilhando aqui e tudo o que passei, para me reconstruir com dois bebês, estudando e trabalhando para lutar pelos meus objetivos! Não digo sonhos, porque você os tirou naquele dia com suas palavras e atitude! Se eu não tivesse a minha irmã, não sei o que seria de mim e é por ela que estou aqui! — despejo tudo, com as lágrimas rolando por meu rosto. — Acabei de descobrir que a única pessoa que esteve sempre ao meu lado, cuidando de mim, me protegendo, sendo uma mãe e amiga, está doente, está com câncer e isso é assustador! Eu não quero que a minha irmã morra, eu não posso perdê-la!
Afago meu rosto nas mãos e choro compulsivamente, perdendo toda a compostura. Sinto mãos suaves tocando o meu ombro, me deparo com Juliana a minha frente, ela sorri fraco e me abraça. Em seus braços, eu senti o que sinto apenas com a minha irmã, cuidado, carinho e proteção, era tudo o que eu precisava.
— Me desculpe... eu...
— Está tudo bem, minha querida! Coloque para fora... — diz massageando as minhas costas, com movimentos circulares.
Helena, traz um copo com água, voltamos a nos sentar e trêmula dou um gole na água.
— Me desculpe a pergunta, mas onde estão os seus pais?
— Eles morreram num incêndio, eu e Eliza, crescemos num orfanato e ela é a mãe que eu nunca tive, por isso estou tão apavorada!
— O nosso primo é ancologista, talvez...
— Eu agradeço pela bondade, mas a única coisa que preciso, é saber se podem me ajudar a cuidar do Ravi e da Luna! Eu recebi uma proposta de emprego, para ser secretária, com o salário consigo fazer um empréstimo e pagar o tratamento dela, mas não tenho quem cuide deles, não confio em estranhos...
— Claro que cuidamos! — dispara Miguel.
Olho para Benjamin rapidamente, mas está com o olhar vago e indecifrável.
— Quando podemos fazer o teste de DNA? — pergunto e todos me olham espantados.
Benjamin, parece sair do transe com a minha pergunta.
— Com essa foto, não precisa de nenhum teste de DNA, minha cara! — diz Helena.
— Faço questão, de que o exame seja realizado!
Meu celular toca e é uma mensagem de Ana, dizendo que está preocupada, pois, Eliza ainda não saiu do quarto.
— Eu tenho que ir! Esse é o meu cartão, é só marcarem que levo as crianças! Grata por sua compreensão e confiança! — digo olhando para Juliana, Miguel e Helena.
Saio apressada da casa, passo na empresa e converso diretamente com o meu chefe, pedindo que me dê pelo menos uns dois dias de folga, pois estou com problemas em casa. Me surpreendo, de não ser mandada embora e ainda, me dar o resto da semanda de folga. Sua única condição, é que quando eu volte, tenha uma resposta.
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Atualizado até capítulo 133
Comments
Lia Esposito❤️
pensei que fosse a secretária dele, menos mal🙌🏼
2024-05-09
189
Ilnete
essa secretaria dele vai ser colega de Renata no Afeganistão 🤫😂😂😂😂
2025-02-20
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Neta Souza
ainda não consigo comentar e muita emoção 😢😢😢
2025-02-08
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