Capítulo 18

Diana...

Essa manhã, acordei com um pressentimento ruim. Era como se soubesse, que o que a médica tinha a dizer, não seria boa notícia.

Estava certa, ouvir o resultado dos exames de Eliza, fez o mundo de debaixo dos nossos pés desabarem. Tentei ser fortem mas não é fácil, várias coisas passam por nossa cabeça e o medo fala mais alto.

Pensei que Peter, daria o opoio que minha irmã precisa, no entanto, saiu e a deixou sozinha. Queria passar o dia com ela, mas não poderia, pois tive que sair para procurar o hospital que oferecesse, o melhor tratamento para minha irmã.

Um dos melhores hospitais, que não teria custo, por ser um hospital sem fins lucrativos, estava sem o médico ancologista.

Rodei a cidade toda, o valor a ser pago de todos eles, é quase o mesmo, uma fortuna. Não estou preocupada com valores, mas sim com o melhor para Eliza. Sou a única pessoa que tem nessa vida e farei tudo por ela. Não suportaria, perder uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Pensei em fazer um empréstimo, porém, com a minha renda não conseguiria. Minha única opção, seria aceitar o trabalho de secretária. Contudo, penso em quem poderia ficar com as crianças, depois de tudo não poderia deixá-los com qualquer um. Ravi e Luna, ainda tem recaídas do trauma passado, na mão daquelas cuidadoras abusivas.

A noite, cantei as músicas favoritas de Eliza no bar, queria que esquecesse tudo, nem que fosse por poucos minutos.

Quando subi para casa, não demorou para que Peter subisse, vi quando ele saiu com suas malas e fiquei decepcionada com sua covardia.

Acolhi minha irmã no banho, fiquei abraçada a ela, até que pegasse no sono. Apenas Deus sabe, o que estou sentindo, a angústia o desespero que sufocam o meu peito e não quero mais chorar, porque ela precisa de mim.

Eliza, dormiu chorando, a deixei em seu quarto e fui para o meu.

Entro no quarto, Ravi e Luna dormem tranquilamente. Passo as mãos por meus cabelos, ando de um lado para outro e não vem nada na minha mente, além de procurar as únicas pessoas, que confiaria para deixar meus bebês.

Passei a noite toda acordada, olhando pela janela. Pensando e chorando em silêncio, até chegar numa conclusão.

Assim que o dia amanheceu, mandei mensagem para o meu diretor de RH, pedi mais alguns dias para dar a resposta e concordou.

Aproveito e envio uma mensagem para a irmã de Peter, pedindo para que fique com as crianças e Eliza esses dois dias, até que eu resolva tudo. Ana previamente aceita e se desculpa por seu irmão ser um babaca.

Ana é uma boa menina, tem a minha idade e é muito responsável, por sorte a faculdade está em recesso e poderá ficar aqui.

O jeito que Eliza ficou ontem a noite, depois de Peter ir embora, não tem condições de ficar sozinha.

Vou até o quarto de Eliza, ainda dorme.

Vou até a cozinha, preparo o café e a mamadeira das crianças.

Após arrumar eles, vou até o quarto de Eliza. Agora está encolhida na cama em posicão fetal chorando. Meu coração se parte, me sinto de pés e mãos atados. Ela não quer tomar café e fico preocupada que entre em depressão.

Logo que Ana chega, deixo as crianças com ela e vou até o carro.

Respiro fundo, tomando coragem para fazer tal coisa e penso que essa é única solução. Estou desesperada, não encontrando nenhuma saída.

Dirijo, indo em direção a um dos condomínios mais luxuosos do país.

Na guarita, os seguranças não permitem a minha entrada. Dou obrigada a mentir, dizendo que sou secretária do senhor Charles Gonzáles e estou ali para tratar de trabalho com os senhores Lago.

Ligam para a mnsão deles e por sorte, permitem a minha entrada.

A minha decisão, foi procurar os pais de Benjamin. Me recordo do dia da festa e percebi que são muito família e podem me ajudar a cuidar das crianças.

Entro no condomínio e estaciono o carro na frente da mansão, que os seguranças indicaram.

Minhas pernas fraquejam e reflito, no que estou fazendo aqui. Quando penso em dar meia volta, penso em Eliza.

Com os avós me ajudando a cuidar dos gêmeos, posso aceitar o trabalho de secretária, fazer um empréstimo para pagar o tratamento dela e sei que aqui, eles terão amor.

..." Assim espero!"...

Desço do carro, a porta principal é aberta, uma senhora muito simpática me recebe e me encaminha para a sala.

Aguardo eles virem, na sala principal e aperto uma mão na outra muito nervosa, temendo o que podem pensar de mim.

Ouço vozes e olho na direção da escada e não posso acreditar no que estou vendo. Na verdade, não é no que, mas sim, em quem estou vendo. Ele me olha fixamente e para no meio da escada, com uma garota ao seu lado.

Meu coração bate em ritmo acelerado, minha boca fica seca, minhas pernas bambeam e aquelas malditas borboletas, sobrevoam meu estômago. Me odeio por ainda sentir algo por esse canalha. Tudo a nossa volta, parecia congelar e tínhamos apenas nós dois.

Desperto e percebo que a garota ao nosso lado, nos observa atentamente.

... "Nunca mais, vou cair nas garras desse imbecil!"...

Nesse momento os pais de Benjamin entram na sala de mãos dadas. Parecem perceber o clima estranho que se instalou entre eu e seu filho.

Me sinto uma idiota, mas Benjamin, era a última pessoa que pensei que veria. Contudo, estou aqui e tenho que ser corajosa, enfrentar esse  canalha de uma vez por todas.

Os pais dele me cumprimentam com um aperto de mão.

— Você, é a secretária de Charles? — pergunta o homem gentilmente.

— Na verdade, ainda não! Peço desculpas pela mentira, mas foi o único jeito de conseguir falar com os senhores!

— Mentiu? — indaga, com uma das sobrancelhas arqueada.

— Na verdade, eu trabalho na empresa do senhor Charles e serei a sua secretária, mas ainda não sou!

— Acredito que o assunto seja sério, para ter mentido! — diz a mulher, docemente.

Assenti com a cabeça, com o olhar fixo neles.

... "Vai Diana, é agora ou nunca!"...

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