Eliza...
Mais calmas, saimos do carro, nos sentamos no capô.
— Eu não quero morrer, Diana! Eu quero ver você formada, quero ver meus sobrinhos crescendo, construir a minha família...
— Escuta bem o que vou te dizer, eu te proibo de dizer isso novamente! Você é a mulher mais forte e determinada que eu conheço no mundo, saiba que não está sozinha! Passaremos por cada etapa juntas!
— Não tem que fazer isso! — digo, secando algumas lágrimas, que insistem em cair.
— Eliza, sempre esteve ao meu lado, sempre me apoiou, até mesmo nos meus erros! E nada que eu faça, poderá pagar por tudo o que fez, então não diga que eu não preciso, porque eu preciso e quero estar ao seu lado! Eu te amo, minha irmã!
— Eu também te amo! — digo segurando o choro.
Nunca estive tão vulnerável quanto agora.
Desde que nossos pas morreram, eu fiquei com as palavras de mamãe na cabeça: " Cuide da sua irmã!". Foi o que fiz, sempre tentando ser forte, para cuidar dela.
— Sei que está com medo, eu também estou, mas vamos passar por tudo isso! Daqui alguns anos, vamos olhar para trás e ver o quanto nós fomos fortes, o quanto tudo nos amadureceu! — diz com a voz embargada.
Suas palavras amenizam um pouco da angústia e medo que estou sentindo, mas ainda não consigo me sentir bem o suficiente. Acredito, que eu precise de tempo para assimilar tudo isso.
Descobrir um câncer te traz um grande impacto e é inevitável, não sentir medo.
Mais uma vez nos abraçamos e voltamos para casa em silêncio. Diana, ligou na empresa e avisou que não poderia ir trabalhar, mas que amanhã, iria repor o dia de hoje.
Chegamos em casa e somos recebidas pelas crianças com abraços e beijos. Não tem como deixar a tristeza dominar, tendo anjinhos tão especiais como esses.
— Titia cholo? — pergunta Diana, com a mãozinha em meu rosto.
— Titia está com um dodói, mas logo vou ficar bem! — respondo.
— Beijinho cula titia! — diz Ravi no colo de sua mãe, estendo a mão para mim.
Segurei a emoção da inocência de suas palavras.
Um de cada lado, beija meu rosto, me deixando ainda mais apaixonada e com uma certa angústia, medo de nunca mais vê-los.
O semblante de Peter é de preocupação, ele faz sinal para irmos até o quarto.
Deixo as crianças com Diana na sala e seguimos até o quarto.
Assim que entro, ele fecha a porta.
Sento-me na cama, respiro fundo e conto-lhe qual foi o resultado do exame.
— Câncer de mama Eliz? Isso é muito sério! Sabe o que vai ter que enfrentar? Pode ter que retirar os seios e... — diz sentando-se ao meu lado incrédulo.
Ele passa as mãos por seus cabelos e afaga o rosto em suas mãos.
Confesso, que não era o que eu queria ouvir. Esperava ser acolhida em seus braços, que dissesse que tudo ficaria bem e que estaria ao meu lado. No entanto, suas palavras, trouxeram ainda mais medo.
— O que será de nós, Eliza? Os nossos planos?
— Está preocupado com os nossos planos? Está se ouvindo, Peter? Eu posso morrer e está preocupado com planos?
— Me desculpe, me perdoa! Estou muito assustado!
Ele me puxa para um abraço, mas me sinto culpada e não consigo nem sequer chorar.
Digo que quero ficar sozinha e passo a manhã toda em meu quarto.
A tarde, Diana diz que tem que sair e pede para eu ficar com as crianças.
Fico brincando com eles e nem vejo o dia passar.
Minha irmã volta a noite da rua, com um semblante cansado e preocudo.
Decido abrir o bar, pois todos os funcionários vieram.
A irmã de Peter, chega para ficar com os gêmeos e percebo que está quieta, provavelmente, já está sabendo do meu problema.
Trabalhando, esqueço disso, Diana sobe no palco e canta músicas animadas. Eu e Peter, não nos falamos mais, ele está muito calado.
A verdade, é que tudo desmoronou para todos com tal notícia.
Em determiando momento, Diana vai para casa, a irmã do meu namorado se despede e noto que seu irmão, vai atrás dela. Sinto de ir atrás deles, fico escondida e parecem discutir.
— Vai continuar agindo assim comigo, mana?
— Você é um idiota, não temos nada para falar!
— Olha só, eu não vou terminar com a Eliza, eu pensei bem e ela precisa de mim, de todos nós!
— Pelo menos tomou uma decisão decente! Ela dedicou vários anos da vida dela com você, não pode deixá-la nesse momento tão importante!
— Ana, estou com medo! Pra falar a verdade, não sei se vou suportar vê-la sofrendo!
— Relacionamento e casamento é isso, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza!
Dou alguns passos para frente, assim que percebem a minha presença param de falar.
— Eliz...
— Não diz nada! Sabe o que tem que fazer! — digo com lágrimas nos olhos.
— Eliza, me desculpe por isso! — diz sua irmã.
Sorrio fraco e volto para o bar.
— Eliz, vamos conversar! — diz logo atrás de mim.
— Peter, faça apenas o que o seu coração diz eu vou entender! Não quero a sua pena, não posso e não vou te obrigar a estar ao meu lado!
Ele saí com um semblante derrotado.
Fechava o bar, quando ele desce as escadas, carregando as suas malas.
Com lágrimas nos olhos, me diz:
— Me perdoa!
Sorrio de nervoso, abro a porta para ele, que vai embora sem olhar para trás.
Entro em casa, Diana está no seu quarto, vou para o meu, pego as minhas roupas e vou tomar um banho.
Quando a água quente começa a cair pelo meu corpo, as lágrimas rolam por minha face, com um mix de sentimentos, uma mistura de raiva, tristeza, inquietação, angústia e medo.
Desfiro socos na parede, exausta, encosto na parede, escorrego o meu corpo e sento-me no chão. Choro descontroladamente, com mil e uma coisas, passando pela minha mente.
Diana entra no banheiro, me ajuda a terminar o banho, me leva para o quarto, me deita na cama e se deita atrás de mim, tentando me acalmar, mas não continha o choro, era mais forte do que eu.
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Atualizado até capítulo 133
Comments
Charlotte Peson
Foi melhor assim Eliza um livramento para vc !! Antes tarde que nunca ele é fraco para está ao seu lado !!!
2024-05-09
322
Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves
eu não disse que o Peter ia abandonar a Elisa nesse momento que ela tanto precisa apenas de um carinho e de um apoio emocional
são poucos os homens que fica do lado de uma mulher quando ela está doente pois eles não têm psicológico e muito menos agarra de superar problemas graves agora se é ao contrário a mulher está lá do lado dele até o fim segurando a mão dele e não permitindo que ele esmoreça mas fazer o quê não é mesmo os homens dizem amar as mulheres que estão do lado deles mas quando se depara com um problema como esse da Elisa é os primeiros abandonar o barco
e vem com aquele papo me perdoa amor eu não vou suportar ver você sofrendo mas é apenas mentiras pois ele só não quer carregar um fardo e uma responsabilidade de cuidar de uma pessoa com uma doença tão grave quanto é a doença do câncer aí mostra quem você deve realmente escolher para formar uma família pois essa pessoa que você escolher para casar e ter filhos ela tem que estar do seu lado para tudo e não só para os momentos bons
2024-10-14
2
Maria Izabel
Peter foi um covarde Eliza vc vai superar essa situação e encontrar o verdadeiro amor vc é uma guerreira e Diana vai estar sempre com vc ♥️😍
2025-02-03
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