Eliza...
Se passou cinco dias, desde que fiz o exame. Estou mais calma, porém ansiosa.
Peter, se mudou para cá, mas a nossa relação está tensa. Toda vez que as coisas esquentam entre nós, me recordo desse nódulo e as coisas esfriam. Ele tem tentado ser paciente, mas seu semblante demonstra a irritação e frustração.
Diana, está procurando uma casa para se mudar, deixei claro que não quero que ela e meus sobrinhos saíam daqui, mas ela diz que não quer tirar a nossa privacidade. Por eu e Peter, estarmos começando a construir uma vida.
Ontem a tarde, a secretária da ginecologista me ligou, marcando o meu retono para ver o resultado da mamografia que fiz. Minha irmã, decidiu ir comigo.
Acordo bem cedo, preparo o café e vou ajudar Diana a arrumar as crianças.
— Bom dia! — digo entrando no quarto.
— Titia... titia... — diz Ravi, estendendo os braços para pegá-lo.
Deposito beijos em seu rostinho, em seguida em Luna.
— Hoje eles estão agitados! — diz Diana, terminando de trocar Luna.
— Tetê... Tetê... — diz Luna.
Dou a mamadeira a eles, e ligo a televisão.
Diana vai se arrumar, enquanto eu organizo as coisas aqui no quarto.
Tomamos o café, deixamos as crianças com Peter e vamos até o consultório da médica.
Assim que entramos no local, somos encaminhadas para a sala da médica, no entanto, a ginecologista, estava acompanhada de uma outra médica.
Nos cumprimentamos.
— Eliza, essa daqui é a doutora Clear, mastologista! Ela também trabalha aqui e com os resulatados do seu exame, ela vai poder te explicar melhor o resultado do seu exame e como vamos proceder!
— Mastologista?
— Sim, minha especialidade está relacionada ao estudo das glândulas mamárias!
Pela seriedade delas, fico tensa, mas não acredito que seja nada grave, pois tenho apenas 25 anos.
— Meu foco, está em estudar, prevenir, diagnosticar, tratar e reabilitar todas as doenças da mama! A sua ginecologista, me mostrou o resultado dos seus exames e vim aqui para te auxiliar!
— E qual foi o resultado? — pergunta Diana, apreensiva.
— Bem, o resultado foi positivo para carcinoma invasivo grau 3!
— Carcinoma? Grau 3? O que é isso?
— Carcinoma, são tumores! — diz a ginecologista.
— Câncer? — pergunto, quase que num sussurro.
— Sim, câncer de mama!
Naquele momento fico petreficada com as palavras da médica.
..." CÂNCER DE MAMA!"...
Depois dessas palavras, não consigo ouvir mais nada do que dizem. Aquela sala parece girar, meu coração erra as batidas, minha respiração pesa e meus olhos embargam. Meu mundo parecia estar desmoronando naquele exato momento.
Diana segura a minha mão com força, com seu toque pareço voltar a realidade. Olho para ela e está com sua face molhada pelas lágrimas e foi aí que aquele nó, que havia se formado em minha garganta desatou e comecei a chorar.
Diana me abraçou e desmoronei ainda mais, chorei compulsivamente.
A médica me entrega um copo com água e pede para eu me acalmar.
— Precisa ser forte Eliza, a caminhada daqui para frente não será fácil, mas com os tratamentos adequados, as chances de cura, são altas!
— Isso não pode ser um engano, doutora? Afinal, ela tem apenas 25 anos e pelo que sei o câncer de mama, acometi pessoas com mais de 50 anos!
— Câncer de mama em jovens é menos comum do que em mulheres de mais idade, mesmo assim, a doença ainda pode acometer jovens com menos de 35 anos, o indice de incidência está entre 4% e 5%! — responde a mastologista.
— Por isso, devemos sempre estar atentas, conhecer o nosso corpo, fazer o exame do toque de mama em casa, fazer as consultas regulares ao ginecologista e ter os exames em dia!
— Qual o próximo passo? — pergunta Diana.
— Vou lhes recomendar um oncologista e devem iniciar todo o tratamento o quanto antes!
Eu não consigo me atentar a nada. Naquele momento, tudo parecia perder a cor, o sentido.
Nos despedimos e seguimos para o estacionamento, entrego as chaves do carro a Diana e sento-me ao seu lado no banco do passageiro.
Não conseguia dizer nada, algumas lágrimas rolavam por meu rosto e meu olhar estava fixo no nada, em direção a janela.
Nem notei que Diana, havia feito uma rota diferente, me dei conta, apenas quando desligou o carro e olhei para a nossa frente.
Aqui é um lugar muito especial, desde que ela saiu do orfanato a gente vem ver o por-do-sol aqui, onde dá para ver toda a cidade.
Ficamos em silêncio olhando para aquela linda paisagem.
— Florzinha, eu fui uma boa irmã? — pergunto com a voz embargada, quebrando o silêncio.
— Não faz isso, coração! Não faz... — diz não controlando o choro. — Voce é a melhor irmã, amiga, confidente e parceira do mundo todo!
Respiro fundo e digo.
— Estou com medo, Diana! — digo agora, olhando dentro de seus olhos.
Ela não diz nada, apenas me puxa para um abraço apertado, cheio de fraternidade, amor, proteção e carinho.
Permanecemo assim, por um longo tempo, em seus braços, parecia um abrigo, onde eu queria morar para sempre.
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Atualizado até capítulo 133
Comments
Charlotte Peson
Eu não consigo emchegar o Peter como um homem capaz de enfrentar essa situação com a Eliza ,talvez esteja enganada! Eu estava na expectativa dela com Brian no início!! Agora entrou o Chaves que pode ser um concorrente do Ben ??? Ou um amor para Eliza ??
2024-05-08
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Anonyamor
Um diagnóstico terrível para qquer mulher em qquer idade...... uma situação difícil amarga sofrida pra quem já passou por tantas coisas, o importante é o amor o apoio da irmã esse momento delicado
2024-12-19
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Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves
que tenso coitada da Elisa acredito que o Peter não vai ficar do lado dela não nessa situação pois da forma que ele está obcecado para ter um filho ele não vai aceitar que a Elisa está com câncer e que ela tem que passar por um tratamento rigoroso para se curar e que o processo desse tratamento é longo
mas mesmo que o Peter não fique do lado da Elisa nesse momento tão difícil da vida dela o importante é que ela terá o amor da irmã dela e que a Diana jamais irá abandonar a irmã dela numa situação como essa
2024-10-14
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