Diana...
Após as festas de final de ano, fiz mais uma consulta com a obstetra.
Doutora Milena, é uma médica muito simpática e educada, percebeu que eu estava assustada e me explicou como tudo ocorreria.
Não vou mentir, que mesmo tendo o apoio de Eliza, estava assustada, me sentindo só, por não ter o pai do meu bebê ao meu lado. Acabei de completar dezoito anos, uma garota sonhadora, que tinha tantos sonhos e planos, mas que terão que ser modificados.
O tempo foi passando...
Os primeiros três meses, foram de mudanças, assimilação do que estava ocorrendo comigo, com meu corpo e o principal, amadurecimento.
Iniciei a minha faculdade online, passei a ajudar Eliza no pub e fazer alguns bicos com a banda de Peter. O dinheiro que ganhava, guardava no banco, numa conta que abri para ter uma segurança futuramente.
Nesse período, meus seios começaram a ficar doloridos, com sensação de formigamento e inchados. Tive apenas dois enjoos matinais durante esse período. O que mais senti, foi fadiga e muito sono.
Doutora Milena, me instruiu a começar uma dieta balanceada, com um estilo de vida mais saudável, pois é fundamental. Não que eu não tivesse, mas passei a não comer tantas besteiras como antes.
Com oito semanas, fiz o primeiro ultrassom.
A essas alturas, só queria que meu bebê viesse com muita saúde, porque amor, teria de sobra. Então veio o grande e emocionante momento de ouvir as batidas do coraçãozinho, do pequeno ser que se formava dentro de mim. Uma grande emoção dominou o meu ser, as lágrimas rolavam por meu rosto a cada batida, porém, um som um pouco mais alto se destacou naquele momento. E veio a notícia, de que dentro de mim, não batiam dois corações, mas sim, três.
Confesso que meu coração errou as batidas naquele exato momento, pois duas vidas se formavam dentro de mim. Não contive a emoção e alegria, as lágrimas rolavam por meu rosto.
Estavam em placentas diferentes, não dividiam o mesmo saco amniótico, mas estava tudo bem com eles.
Passei a me cuidar duplamente.
No segundo trimestre...
Foi a fase mais tranquila da gestação, minha barriga estava crescendo a cada dia. Eu tirava muitas fotos e anotava todas as sensações da gestação no meu diário.
Benjamin não estava aqui, mas se um dia tivesse interesse em seus filhos, poderia saber tudo o que senti, desde os sintomas, sensações, emoções e descrevia tudo carregada de emoção. Não que ele mereça, mas talvez isso o faça sentir a dor de tudo o que perdeu.
Meus seios começaram a se preparar para a produção de leite, aumentando gradualmente de tamanho. Minha pele e o quadril também sofreram algumas alterações.
Passei a sentir seus movimentos dentro de mim. Com o primeiro chute deles, eu chorei igual criança, foi um misto de emoções inexplicáveis.
Desde o inico da gestação, passei a orar mais a noite, a conversar com eles, ler e cantar para eles.
No segundo ultrassom, descobri que teria um menino e uma menina.
Busquei por um nome que tivesse um significado especial. Optei por Ravi e Luna, ambos com significado de luz, pois vieram para iluminar e trazer alegria, "sol" e "lua". Nomes que simbolizam, esperança, luz, poder, conhecimento, passividade, beleza, serenidade, entre outros.
Não tinha um dia sequer, que eu não escrevesse sobre eles para Benjamin. Eliza, não concorda com isso, diz que tenho que odiar ele por todo o mal que me fez, mas como odiar aquele que trouxe luz para os meus dias, que me deu os presentes mais lindos e divinos do mundo.
Ele foi um grande imbecil, canalha, suas palavras machucaram. Contudo, a gestação me trouxe alguns aprendizados, dentre eles o perdão. Não significa que as coisas voltarão a ser como antes, mas sim que se tornou irrelevante para mim. Não quero ter sentimentos ruins enraizados em meu coração, nesse momento tão importante da minha vida.
Nos últimos meses da gestação, meu corpo começou a se preparar para o parto. Com a proximidade dos dias, comecei a ficar muito ansiosa, preocupada e com medo.
Optei pela cesária, pois não queria que meus filhos corressem nenhum risco. Em nenhum momento estou pensando em mim e sim neles.
Por várias vezes, desejei que aquele idota estivesse ao meu lado, talvez a sua presença, trouxesse um pouco mais de segurança. Eliza e Peter, estiveram todo esse tempo ao meu lado, mas não é igual.
Com 38 semanas, entrei em trabalho de parto. Fui levada as pressas para o hospital, Eliza ligou para Milena, que prometeu que faria o meu parto, mesmo não sendo seu plantão.
Chego no hospital e a equipe de doutora Milena já está no aguardo. Assim que ela chegou e me examinou, concluiu que meus bebês já viriam ao mundo. Não daria tempo de fazer uma cesária, pois estavam encaixados e ela já via a cabeça de um deles.
Fiz muita força a dor foi horrível, mas valeu a pena, quando os peguei pela primeira vez em meus braços. O tempo parecia parar, analisei cada detalhe, seus olhos azuis arregalados, suas mãozinhas, seus cabelinhos, boquinha, nariz... tão perfeitos, tão meus! Fui domada por um amor incondicional dentro do peito, agradeci a Deus pela perfeição do momento, dos meus bebês e do milagre da vida.
Foi inevitável conter a emoção, a gratidão e o amor transbordante.
Eles foram levados para a neonatal, e ficaram duas semanas na encubadora, pois estavam um pouco abaixo do peso.
A emoção de cada momento da amamentação, também é indescritível, mesmo doendo, ainda assim é especial, único e nos sentimos plena e realizadas.
Quando fomos para a casa, foi maravilhoso. No entanto, viria os próximos passos, noites sem dormir, constantes preocupações, cólicas e todo um processo de adaptação.
Contudo, foi a melhor a coisa que já aconteceu em toda a minha vida.
A primeira febre de um deles, foi desesperador, não sabia o que fazer e até chorei..., coisas de mãe de primeira viagem. Era apenas um resfriado, mas foi inevitável a preocupação.
Obviamente, até hoje fico apavorada com uma febre, mas sei como agir e não entro em pânico, agindo por impulso.
Meus pequenos, são fortes e muito saudáveis, são o amor todinho dessa casa. Minha irmã e cunhado, os mimam muito, mas também impomos limites, pois não queremos que cresçam crianças mimadas, assim como o pai.
Enfim, se passou três anos e os grandes amores da minha vida, acabaram de completar dois anos.
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Atualizado até capítulo 133
Comments
Charlotte Peson
Vc está anotado para vim a tortura da consciência quando aquele cafajeste gostoso ler isso !!
2024-05-08
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Denis
Só fico chateada é que com todo sofrimento e perrengues, quando eles se encontrarem ainda ficarão juntos. Eu não aceitaria. Ele teria direito só de ver os filhos, mas nenhum relacionamento comigo.
2024-11-23
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Bete Oliveira Rodrigues
Minha irmã é Diana tdinha ,ela sempre ve coisas boas a diante não guarda mágoas nem nos piores momentos da vida.. e olha q ela já passou por momentos muitos difíceis, mas nunca desistiu do amor e hoje em dia ela já superou quase tdos eles🙏🏽
2024-11-13
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