Capítulo 7

Diana...

Nunca imaginei que fazer amor, era tão maravilhoso. As sensações que percorrem nosso corpo, a loucura que invade a nossa mente, levando a nossa sanidade para o espaço e esse sentimento tão forte, que faz nosso coração saltar do peito.

Benjamin, foi perfeito em cada detalhe. Guardei tudo em minha mente, o nosso olhar, nosso beijo, nosso corpo suado se colidindo um no outro, enquanto as nossas intimidades se misturavam, enlouquecidamente e esse amor que se multiplicou dentro de mim.

Sei que Benjamin, não é e nem nunca será um homem de compromisso sério, ele quer apenas transar e quando aceitei vir até aqui, sabia muito bem disso. Contudo, me senti mal com sua distância, após tudo o que fizemos nesse quarto. No fundo, eu tinha esperanças de que eu e o meu amor, pudessem mudá-lo. Que me conhecer o faria se apaixonar por mim, foi muita infantilidade da minha parte, acreditar que viveria um conto de fadas.

..." A verdade, é que toda mulher sonha em viver um conto de fadas! Até ter a sua primeira decepção amorosa e perceber que a vida pode ser muito mais que isso!"...

Depois dessa noite única e maravilhosa, suas palavras e atitude me magoaram.

Para ele, foi apenas uma noite de prazer.

Fingi estar dormindo, quando tive a certeza que ele dormiu, me levanto com cuidado da cama, evitando qualquer movimento brusco para não acorda-lo.

Me troco e com as minhas sandálias nas mãos, saio do seu quarto, uso o seu telefone da sala para pedir um táxi e desço.

Não demora para o taxista chegar e respiro aliviada, vou o caminho todo pensando em Benjamin, enquanto ele é diferente. No bar e em seu quarto, era apenas o Don Juan conquistador, mas com sua família é diferente, carinhoso, extrovertido, engraçado.

Chego em casa tentando fazer o minimo de barulho possível, quando fecho a porta, a luz da sala é acesa. Consto, Eliza de pé, de braços cruzados, com um olhar indecifravel.

— Onde estava, Diana? — indaga.

— No casamento!

— Até agora?

Eu não sei mentir para Eliza, então conto-lhe tudo o que aconteceu. Ela surta, por eu ter me entregado a um estranho e após um longo sermão, percebe a minha tristeza.

— Diana! Eu não quero te ver sofrer, por isso sempre te aconselhei a ficar longe desse cara! É uma menina doce, especial demais para um homem como aquele, que apenas usa as mulheres!

— No fundo..., eu acreditei que comigo pudesse ser diferente! Eu realmente, acreditei que pudesse ser especial o bastante para fazer com que se apaixonasse por mim!

— Aí minha irmã, não fique assim! — diz me abraçando.

— Eu vou ficar bem, coração!

— Vamos descansar e amanhã, vamos na farmácia comprar a pílula!

Assenti com a cabeça e fomos descansar.

Foi dificil dormir, pensando naquele homem maravilhoso.

Vencida pelo cansaço adormeço.

Alguns dias se passaram, desde aquela noite maravilhosa.

Devido a correria da minha formatura, me lembrei de tomar a pílula só a noite. Minha formatura, foi maravilhosa e muito divertida.

Não vi mais Benjamin e também não falamos mais no assunto. Não posso negar que ainda penso nele, mas é apenas algo bom que aconteceu e já passou.

Hoje é vespera de Natal e estamos na casa da família de Peter, eles são pessoas simples e muito acolhedoras.

Ajudava sua irmã a terminar de arrumar a árvore de Natal, quando minha visão fica turva e perco a consciência.

Acordo, numa enfermaria de hospital, com a minha irmã ao meu lado com o rosto afagado nas mãos, chorando.

— O que aconteceu? — pergunto e ela me abraça.

— Diana, quase me matou de susto, irmã! Fiquei com tanto medo...

Uma médica entra no quarto, carregando alguns exames em suas mãos.

— Boa noite, Diana!Como está se sentindo? — pergunta educadamente.

— Bem!

— Por que ela desmaiou, doutora Minha irmã está bem? — indaga, preocupada.

— Fizemos os exames e sua irmã está grávida, por isso o desmaio!

A palavra "grávida" ecoa dentro da minha cabeça e fico paralisada, segurando a minha respiração por breves segundos.

— G... grá... vida? — pergunta minha irmã pausadamente, tão surpresa como eu.

— Sim! Vou te dar alta, mas na segunda-feira, marque consulta com a obstetra, para fazer o pré natal, é muito importante fazer o acompanhamento!

Ela assina a minha alta e se retira.

Solto todo o ar que segurava em meus pulmões e meus olhos marejam. O silencio de Eliza, estava me agoniando.

Me troco e saímos do hospital em silêncio, Peter, nos aguardava no estacionamento.

— Está tudo bem? — pergunta ele.

Olho para Eliza e me derramo em lágrimas.

— Me perdoa, Eliza..., me perdoa! — digo em prantos.

Ela me puxa para um abraço apertado e chora comigo.

— Não tem que me pedir perdão, minha florzinha! Eu quem tenho que te pedir perdão, não te instrui como deveria, eu falhei...

— Nem pense em se culpar! Eu fui irresponsável, sabia muito bem o que estava fazendo, me deixei levar pelo momento e deu nisso!

Peter nos olha sem entender nada, então Eliza diz que estou grávida.

— Mas isso pode se resolver caso não queira ter...

Eliza fecha o semblante, em desaprovação ao que Peter dizia. Ele não disse por maldade, mas sim, por notar o nosso desespero. Não é algo que estavamos esperando.

— Isso nunca se passou pela minha cabeça! Jamais me recorreria a um aborto, seria injusto demais comigo e com o pequeno ser que se forma dentro de mim! — digo com convicção.

— Isso mesmo! E estou aqui para te apoiar em tudo, florzinha! Vamos passar por isso juntas!

— E o pai? Vai comunicá-lo? — pergunta ele.

— Claro que sim! Eu não fiz sozinha!

— E se ele não quiser? — pergunta Eliza.

— Não acredito, que ele seja tão cafajeste, a ponto de ignorar a gestação de um filho dele!

— Depois resolvemos isso, florzinha!

— Vamos voltar para a casa dos meus pais, eles devem estar preoupados!

Voltamos para a casa dele e peço desculpas pelo o ocorrido.

Não conto nada sobre a gestação, pois ainda tenho que assimilar tudo isso. Por mais que esteja tentando ser forte na frente de Eliza, estou apavorada. Não faço a minima ideia, do que será de nós daqui para frente.

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